sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Eu Sonho"


" Eu sonho. Com o igarapé preto, com a nossa arquitetura alemã, com a universidade da floresta com o nosso coração verde que é o nosso parque ambiental *. Eu sonho de a gente transformar o parque nacional com nossos poetas, com a nossa arte, com as nossas tradições, com a nossa cultura, nosso futebol que é só resgatar e valorizar. Valorizar nosso talentos, nossa juventude. Eu sonho e vejo que é possível fazer de Cruzeiro do Sul uma cidade boa de se viver..."


Dep. Federal Henrique Afonso (PV) - durante convenção da FPA

* Parque Ambiental: H. Afonos se refere ao projeto feito ainda no final do mandato de César Messias para transformar a área verde entre as avenidas Copacabana e 25 de Agosto, hoje de propriedade da Sociedade Eunice Weaver (Irmãs Católicas) em uma área municipal de lazer.  César chegou a apresentar o projeto à então Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mas foi esquecido pelas administrações posteriores.

Viva San Pedro! Viva Wachuma!


WACHUMA - SAN PEDRO

O nome quéchua do cacto Trichocereus Panachoi é “Wachuma”. O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de altura, tendo a mescalina (Peiote) como princípio ativo.
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Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. É conhecido por xamãs por estar sempre em harmonia com os poderes dos animais, de seres e personagens fortes, de seres sobrenaturais, principalmente o Jaguar.
O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc.
É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San Pedrillo.

Extraído do site xamanismo

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A "serva" não serve

Por Valterlúcio Campelo

do Blog Valterlúcio Comenta  

A "serva evangélica" causou surpresa ao se lançar candidata à prefeitura de Rio Branco sabendo que não terá a mínima chance de ser eleita. Qual seria seu interesse? Vejamos as possibilidades.

Alguns diriam que se trata de estratégia para se tornar mais conhecida e tal. Não bate. Este rito ela já cumpriu desde que foi candidata pela primeira vez e ficou conehcida como a candidata minhoca (a filha da terra). Pilotando partidecos, atraindo crentes ingênuos e manuseando verbas encaixotadas, a Antonia Lucia é hoje mais conhecida no Acre do que alguns políticos que nos anos oitenta já pegavam carona no fusca do Nilson Mourão.

Quer aproveitar para disseminar a doutrina e princípios evangélicos? Também não bate. Igreja não é partido político, o evangelho não é ideologia política, e, sinceramente, não seria a Antonia Lucia que faria o melhor discurso cristão, não é mesmo? Se o interesse fosse esse as igrejas escalariam gente mais preparada.

Está a serviço do governo que quer fracionar os votos da oposição, como conjecturam alguns analistas? Sabe-se lá, mas se for, sinto dizer, está vendendo o que não tem. Talvez até seja contraproducente. Não consta que os votos dados à Antonia Lucia sejam votos de oposição a quem quer que seja. Na grande maioria, são votos daquela massa alienada e disforme que poderia ir mais facilmente com o candidato do governo do que com a oposição. Sei. Alguém pode dizer que para desfalcar a verdadeira oposição, ela vai adotar um discurso oposicionista devidamente medido e pesado. Duvido que isso "cole" em Rio Branco, uma cidade pequena e de muros baixos. Ninguém  que seja crítico ao governo confiaria em um projeto liderado pela candidata. Além disso, os dois candidatos oposicionistas já ocuparam todos os espaços possíveis e estão com o discurso afiado, inclusive contra a candidata.

Concluo que o único objetivo possível da Antonia Lucia como candidata será tentar fazer uma clivagem que coesione setores evangélicos em torno de si. Explico. Aproveitando que nenhuma das outras chapas apresenta um evangélico, ela fará disso um preconceito (evidentemente falso) contra os crentes e, alimentando um sentimento de reação, tentará reunir eventuais apoios tranformando-se deste modo na "defensora" dos evangélicos, o que significa aumento de "musculatura" para próximas eleições. Mesmo assim, ela corre o rsico de obter uma votação pífia e se estrepar de vez. Isto serve ao candidato do governo? Duvido. A não ser que esteja em causa a possibilidade de não haver segundo turno, o que não parece razoável.

