terça-feira, 31 de julho de 2012

Rapidinhas da BR


- Andar de moto na BR 364 deveria ser incluído no rol de “esportes radicais”. Além da buraqueira, há momentos em que parece que estamos surfando em uma onda devido às irregularidades da pista. Há trechos muito bons, e estes normamente são os mais perigosos graças à imprudência dos motoristas.

- As obras de conclusão na BR 364 estão ocorrendo em um ritmo pífio se comparado aos anos anteriores. Há apenas uma tímida patrulha mecanizada da Construmil no trecho Jurupari- Purus. Os trabalhos mais intensos estão concentrados nas obras de recuperação da BR e não de conclusão.

- A BR facilitou a vida de milhares de crianças que agora tem o seu acesso facilitado às escolas. No entanto, no horário de saída o risco de um atropelamento é muito grande. Dou ponto positivo para os condutores dos ônibus escolares que prevendo os perigos tomam atitudes prudentes como sinalizar pessoalmente a entrada das crianças no ônibus e avisar que irão desviar buracos. Pequenas atitudes que fazem diferença entre a vida e a morte.

- Não faltam queimadas ao longo da BR. Mesmo em áreas de preservação são muitos os focos de queimadas para agricultura. Mesmo Terra Indígena Katukina eles ocorreram em toda margem da estrada. Na margem do rio Crôa (APP) está uma das maiores áreas queimadas. Aparentemente o IMAC não está fiscalizando nem mesmo há poucos kms de Cruzeiro do Sul.

- No São Vicente ocorrem boatos de que Eike Batista teria comprado de Ratinho toda área destinada ao plano de manejo que vai da BR até o limite com a Terra Indígena do rio Gregório. A suspeita de petróleo assusta especialmente aos indígenas que já ouviram de um representante do governo que caso seja encontrado petróleo, suas terras não serão poupadas. O “AI-5 indígena” está aí para isso, para tirar qualquer direito que os índios tenham sobre suas terras.

- Triste o estado em que estão as bandeiras do Brasil, do Acre e de Tarauacá na entrada da cidade. Apenas farrapos andrajosos que pendem como fantasmas rotos de alguma batalha. 

domingo, 29 de julho de 2012

"Minha presença na cerimônia não é afronta ao Brasil", diz Marina Silva

Em resposta a críticas de ministros do governo Dilma, ex-ministra pede que a presença dela e da causa que representa na abertura da Olimpíada seja vista como uma dadiva e não como afronta ao País




Assista ao vídeo aqui  




Para o camarada Aldo Rebelo, Marina Silva foi escolhida porque é a "queridinha das monarquias européias"


Nada mal para o comunista que é o queridinho dos coronéis do agro-negócio.


Na foto: Aldo mostra com os dedos, o tamanho da sua pequenez







sábado, 28 de julho de 2012

MARINA CAUSA MAL ESTAR ENTRE MINISTROS

Convite foi um tapa com luva de pelica na política anti-indígena e anti-ambiental de Dilma Roussef


LONDRES - A presença da ex-ministra Marina Silva na cerimônia de abertura da Olimpíada de Londres causou mal estar entre os ministros do governo de Dilma Rousseff. A participação pegou a todos de surpresa.

Marina entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo. A ex-ministra é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de defesa do meio ambiente.

A situação cria constrangimento porque Marina não tem boas relações com Dilma Rousseff e acabou encobrindo a presença da presidente do próximo país-sede da Olimpíada na cerimônia de abertura de Londres, ontem. "Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", disparou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polêmica do Código Florestal. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?"

O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que a primeira reação foi de surpresa. Para ele, o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro. "É óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro para a escolha das pessoas", disse, sem deixar de reconhecer a importância do trabalho ambiental de Marina.

Para outro membro da delegação, que pediu para não ser identificado, o que o COI fez foi o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.

Ao Grupo Estado, Marina explicou que só recebeu o convite na ultima terça-feira, dia 24. Sobre Dilma, insistiu em não criar polêmica, dizendo que "sentia orgulho" em ver a primeira presidente mulher do país na arquibancada do estádio olímpico.

