sábado, 19 de novembro de 2011

A civilização da escada rolante e da esteira elétrica


Nesta semana, lideranças indígenas estiveram reunidas em Cruzeiro do Sul para debater as consquências do atual modelo de desenvolvimento nas comunidades tradicionais.

O assunto é recebido com toda antipatia possível da sociedade cruzeirense, uma sociedade que desenvolve-se na perfieria do sistema capitalista e deseja sobretudo os frutos pretensamente saborosos do falado desenvolvimento.



Ora, quem são esta meia duzia de índios mestiços com seus cocares fajutos para questionar o desenvolvimento?


A questão é que as maiores cróiticas ao atual sistema de desenvolvimento não parte das lideranças indíegans, mas exatamente do olho do furacão do sistema capitalista. Occupy Wall Street. Milhares de pessoas ocuparam a praça em frente da Bolsa de Valores de Nova Yorque para protestar contra o atual sistema capitalista, simplesmente porque ele dá sinais claros de esgotamento.

O atual crescimento econômico é baseado em uma falácia. É o estímulo a um consumismo desenfreado que não pode ser sustentado pelo planeta. Se cada cidadão do mundo consumisse o mesmo que um cidadão estadunidense, precisariamos de cinco planetas Terra. Mas o fato é que temos só um.

O Brasil ganha fôlego no seu crescimento econômico simplesmente porque parte significativa da população estava fora do mercado de consumo e a partir da política de distriubuição de renda do Governo Lula, passou a ter acesso ao mercado de automóveis, eletrodomésticos, roupas e calçados, etc. Aquecendo a economia e o mercado interno do país. Isso é ótimo, é maravilhoso poder ver as pessoas vivendo dignamente. Mas o sistema tem limites e épreciso ter clareza deles.

As cidades já não comportam a quantidade de automóveis, mas eles continuam a ser produzidos em larga escala e são um importante fator gerador de emprego e renda no país. Mais automóveis significam mais combustíveis, mais poluentes lançados no ar, mais aquecimento global. Significam também mais avenidas, pontes, viadutos, rodovias. Que fazem girar a roda da economia, construtoras, caixas 2, eleições e políticos que já iniciam seus mandatos comprometidos com este sistema. Por outro lado as pessoas vão perdendo espaço para o automóvel nos grandes centros. Alguém já falou que se fossemos vitidaos por uma civilização extraterrestres, veriam a humanidade como escravos do automóvel. Vivemos para eles: os alimentamos e furamos a terra em busca de mais alimento, construímos cidades inteiras, de avenidas a estacionamentos e trabalhamos para pagar os seus gastos.

Mas nada define tão bem a nossa sociedade quanto o paradoxo das escadas rolantes e da esteieiras elétricas:

A sociedade cria todo tipo de conforto e segurança, gasta-se energia elétrica para se movimentar escadas rolantes e poupar as pessoas de gastarem suas própria energia. Aí elas se tornam gordas e sedentárias e tem que gastar suas energias em esteiras elétricas para se movimentarem sem sair do lugar o que demanda mais energia elétrica. Não seria melhor ter uma vida mais simples, que a gente pudesse se movimentar?

E depois ainda são os índios que são os preguiçosos!

Assista ao lado o vídeo: A História das Coisas

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