Enfim, a "serva" não serve à cidade, ao governo ou à oposição. Talvez se sirva. Veremos.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um novo defensor do meio ambiente: o povo

Até recentemente, as reportagens de cunho ambiental tinham como protagonistas os analistas ambientais em suas ações geralmente truculentas e impopulares, ou ambientalistas bem-intencionados, mas distantes da realidade.


A política ambiental  foi criada de dentro de gabinetes com ar condicionado, por "comedores de soja" que simplesmente não entendem a necessidade que as pessoas que vivem na floresta têm de caçar e pescar. O resultado foi a tremenda impopularidade do IBAMA junto à população, com reflexos políticos nefastos para os políticos da situação.

Desde o final do ano passado, quando o escritório do IBAMA foi fechado sob a alegação de "pouco trabalho", têm se avolumado toda sorte de denúncia sobre práticas predatórias de caça e pesca.

A diferença é que desta vez  as denúncias e reclamações não partem do "Greenpeace", da SOS Amazônia ou de nenhum outro "comedor de soja", mas das comunidades diretamente afetadas pela caça e pesca predatória. A finalidade comercial destas atividades, feitas sem o devido cuidado e planejamento já começam a resultar em déficit de proteína animal na nutrição de crianças em fase de crescimento.


Com isso, há cerca de 15 dias, temos recebido quase que diarimente denuncias de moradores, em especial do rio Alagoinha, de que a caça está sendo praticada com grande intensidade na área.
Leia reportagem:  

Ribeirinhos ameaçam interditar BR-364 por falta de fiscalizaçao ambiental em comunidades

Hoje pela manhã fui especialmente sensibilizado pela situação de uma criança, um menino de 7 anos, com visíveis problemas de nutrição. Enquanto isso, nos bairros de Cruzeiro do Sul, a carne de caça voltou a ser vendida quase que livremente, por ambulantes que percorrem os bairros com isopores anunciando as igarias da selva.

Enquanto so caçadores comerciais fazem a festa caçadores e pescadores que dependem destas atividades para sua subsistência clamam por uma ação dos órgãos ambientais. 


O MP já tem acumulado evidências de que o IMAC, a pesar dos esforços continuados de seus técnicos e fiscais, não está conseguindo dar conta do problema.

Parece inevitável que o IBAMA  volte a atuar em Cruzeiro do Sul. Mas não precisamos de novas ações truculentas e desproporcionais em que a carne da panela é jogada ao rio. Precisamos trilhar um caminho mais dificil: não apenas implantar uma política ambiental que agrade à mídia nacional e internacional, mas CONSTRUIR uma política ambiental junto à população.

Precisamos abandonar as diferentes hipocrisias que cercam o tema: a hipocrisia dos "comedores de soja" (quantos hectares de floresta precisam ser destruídos para alimentar um vegetariano?) e também a hipocrisia da sociedade "bovinofílica" que destrói a floresta para criar gado e depois adentra no que restou para caçar os animais também (o meu é meu, e o teu, é nosso!).

Uma alternativa sugestiva seria o manejo e criação de animais silvestres, também para fins comerciais (por que não?).  

Segue aqui um link com informações bem abreviadas sobre o tema Criação de Animais Silvestres (capivara, paca e jacaré) Há extenso material na internet e pesquisas da Embrapa.(sobre a criação de catitus).

Segue também link do IBAMA com portaria que regulamenta a criação de animais silvestres para finalidade comercial.  

OBS: A foto publicada foi retirada do site Povos Indígenas do Brasil.   