Ontem, Dilma foi mostrada pelas câmeras oficiais por menos de cinco segundos, enquanto a entrada de Marina foi amplamente comentada, como representante da luta ambiental no mundo. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, só ficou sabendo da presença de Marina já no Estádio Olímpico. "Foi surpresa", disse o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp.

Os governos do Brasil e o Reino Unido vêm mantendo relação estreita e diversas iniciativas de cooperação para a preparação dos Jogos. Mesmo assim, o relacionamento não impediu a situação de saia justa para a comitiva de Dilma em Londres.

Fonte: Agência Estado

domingo, 22 de julho de 2012

Awara Nane Putane -- Uma história do cipó

Awara Nane Putane -- Uma história do cipó é um curta-metragem em animação que conta o mito de origem do uso tradicional da ayahuasca, na versão da etnia yawanawa, que vive no coração da floresta amazônica, nas margens do Rio Gregório, no Estado do Acre. O curta é todo falado em idioma yawanawa, povo que pertence ao tronco linguistico Pano.
O roteiro e direção é de Sérgio de Carvalho, com produção de Karla Martins e Sérgio de Carvalho, Direção de Animação de Silvio Toledo e Valu Vasconcelos, Edição de Bruno Saucedo, Trilha Sonora e Mixagem de Duda Mello, Produção Indigena de Shaneihu Yawanawa, Vinnya Yawanawa e Vadé Yawanawa, Direção de Arte de Fred Marinho e Silvio Toledo, Pesquisa e Still de Talita Oliveira e Ney Ricardo, vozes de Shaneihu Yawanawa,Tika Matxuru , Nãynawa, Alda Artidor ( Dona Nega) Yawanawa,Yuva Yawanawa Kapacuru Yawanawa e Story Board de Clementino Almeida.

O projeto foi selecionado pelo Edital de Fomento ao Curta Metragem do MINC/SAV e teve apoio cultural do Governo do Estadodo Acre, por meio do DERACRE e Fundação de Comunicação e Cultura Elias Mansour, Fundaçãode Cultura Municipal Garibaldi Brasil, Funerária São João Batista, ABD&C Acre, Wave Produções e VT Publicidade.


Assista ao Trailler clicando aqui

sábado, 21 de julho de 2012

Senador Jorge Viana divulga nota oficial sobre matérias veiculadas sobre pedido de eventual cassação do seu mandato.


O noticiário dos últimos dias projeta o parecer da vice-procuradora-geral-eleitoral, Sandra Verônica Cureau, sobre eventual cassação do meu mandato, dos meus suplentes, do  governador Tião Viana, do seu vice César Messias e traz as mesmas e absurdas acusações que já foram julgadas como inverídicas por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre, que seguiu o voto do relator juiz federal Marcelo Basseto. Em respeito à verdade esclareço que:
1. Um dia após o início do recesso parlamentar, eu me encontrava em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, trabalhando como membro da Comissão Especial de Senadores que avalia as propostas de mudança no Código Penal, no segundo encontro da série de debates que pretendo participar não só no Acre, mas também em outros estados do País;
 2. O parecer da vice-procuradora-geral-eleitoral repete os mesmos erros e absurdos perpetrados por seus colegas de Ministério Público Eleitoral do Acre, em processo sobre as eleições de 2010;
3. Levado a julgamento, o processo foi julgado improcedente, tanto pelo juiz federal relator, quanto pelo voto unânime dos cinco integrantes do TRE do Acre;
4. O processo, derrotado soberanamente nas duas instâncias da Justiça, é, isso sim, fruto das ações de alguns que agiram fora da lei, associados a outros que, não contando com o apoio da cidadania, utilizam métodos escusos para tentar modificar a vontade popular manifestada nas urnas;
 5. Aguardo apenas que a verdade dos fatos seja restabelecida pela mais alta Corte Eleitoral do País, para tomar as medidas judiciais cabíveis contra todos envolvidos em crimes que incluem forjamento de provas e falsidade ideológica, entre outros crimes.

