Como descendente de Judeu que sou e por ter durante anos estudado também sobre a CULTURA JUDAICA digo, nem os Judeus acreditavam em apenas um deus, eles adoravam sim, vários deuses, segue alguns dos nomes que mais tarde foram unificados em um, por Abraão, como forma de estruturar a primeira sociedade monoteísta.
NOMES: EL SHADAY (SENHOR DAS MONTANHAS) EL ELOAH (EQUIVALENTE AO ALÁH DOS ISLAMICOS, UM DEUS PASSIVO) EL ELIOM, IAVÉ (DEUS DA GERRA E DO FOGO, NÃO É ATOA QUE NAS PASSAGENS ELE SE APRESENTAVA COMO UMA CORTINA DE FOGO E SEUS BICHOS ERAM SACRIFÍCADOS EM HOLOCAUSTO.) E vários outros, presentes nos 72 nomes de Deus na Kabalah, que na realidade, eram divindades que foram unificadas em um mesmo ser divino.
Zarcel Ilésire Carnielli*
É preciso entender que a África é um continente enorme e que neste continente existia e existe vários grupos étnicos, os principais que foram trazidos ao Brasil como escravos, foram, os povos Umbundo (Da região que hoje é Angola), os povos Yorùbá ou Iorubás (Da região que hoje é conhecida como Nigéria) e os Fon (Da região que hoje é Benin). Vale ressaltar que na África esses povos interagiam entre si, muito antes da chegada do homem branco e existia entre eles uma certa rivalidade. Pois bem, aqui no Brasil, todos se viram pertencentes à um mesmo grupo, ao grupo de escravos e tiveram de deixar a rivalidade de lado, para que, juntos pudessem conviver nas senzalas e assim manter viva a cultura ancestral. Pois o maior princípio das tradições africanas é manter viva a sua cultura ancestral, tanto que há um provérbio africano que diz: “O RIO QUE ESQUECE SUA ORIGEM, SECA”, logo para eles, manter a cultura ancestral viva é manter seu próprio povo vivo.
Na época, a Igreja católica era tão intolerante quanto algumas evangélicas são hoje, e não permitia a prática religiosa do negro, mas eles, inteligentes e astutos faziam suas práticas escondidos, para que não fossem pro “chicote”. Com o passar dos anos, o poder da Igreja no Brasil foi diminuindo e os negros tiveram sua prática religiosa liberada, então, em Salvador na Bahia, foi fundado o primeiro terreiro (templo) de Candomblé, que tem sua origem na palavra Bantu (KANDOMBILE) que literalmente quer dizer: CULTO E ORAÇÃO. Na Nigéria essa religião é conhecida como ÌSÈSÈ ÀGBÀYÉ que traduzindo para o português literalmente quer dizer: A Religião mais antiga do mundo. Por se tratar de uma tradição milenar. Há um outro provérbio Africano que diz: “Orixá é muito, muito antigo, o judaísmo é antigo, o islamismo é novo e o cristianismo acabou de nascer.”
O candomblé acredita em um Deus Supremo criador do universo e nos orixás que seriam nossos intermediários na comunicação com esse Deus. Além de cultuarmos nossos ancestrais, ou seja, pessoas de nossa família que desencarnaram. E pasmem, nem se quer sabemos o que é Diabo, Demônio, Satanás, Lúcifer, pois dentro de nossa tradição, não acreditamos que Deus possua um inimigo, um rival, pois se Deus é Deus ele é superior a tudo e jamais teria inimigos.
Como descendente de Judeu que sou e por ter durante anos estudado também sobre a CULTURA JUDAICA digo, nem os Judeus acreditavam em apenas um deus, eles adoravam sim, vários deuses, segue alguns dos nomes que mais tarde foram unificados em um, por Abraão, como forma de estruturar a primeira sociedade monoteísta.
NOMES: EL SHADAY (SENHOR DAS MONTANHAS) EL ELOAH (EQUIVALENTE AO ALÁH DOS ISLAMICOS, UM DEUS PASSIVO) EL ELIOM, IAVÉ (DEUS DA GERRA E DO FOGO, NÃO É ATOA QUE NAS PASSAGENS ELE SE APRESENTAVA COMO UMA CORTINA DE FOGO E SEUS BICHOS ERAM SACRIFÍCADOS EM OLOCAUSTO.) E vários outros, presentes nos 72 nomes de Deus na Kabalah, que na realidade, eram divindades que foram unificadas em um mesmo ser divino.
Mais tarde aparece Jesus ou Yeshua que para os Judeus de fato não é o messias, e a prova é, o Messias deveria pertencer a linhagem de Davi, logo, Maria sua mãe deveria ser descendente de Davi, mas não era o caso, quem era, era José, mas se José não era o pai verdadeiro e sim “Deus”, Jesus não tinha o sangue de Davi.
Sobre o sincretismo, a igreja católica adotou isso para não perder adeptos, e hoje muitas igrejas evangélicas adotam, pois muitas entregam “rosas abençoadas” (ritual da umbanda), sabonetes consagrados (magia) usam sal grosso e etc... Rituais que não estão escritos nas passagens. Logo, foram trazidos de outras crenças.
Acho curioso, por exemplo, as igrejas chamarem a Torah de “velho testamento” e rejeitarem práticas do mesmo, dizendo que Jesus é a nova aliança, mas mantém por exemplo, o dízimo em dez por cento, sendo que isto é uma prática do velho testamento, no novo pelo que me consta, cristo não pedia contribuição de nenhum fiel ou seguidor, tão pouco estabelecia uma quantia pré-determinada. Contraditório, mas faz parte.
Voltando a Umbanda, cujo o significado é “A ARTE DE CURAR”, também a etimologia da palavra é “bantu”, prática sim um sincretismo religioso, usando em seus rituais práticas do catolicismo, Kardec ismo, hinduísmo e também do candomblé. Lembremos que, o candomblé é “afro-brasileiro” ou seja, de origem africana, mas estabelecido aqui no Brasil. A umbanda já é uma religião puramente brasileira, criada e estruturada aqui.
Logo, espero com esse texto ter elucidado nosso colega a respeito do tema levantado em sala de aula, não me senti a vontade de opinar em sala, pois não seria conveniente uma vez que, o tema da aula não era religião, mas fica registrado aqui, minha opinião sobre o tema.
Um pequeno glossário:
(BANTU É UM DIALETO FALADO PELO POVO UMBUNDO, CHAMADO DE QUIMBUNDO TAMBÉM que ocupavam o que hoje é Angola.)
"Yorùbá é a forma Iorubá de se escrever Iorubá, é um dialeto falado por um grupo étnico que vive no leste da Nigéria. São conhecidos no Brasil como Nagôs, pois era assim que os rivais se referiam à eles, pois nagô no dialeto FON quer dizer “rival”, assim como os FON são conhecidos como Jejê, pois, Jejê é como os Iorubás se referem aos seus rivais."
Existe uma oração africana que diz: E má f'ibi pe ire e má fire pe ibi (que eu não confunda o bom com o ruim nem o ruim com o bom) e o objetivo deste texto é justamente isso, não confundir, e assim livrar as pessoas de seus "pré-conceitos".
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