Miração

Sempre ele, Dom Pablo Amaringo

terça-feira, 26 de junho de 2012

Escolha de candidatos da FPA: um peso, duas medidas

Perguntar não ofende: se o motivo de Zequinha Lima (PCdoB) não ter sido escolhido o vice na chapa de H. Afonso (PV) seria uma suposta ação de improbidade administrativa, por que o mesmo critério não foi usado na escolha de Burica (PT) em R. Alves?

Seu envolvimento em licitações fraudulentas é muito mais evidente.


“Descobrimos na investigação que um veículo teria sido alugado irregularmente pela prefeitura para atender promessas de campanha do gestor. O veículo foi vendido pelo prefeito Burica a um terceiro, que, em seguida, alugou para a prefeitura. De acordo com depoimentos de testemunhas, foram realizadas reuniões para a combinação de valores”, explicou o promotor Fernando Cembranel.

Na escolha de Henrique Afonso, a alegação foi o critério de densidade eleitoral, mas se fosse adotado o mesmo critério em Rio Branco, a escolha recaria sobre Perpétua Almeida(PCdoB).

Na verdade, o critério é um só: ocupar todos os espaços de poder e anular aliados que possam representar crescimento ou ameaça. 

Colha-se o que se plantar!  

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Golpe no Paraguay

Sobre o Golpe Branco no Paraguay já era esperada a reação pró-golpe de Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. No entanto o sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli que normalmente se posiciona contra a esquerda não embarcou nessa. Segundo ele: “golpe parlamentar, vestido nos andrágios das leis de uma democracia oligarca. Nem mesmo essa lei típica da democracia oligárquica foi cumprida, pela velocidade como a coisa aconteceu”

Leia mais no Blog Terra Brasilis

Olhar - Sabedoria Celta


Que os teus olhos sejam
dois sóis olhando a luz
da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço,
onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas
luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa,
que celebre o canto da amizade profunda,
que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço,
esteja sempre presente em teu coração
a lembrança de que tudo passa e se transforma,
quando a alma é grande e generosa.

Sabedoria Celta


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Decisão do vice: mais desgaste para a FPA

Por todas as bocas já se sabe que o candidato à vice-prefeito será mesmo o prof. Marcelo Siqueira(PT).

Todos já estão sabendo, menos o também professor Zequinha Lima (PCdoB). Um claro sinal de desrespeito a alguém que já contribui muito com a FPA no Juruá. Zequinha Lima já foi a única voz da FPA no legislativo municipal no início do mandato de Jorge Viana.  

A defenestração da candidatura veio de Rio Branco. Isto é certo. E por lá devem ter usado o argumento de um suposto "pedido de bloqueio dos seus bens protocolado pelo MPE, por conta de supostas irregularidades praticadas no mandato" (Do Blog do Crica)


Zequinha nega que haja qualquer pedido desta natureza. E parece mais do que óbvio também que a "notinha" tenha partido de dentro do PT, mais provavelmente, da capital, uma vez que a relação da direção do PT municipal com Zequinha Lima tem sido respeitosa.  


Zequinha Lima disse que não retiraria a candidatura. Recebeu o apoio explícito de cinco partidos da FPA, inclusive da direção do PV, partido de Henrique Afonso. 


No entanto, nada é decidido por aqui e ninguém quer assumir o ônus de se queimar com um setor importante da FPA.  Cada vez mais os métodos decisórios se assemelham com os de seus adversários.


O mal está em desprestigiar uma liderança sem mácula, com um futuro político e uma folha de serviços prestados bem maior do que muitos ex-adversários que por falta de alternativa são hoje apaniguados da cúpula.


Apesar do cenário favorável à Henrique Afonso, o desgaste pré-eleitoral, certamente trará consequências, sendo a pior delas, não a derrota nas urnas, mas uma vitória de Pirro, quando no meio da batalha já não se sabe mais porquê e PARA QUEM se está lutando.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Solstício de Inverno - Inti Raymi

Hoje é o dia 21 de Junho. Solstício de Inverno no Hemisfério Sul e de Verão no Hemisfério Norte. É também o "Inti Raymi" que marca o ano novo no Tawantinsuyu. Um dia importante para todos em cima desta Terra, uma vez que é uma das quatro passagens do planeta durante o ano ao redor do Sol.