 Jorge Viana
 Senador da República

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A força da internet nas eleições

Dayana Maia

Partidos políticos e os candidatos descobriram a força das mídias sociais e já começam usá-las com intensidade nesta campanha.

Apesar dos já tradicionais meios de comunicação, como a televisão e rádio, usados enquanto forte veículo de informação, muitos que pretendem ocupar uma cadeira na câmara de vereadores ou ainda conquistar a administração do município apostam nas novas mídias sociais.

Graças ao crescimento contínuo no uso de computadores, assim como também de telefones celulares de banda larga e de tablets, dispositivos portáteis de acesso à internet, os candidatos agora podem apostar nos recursos que a modernidade oferece para conquistar seus eleitores, com ênfase nas redes virtuais de relacionamentos.

“Pela internet, os candidatos conseguem alcançar milhares de pessoas, e a informação chega muito mais fácil. Sem falar que para nós, enquanto eleitor se torna melhor ainda, porque se algum político faz alguma coisa errada, na mesma hora já tem cinco ou seis opções na internet para analisar e tirar uma conclusão", disse o funcionário Antônio Medeiros.

Em contrapartida, o uso da internet para fornecer dados sobre os candidatos ainda é incipiente pela Justiça eleitoral. Faltando cerca de três meses das eleições, no site oficial do órgão estão disponibilizadas apenas informações gerais. Elementos mais abrangentes sobre as eleições serão disponibilizadas ao eleitor somente em 24 de setembro.

Enquanto as eleições não chegam, os candidatos vão se arranjando como podem para conquistar os seus, seja através dos tradicionais jargões da política de todos os dias ou ainda por meio da inovadora modernidade “facebookiana”.

Restando-nos saber se desta vez, se os eleitores cairão em contos de vigário ou quem sabe acertarão contas nas urnas com aqueles que por uma ou duas palavras a mais terão de receber seu soldo, mesmo que navegado pelas barrentas águas do Juruá.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Obras na BR estão praticamente paradas

Com excessão de um pequeno trecho nas proximidades de Tarauacá, as obras deste verão ainda não tiveram início na BR 364. Entre 10 e 12 Km de Tarauacá, a Construmil realiza obras tímidas, de pequeno vulto. No trecho entre os rios Jurupari e o Purus, onde está o pavimento provisório e onde portanto deveriam se concentrar as obras de conclusão da BR 364 não há sequer sinal de máquinas que pudessem iniciar os trabalhos nos próximos dias.

Contudo, não é possível, se falar em "abandono" da BR. Os sinais de recentes recuperações, remendos e tapa-buracos estão por toda parte. Trabalhos executados pelo DERACRE e não pelas empresas. Os trechos mais críticos trambém foram sinalizados pelo DERACRE. 

Não faz mais sentido discutir a TRAFEGABILIDADE da BR 364, uma vez que isto já está garantido. No entanto é necessário alertar os condutores sobre as condições de RODAGEM da BR que variam muito a cada trecho. Fica para a próxima postagem. E mais dois alertas:

1- Muitas crianças na estrada nas horas de saída e entrada das escolas.
2- Queimadas nas áreas de Florestas Estaduais.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Psico Trópicos