Feliz "Inti Raymi" para todos!

O Sol está passando pela janela do meio na Intiwatana. Leia mais no Blog Brasil-Peru em 2 Rodas

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Retorno do Xamã Secreto: um curador da Amazônia resiste à perseguição religiosa



Baltazar ri, seu riso sempre a meio caminho entre uma gargalhada outra. Seus olhos estão quase imperceptivelmente cruzados, como que atraídos pelo magnetismo de seu nariz aquilino bem pronunciado.

Seu rosto é profundamente sulcado e moreno, mas de alguma forma perene. Seu cabelo preto é duro e despenteado. Seu sorriso largo e irresistível, desaparece rapidamente.


Eu conheci Baltazar durante vinte anos: na verdade, ele foi o primeiro nativo Matsigenka que eu já conheci em minha primeira viagem para a Amazônia peruana. Mas eu nunca tinha passado muito tempo com ele, já que normalmente só paro na sua aldeia por alguns dias no meu caminho para povoados mais remotos nas cabeceiras.


Ainda assim, não importa o quão pequena a minha estadia, ele sempre vem me visitar logo após minha chegada. Eu sempre retribuo, pagando-lhe uma visita para trazer-lhe sal, pilhas de lanterna e folhas frescas de coca.

Ele geralmente insiste em conversas iniciais em espanhol sofrível, uma forma de me lembrar que ele ainda se recorda do dia em que eu estava aprendendo a falar a língua Matsigenka. Ele reflete muitas vezes (com uma memória notável, quase fotográfica) em minhas idas e vindas, e relembra sobre aqueles que morreram desde a minha última visita.
Às vezes digo-lhe sobre a minha pesquisa: quem que eu entrevistei, o que as plantas que eles me ensinaram, e que insights sobre o folclore, o xamanismo e mito tenho obtido.
Ele responde, como sempre, com o seu fraco espanhol, sua curiosidade distante, sua gargalhada marcante.

Mas hoje, como eu pagar-lhe a minha visita habitual no início da tarde, ele me pede com uma seriedade incomum para me sentar ao lado dele em uma esteira de cana-brava. Ele senta-se sozinho e me fala em sua língua nativa.

"Você se lembra daquela história que você me contou sobre o xamã cuja alma foi queimada pelo lanterna do missionário?"

"Sim ..." Eu hesitei, surpreso com a pergunta inesperada. Ao longo dos anos, eu tinha ouvido falar de vários incidentes envolvendo um certo missionário protestante americano que veio para a aldeia cerca de quarenta anos atrás, para converter o povo Matsigenka.

Assim foi a história que ouvi:
O missionário estava particularmente preocupado com a fé dos moradores no xamã local:
O homem curava. Os moradores disseram que ele havia bebido a poção poderosa de ayahuasca e entrou transe, cantou, e sacudiu um chocalho mágico feito de folhas de bambu. Depois, escalou um poste no centro da cabana ritual e subiu para uma plataforma elevada. Mais tarde, eles iriam ouvir os sons misteriosos de passos no telhado de sapé.
Em seguida, o som de asas batendo, o xamã, segundo eles, teria voado para o céu: a ayahuasca o transportou para o mundo espiritual. Algum tempo depois, eles iriam ouvir o bater de asas, o farfalhar dos passos sobre a palha, a queda do xamã caindo de volta para as ripas de sua plataforma.
Ele desceu a partir da plataforma, desde os céus, cantando com uma voz estranha: ele havia trocado de lugar com seu irmão gêmeo espírito. A sessão foi realizada em total escuridão, para que o menor vislumbre ou faísca queima a alma do xamã, volátil subindo.