Foi lançado durante a Rio+20 foi lançado o livro ‘Psico Trópicos’, do médico e professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Ricardo Moebus.
Bebendo na fonte dos escritores da geração beat e do movimento da contra cultura (Alen Ginsberg, William Bourrougs, Carlos Castañeda, etc)
O livro faz o intrigante paralelo entre o uso tradicional de plantas psicoativas no contexto mágico-sagrado e do uso das drogas em nossa sociedade. 
"Psico Trópicos" retrata o uso tradicional dos psicotrópicos pela tribo Yawanawá (Acre), em pesquisa com plantas usadas para fazer bebidas consideradas sagradas pela tribo. “Tive esse encontro incrível com a cultura e com o povo Yawanawá, e a partir desse contato, foi surgindo uma amizade mútua, temos oportunidade de compartilhar isso com outras pessoas”, explica o autor.
Moebus disse que a obra é uma “forma de gratidão aos Yawanawas, uma retribuição muito pálida perto da forma carinhosa que nos receberam. Passamos 15 dias, e depois disso a gente veio convivendo com eles, eles vieram também, ficaram com a gente um tempo, tivemos a oportunidade de recebê-los entre Ouro Preto e Belo Horizonte”.
A pesquisa do médico de Ouro preto é mais antiga: “eu já vinha pesquisando sobre os chamados psico-tropicais já há vários anos, mas foi a partir do contato com eles, do ano passado pra cá é que se intensificou, mas já vinha pesquisando há uns 10 anos”.
A distribuição do livro, inicalmente, será limitada. “Exemplares do livro estarão com os Yawanawas, para que possam distribuir a quem entra em contato, pra quem for ao festival deles” explica Moebus.
Com informações da Assessoria de comunicação do MinC

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Plataforma de Valdete

Travesti vai estar no palanque de Henrique Afonso

O deputado federal e candidato à prefeitura de Cruzeiro do Sul Henrique Afonso (PV) terá o travesti democrata-cristão Valdete pedindo votos em seu palanque.
Conhecido em toda cidade por seu jeito divertido, e pelo personagem que interpreta no rádio, Valdete comemorava hoje a conquista da legenda para disputar a eleição para vereador. Ela será candidata pelo PSDC (Partido Social Democrata Cristão) partido da base de apoio à Henrique Afonso com o sugestivo número de 27.024.
-Foram os meninos que sugeriram o 24. Brinca Valdete
Henrique Afonso foi taxado de “homofóbico” por ser contra a PEC que criminaliza a homofobia no Brasil, rotúlo que o mesmo sempre rejeitou.
- Como cristão, eu tenho que amar o homossexual, mas a prática do homossexualismo é condenada pela bíblia e eu tenho de ser fiel aos meus princípios. Isto é diferente de ser homofóbico. 
O fato é que Valdete está toda faceira. Vai disputar a eleição.
- E você vai subir no palanque vestido de homem ou de mulher?
- Eu vou vestir roupas unissex. Não vou ficar me “rasgando toda” no palanque!
- A juíza pediu isso?
- Não. A juíza me deixou bem a vontade, para eu ser eu mesma!...Agora gente: olha só o que eu ganhei para subir no palanque...
Valdete retira da bolsa chamativos brincos e pulseiras prateadas.
- Ái .. eu to na dúvida se eu uso... Será que eu uso
- Valdete qual será sua plataforma?
- Bem, quando eu ver uma rua esburacada eu vou pedir para o prefeito para tapar... eu também quero propor ações para os jovens, porque esta questão da droga está demais, sabe  
Preconceitos à parte, o blog Terranáuas não poderia deixar escapar o efeito de contradição de ter Henrique Afonso e Valdete no mesmo palanque. Por outro lado, mostra também que Henrique Afonso talvez não seja tão “homofóbico” quanto lhe tentaram imputar. 
O fato é que Valdete tem grandes chances de se eleger. É o chamado “voto de protesto” que já elegeu por exemplo Chico Basil para vereador e Tiririca para deputado federal. Valdete pode canalizar o voto de protesto do eleitor cruzeirense descrente da política.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Baianinho cobra promessas de tucanos