O missionário não gostou nem um pouco destes acontecimentos “pagãos”.
E estava determinado a eliminá-los. Mas ele era esperto, e fingindo curiosidade sobre a capacidade do xamã, obteve um convite para observar à cerimônia. Ele foi devidamente informado sobre os procedimentos da cerimônia sendo o mais importante a proibição de iluminação artificial. Mas o missionário sorrateiramente escondeu uma lanterna. Como de costume, o xamã bebeu a poção poderosa, cantou suas canções, subiu à plataforma. Os sons misteriosos de vôo mágico do xamã ressoaram de cima.
Na escuridão, alguém disse: "Ele se foi! Ele voou para o céu. "
E então o missionário acendeu o interruptor e brandiu sua lanterna como uma espada flamejante. Ele subiu no poste e brilhou a luz ofuscante para baixo sobre o xamã, propenso e grogue.
"Um impostor!", pronunciou o missionário, triunfante. "Ele não fez nada. Está enganando a todos vocês. Ele é um adorador do diabo. "
E assim, a história vai, a alma do xamã infeliz foi queimada pela luz brilhante do missionário no auge de seu transe da meia-noite. Ele perdeu seus poderes e deixou sua prática xamânica. 
Muitas semanas antes, o incidente tinha vindo na minha mente e eu tinha perguntado se ele Baltazar estava familiarizado com ele.

"Sim, sim, eu conheço a história," Baltazar respondeu. "Na verdade o homem era meu irmão. Ele perdeu seus poderes. Ele deixou aqui e voltou para sua terra natal longe. Ele morreu há muito tempo. "
Fiquei surpreso. "Seu irmão?"
"Sim, meu irmão", disse Baltzar, mas ele rapidamente mudou de assunto e pareceu perder o interesse.
Mas agora, semanas depois, Baltazar de repente trouxe-o novamente.
"O xamã que foi queimado pelo lanterna do missionário", continuou ele, "você me perguntou sobre ele a última vez que você estivesse aqui. Eu lhe disse que era meu irmão. "
"O seu irmão", eu repeti: "Sim, seu irmão."
"Eu menti." Ele disse com um sorriso inescrutável. "Ele não era meu irmão. Era eu. "

"Mas quem lhe contou, contou a história errada", continuou ele. "Eles disseram que o xamã perdeu sua alma e nunca fez ayahuasca novamente. Eu não perdi a minha alma. Eu ainda faço ayahuasca. E ainda vou fazer isso por algum tempo."
Poucos dias depois, Baltazar chegou inesperadamente ao meu acampamento logo após escuro e anunciou: "Eu fiz ayahuasca, como eu prometi. Venha beber ayahuasca comigo. Eu posso te mostrar muitas coisas. Você vem? "

E assim, numa noite sem lua, finalmente aprendi a verdade sobre Baltazar: seu chocalho de bambu, batendo como as asas de um pássaro para atiçar as chamas do transe; suas canções, contando a história de seu povo e os antigos mistérios que guarda, o seu espírito gêmeo, cantando em coro com a sua própria voz estranhamente duplicada, o céu se inclinou diante dele, descendo para a terra e outra vez em sua solicitação. Sua alma xamã nunca foi queimada ou perdida. Apenas rindo baixinho cacarejando com a mentira que contara para permanecer em segredo: todo tempo era ele: Baltazar: o Xamã Secreto.

First published in We Are One: A Celebration of Tribal Peoples, edited by Joanne Eede, 130-31. London: Quadrille/Survival International, 2010. http://shop.survivalinternational.org/products/we-are-one

Retirado do Blog Ethnoground. Traduzido com ajuda do google Traductor  

terça-feira, 19 de junho de 2012

Kambô pode ter a chave para a cura da AIDS, afirma pesquisador

Entrevista com o Professor Paulo Sérgio Bernarde autor do livro Anfíbios e Répteis: Introdução à Herpetofauna Brasileira