O trabalhador rural Martinores Soares Pereira, o popular “Baianinho”, é figura bastante conhecida na imprensa de Cruzeiro do Sul. Sempre foi um crítico ferrenho dos programas de governo para a zona rural.
Anti-petista "doente", Baianinho lançou-se candidato a vereador pelo PSDB em 2008.
Nas eleições de 2010, Baianinho afirma ter feito campanha no ramal 3 do Projeto de Assentamento Santa Luzia para Márcio Bittar, Romário Tavares (PSDB) e Sérgio Petecão (PSD). Afirma ainda que Márcio Bittar, na qualidade de presidente do partido, o teria prometido pagar um salário mínimo por mês durante os três meses de campanha.
Filiado ao PSDB há 9 anos, Baianinho esperava que a vitória dos candidatos que o apoiaram lhe trouxesse alguma recompensa. “Romário me prometeu cargo na sua assessoria. Eles também me prometeram que caso ganhasse, iriam me pagar, mas até hoje recebi apenas 30 reais.”
O agricultor se mostra bastante indignado por ter sido preterido pelos seus correligionários tucanos: “O Prefeito de Cruzeiro do Sul (Vagner Sales), a esposa dele (a dep. est. Antônia Sales) e Romário Tavares me prometeram cargo na secretaria de agricultura e não cumpriram. Ao invés disso colocaram pessoas com menos de um ano de filiação.”.
Baianinho reclama de ter sido excluído da disputa eleitoral, pela terceira vez consecutiva. “Eu entrei como pré-candidato pelo PSDB, tirei toda a documentação e apresentei na convenção, mas a diretoria do PSDB se rendeu ao Vagner Sales”.

Governo também está lhe devendo, afirma Baianinho
Baianinho afirma que forneceu para o Deracre as madeiras que foram utilizadas na construção da ponte do ramal 3, no valor de 200 reais. E ameaça: “se não me pagarem vou tirar a ponte. A madeira é minha.”

QUÃO VIRGEM É A FLORESTA VIRGEM?


Evandro Ferreira 
Blog Ambiente Acreano

Nos últimos dez anos um tema tem causado controvérsia no meio acadêmico. Alguns cientistas defendem que as florestas tropicais não são tão virgens como se pensa porque habitantes ancestrais já manejaram extensas áreas dessas florestas, moldando-as para atender suas necessidades. Algumas espécies consideradas nativas são reputadas por esses pesquisadores como intrusas. E uma das mais suspeitas de ter sido introduzida em nossas florestas é a nossa castanheira (Bertholletia excelsa).

Dentre vários artigos acadêmicos que suportam essa linha de pensamento, vale a pena conhecer um deles, publicado por K. J.Willis, L. Gillson e T. M. Brncic, da Universidade de Oxford, na renomada revista Science em abril de 2004. Seu título é bem instigante: “Quão virgem é a floresta virgem?”.

Segundo os autores, dados arqueológicos e paleocológicos sugerem que as ‘florestas virgens’ não são tão ‘virgens’ como se pensava anteriormente e passaram por modificações substanciais. Nas três grandes regiões de florestas tropicais do planeta localizadas na Amazônia, na bacia do rio Congo, na África, e na região Indo-Malaia do Sudoeste Asiático, vários estudos sugerem que atividades humanas pré-históricas foram mais extensivas do que se pensava anteriormente.

Na Amazônia, os solos mais férteis são aqueles conhecidos como ‘terra preta de índio’, formados desde 2,5 mil anos atrás via realização de queimadas e atividades agrícolas, estimando-se em 50 mil hectares a área desses solos na região. Evidências arqueológicas do alto rio Xingu indicam que vários assentamentos humanos existiam naquela região entre os anos 1250 e 1600, cada um deles ocupando 40 a 80 hectares e com densidade populacional de 6 e 12,5 pessoas/km². Eles integravam um complexo regional e sugerem que seus habitantes promoveram um manejo e desenvolvimento intensivo da paisagem que resultou na transformação de extensas áreas florestais em áreas agrícolas. O abandono da região, depois de uma catastrófica diminuição da população entre os anos 1600 e 1700, resultou em um extensivo processo de reflorestamento natural. Por essa razão, atualmente a região do alto Xingu abriga a maior mancha de floresta contínua na periferia sul da Amazônia.

 Dados arqueológicos e paleoecológicos também revelam história similar na bacia do rio Congo, onde numerosos achados de ferramentas de pedra, sementes de dendê, traços de carvão no subsolo, resquícios de cultivos ancestrais de banana e cacos cerâmicos levaram os pesquisadores a concluir que a maior parte daquela região, hoje coberta por uma densa floresta, foi extensivamente habitada no passado. Parte da floresta foi derrubada e a prática de agricultura data de cerca de 3 mil anos atrás. O fim desse processo ocorreu há 1,6 mil anos, depois de uma catastrófica diminuição da população humana na região.

Na África Central ocidental existem evidências arqueológicas de fornos usados para trabalhar o ferro que datam de 650 AC. Esta atividade deve ter tido um sério impacto na floresta pois requeria a extração de madeira para a produção do carvão usado no derretimento do ferro. O desaparecimento das populações humanas em partes dessa região no século V resultou no abandono das áreas alteradas e em um extensivo processo de regeneração da floresta. Hoje, em algumas áreas consideras como de ‘florestas virgens’, ainda é possível observar a regeneração secundária da floresta.

Nas florestas tropicais da região Indo-Malaia existem evidências pré-históricas ainda mais antigas. Dados arqueológicos e paleobotânicos sugerem que a agricultura – incluindo o cultivo de banana – se estabeleceu em Papua-Nova Guiné há cerca de 7 mil anos e que florestas tropicais na Tailândia eram manejadas desde 8 mil anos atrás. Nas ilhas Salomão, a população de Nova Geórgia era, em 1800, o dobro da atual, indicando que as florestas contemporâneas aparentemente intocadas dessa ilha talvez tenham sido formadas por regeneração natural nos últimos 150 anos, depois do declínio da população e a emigração dos habitantes das regiões costeiras. A grande riqueza de espécies secundárias encontrada nas florestas primárias da ilha dá suporte adicional a essa teoria.

Além do interesse histórico nas florestas tropicais e como os humanos as alteraram, os estudos arqueológicos, paleocológicos e paleobotânicos tem importantes implicações para a conservação das florestas. Seus resultados sugerem que não é mais aceitável acreditar que as alterações na paisagem causadas por atividades humanas ancestrais eram muito limitadas e que por isso não podem ser comparadas com as alterações humanas causadas no presente. Esse ponto de vista é reforçado pelo fato da principal forma de destruição das florestas tropicais na atualidade ainda ser a derrubada e a queima da floresta para a prática da agricultura, uma atividade praticada pelo homem desde tempos pré-históricos. Embora a taxa e a extensão da destruição florestal contemporânea seja muito maior, em muitos casos o processo de perda é comparável ao que acontecia em tempos pré-históricos.

Em muitos exemplos pré-históricos, a alteração da paisagem foi seguida pela regeneração da floresta, indicando que os ecossistemas tropicais não são tão frágeis como sempre são retratados. Na verdade eles são muito resilientes. Abandonadas por um longo período, as florestas quase sempre irão se regenerar e os dados paleoecológicos permitem fazer uma estimativa realística do tempo necessário para isso acontecer. Esses dados também permitem avaliar quantitativamente a composição da floresta antes e depois da alteração, fornecendo informações detalhadas sobre o que está faltando ou o que foi adicionado à floresta. E essas informações são cruciais para o manejo e a conservação no longo prazo de áreas desmatadas que vierem a ser incluídas em planos de recuperação ambiental.

Os autores concluem o artigo afirmando que estratégias baseadas nesse princípio já foram usadas com sucesso na conservação de florestas temperadas, mas ainda precisam ser aplicadas de forma sistemática em algumas das mais diversas e ameaçadas florestas do planeta – as florestas tropicais.

Para saber mais

- Glaser B, Haumaier L, Guggenberger G, Zech W. 2001. The Terra Preta phenomenon: a model for sustainable agriculture in the humid tropics. Naturwissenschaften 88: 37–41.

- Heckenberger, MJ; Kuikuro, A; Kuikuro, UT; Russell, JC; Schmidt, M; Fausto, C; Franchetto, B. 2003. Amazonia 1492: pristine forest or cultural parkland? Science 301: 1710-1714.

- White LJT. 2001. The African rain forest: climate and vegetation. In: W Webber, LJT White, A Vedder, N Naughton-Treves (Eds.): African Rain Forest Ecology and Conservation. Yale University Press, New Haven, CT, pp. 3–29.

- Denham TP et al. 2003. Origins of agriculture at Kuk Swamp in the highlands of New Guinea. Science 301:189–193. - N Myers. 2002. Protecting the Protected: Managing Biodiversity for Sustainability. In: T. O’Riordan, S Stoll, Eds. Cambridge Univ. Press, Cambridge, UK, p. 46.

- Foster DR. 2002. Insights from historical geography to ecology and conservation: lessons from the New England landscape. J. Biogeography 29:1269–1275.

*Artigo originalmente publicado no diário A Gazeta, em 10/07/2012
Publicado por Evandro Ferreira

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Abre-te Sésamo: o leite do gergelim e a cura/prevenção do AVC

Na medicina popular do Juruá, há relatos de pessoas quer se recuperaram (parcial ou totalmente) das sequelas dos AVCs (popularmente conhecidos como derrames) através do uso do gergelim, semente plantada na região.


Infelizmente, não encontrei nenhuma literatura que trate especificamente do assunto. Ainda que as propriedades do gergelim sejam citadas como importantes no combate da hipertensão e do colesterol alto (duas causas conhecidas dos AVCs), além de importante repositor de cálcio no organismo.

Os "velhos" recomendam que se esmague as sementes do gergelim e delas se retire o "leite". O "leite" é tomado com um pouco de café pela manhã. O bagaço é utilizado esfregando-se no local afetado pelo AVC (normalmente no rosto).


Como já disse anteriormente infelizmente não encontrei literatura específica que comprove ou desminta a medicina popular. Mas é um caso a ser pesquisado já que muita gente afirma ter tido melhoras consideráveis a partir deste procedimento.


Pessoalmente utilizei o leite de gergelim misturado ao café e ele parece ser excelente para a circulação em especial a micro-circulação cerebral, dando bons resultados para dores de cabeça crônicas. Também é bom para aliviar dores musculares provenientes de esforço. 


A capacidade do gergelim de limpar e abrir a passagem em veias e artérias seja talvez a mensagem oculta por trás do famoso encantamento "Abre-te Sésamo" (Sesámo é um sinônimo para gergelim).  

terça-feira, 10 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Milarepa: Mágico, Assassino, Santo





Jetsün Milarepa

Milarepa (1040 -1123) é considerado santo e o maior iogue da história do Tibete. A vida de Milarepa contém relatos de acontecimentos paranormais, tais como a levitação, a bi-locação ou a transferência da dor para objetos inanimados (certa ocasião, uma madeira rangeu chegando a quebrar).
Nasceu numa família de camponeses, perdendo seu pai ainda criança. Depois disso, sua propriedade foi roubada por seu tio. Milarepa, a mãe e sua irmã, ficarem sem nada. Para vingar-se, aprendeu feitiçaria: conjurou um temporal de granizo que caiu sobre a casa que estava o tio, resultando na morte de todos os seus moradores.
Levado pelo remorso e compreendendo que seu ato criou um karma negativo, foi aconselhado a procurar o mestre Marpa, o mais sábio de todos os iogues. E, assim, seguiu por um longo caminho, perguntando onde poderia encontrar o sábio mestre. Até que, finalmente, avistou um homem; a felicidade tocou seu coração e os sentimentos mudaram para melhor; ele estava diante do mestre, mas não sabia.
Marpa, ao identificar-se, orientou Milarepa: "você obterá a iluminação e a sabedoria com a sua própria perseverança". Determinou ao discípulo que realizasse tarefas bem difíceis para desencorajá-lo. Primeiro, Milarepa fez várias torres. Quando ficaram prontas, Marpa ordenou que as derrubasse, e que cada pedra fosse colocada no lugar de onde fora retirada. Depois, para testar o discípulo, Marpa pediu para que construísse uma torre de nove andares.
Sofrendo muito e cansado, Milarepa implorou ao mestre que ensinasse o caminho da iluminação. Marpa respondeu-lhe: "Quer que eu o ensine, só porque construiu uma torre? Você tem que me dar uma taxa para começar sua aula de iniciação". Como Milarepa não possuía nada, pediu conselhos a esposa do mestre chamada Damema que, penalizada, presenteou-o com alguns sacos de cevada e um rolo de tecido.
Ao chegar na aula, Milarepa entregou a taxa ao mestre. Marpa, reconhecendo que tudo era seu, gritou: "Você está querendo me enganar? Essas coisas são minhas!" Chutou-o com um pontapé para fora do círculo onde acontecia a aula. Milarepa, perdendo a esperança de ser iniciado, decidiu suicidar-se. Quando estava pronto para acabar com a sua vida, Marpa socorreu-o. O mestre declarou finalmente, que ele estava apto a receber seus ensinamentos.
Assim, Milarepa foi iniciado, obtendo a iluminação, passando a viver em uma caverna por vários anos. Como iogue, experimentou todas as possibilidades da mente. Para ele, o essencial era praticar, sempre. Seu poema mais famosos foi Gur - Bum, ou "Cem mil canções".
Milarepa entendia que o importante era perceber a origem do problema que não é externo, e que nele não deve ser colocado a culpa, pois tudo ocorre de acordo com a nossa disposição mental. Atitudes negativas como a inveja, a raiva e a vingança, são manifestações sem esforços; o difícil é produzir atitudes mentais positivas. É trabalhoso, mas os benefícios, garantidos.

Monica Buonfiglio

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Satchita - Música para a mudança

Canção ao redor do mundo com participações de Sandra Sá e Afro Reage, além de músicos cubanos, argentinos, espanhóis, africanos e indianos. Além da bela mnensagem, baseada no Bavagadh Gita, vale a pena ouvir pela musicalidade em si. Fusão de ritimos que vão do samaba, cumbia, salsa, flamenco e mantras. 
 
 
Ouça Aqui
 
Peça a Deus,
Que os homens encontrem os seus passos perdidos
E que os sonhos dispertem esses olhos dormidos,
Que o amor transborde e vivamos em paz;
Qua os dias terminem com os braços cansados
E que a sorte só queira estar ao seu lado
Que a dor não me assombre, nem me cause desespero,
Peça a Deus.
Sat-chit ananda parabrahma,
Purushotamah, paramahtma,
Sri bhagavathi sametha,
Sri bhagavathe namahah
Oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh
Peça a Deus,
Que nos mande do céu muita sabedoria,
Um amor verdadeiro, que ninguém passe fome,
Um abraço de irmão, que vivamos em paz;
Qua terminem as guerras e também a pobreza,
Encontrar alegrias entre tanta tristeza,
Que a luz ilumine as almas perdidas e um futuro melhor.
Sat-chit ananda parabrahma,
Purushotamah, paramahtma,
Sri bhagavathi sametha,
Sri bhagavathe namahah
Oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"Cachoeirinha do Juruá"

Já começam a pipocar pela cidade reclamações de moradores quanto a serviços não concluídos do programa Ruas do Povo.
As queixas atingem parte do bairro Aeroporto Velho, Cobal e Remanso e agora também, parte do Miritizal.
O problema até o momento, ocorre com apenas uma das empresas contratadas. A outra, até onde consta, está dentro dos prazos estabelecidos.

A população não é boba e em cidade de muro baixo, todo mundo sabe que uma empresa que não possui máquinas e nem pessoal para uma obra deste porte, só pode ser empresa de fachada: "laranja" com objetivo de juntar dinheiro para o Caixa 2.

O dono de tal empresa já ganhou até um singelo apelido em alguns círculos da FPA: "Cachoeirinha do Juruá". 
Se o problema não for sanado, poderá fazer com que o programa Ruas do Povo se torne um"tiro pela culatra" nas eleiçõe deste ano.

*Na foto: uma pequena cachoeira no alto rio juruá, visível somente durante o verão. Não é assim, uma "Foz do Iguaçu", mas dá para lavar uns trocados.

terça-feira, 3 de julho de 2012