Natural de Guararapes, no interior de São Paulo, o professor Paulo Sérgio Bernarde gosta de dizer quer queria ser biólogo “desde criança”. Atuando como professor universitário nos cursos de biologia, agronomia, enfermagem e engenharia florestal no Campus Floresta seu estudo volta-se particularmente para as espécies consideradas nocivas ou “indesejáveis”: cobras, anfíbios, lagartos e morcegos. Paulo Bernarde afirma, e apresenta argumentos de que tais espécies muito mais salvam vidas do que “matam”.
“É muito mais fácil morrer pela mão de um ser humano do que por picada de cobra. Aposto minha vida nisso. No Brasil são assassinadas anualmente mais de 40 mil pessoas, enquanto menos de 150 pessoas chegam a morrer em decorrência de picadas de cobras.”

“Jararactopril” e a “Draculina”

Paulo Bernarde explica que além do já conhecido soro anti-ofídico, outros medicamentos também podem ser extraídos dos venenos. O captopril, por exemplo, remédio hipertensivo de uso bastante difundido foi isolado a partir do veneno da jararaca.
“O potencial farmacológico é muito grande. Mas se dissermos para as pessoas que o captopril é feito a partir do veneno da jararaca, ninguém vai querer. O ser humano é preconceituoso.”
Outra espécie considerada “injustiçada” são os morcegos hematófagos. A imaginação alimentada pro filmes de vampiros faz com que as pessoas tenham verdadeiro pavor deste animal.
“Sou considerado uma espécie de “advogado do diabo” destas espécies. No Brasil, 90% dos casos de raiva são transmitidos por cães e gatos e da saliva do morcego hematófago, se isolou uma proteína, a “draculina” que pode ajudar pessoas com trombose”, explica.

Kambô pode ter a chave para a cura da AIDS

A capa do livro Anfíbios e Répteis traz em destaque a rã Philomedusa bicolor, o conhecido Kambô. Paulo Bernarde não esconde seu entusiasmo ao falar desta espécie.
“O Kambô eleva o nome do Juruá a nível nacional. Muita gente vem até aqui só para conhecer a ‘vacina do sapo’ por que ele é de ocorrência comum aqui e seu uso difundido entre os povos Pano desta região”.
Segundo o biólogo, a vacina possui propriedades anti-microbianas  comprovadamente eficazes no combate à malária, leishmaniose e doença de chagas. Mas vai mais além:
“Os peptídeos (moléculas) isoladas a partir da secreção do kambô, em uma cultura ‘in vitro´ conseguiram combater o vírus HIV. Ela (a secreção) impede que o vírus penetre na célula humana, sem danificá-la. Ou seja, nesta rã, há um potencial de descoberta da cura da AIDS.”

Bioprospecção e repartição de benefícios

Enquanto a discussão central parece ser a prospecção de gás e petróleo na região do Juruá, Paulo Bernarde é um dos que apontam a biodiversidade como a maior riqueza da floresta, e não o subsolo abaixo dela. “Para que esta riqueza potencial se transforme em riqueza palpável é necessário muita pesquisa”, defende.
“Temos a proposta de criar um mestrado em biodiversidade, com uma linha de pesquisa em bioprospecção”.
Pesquisas como a do professor Paulo Bernarde sobre a ecologia e o comportamento animal poderão servir de base para pesquisas mais avançadas sobre possíveis medicamentos. 
Outra proposta é a criação de um serpentário para reprodução em cativeiro da ‘pico-de-jaca’. O serpentário que produz o soro anti-laquético a partir desta espécie está localizado em Niterói, mas as cobras não estão resistindo e estão morrendo. A ideia do professor seria produzir o soro em Cruzeiro do Sul.
Paulo Bernarde também defende o diálogo com o saber tradicional, como forma de agregar valor à pesquisa científica. Conhecer previamente a potencialidade de plantas e animais a partir da visão dos povos tradicionais, pode significar uma economia significativa de recursos financeiros empenhados na pesquisa, além de focar a atenção dos pesquisadores nos seus potenciais medicinais.
“É fundamental respeitarmos e valorizarmos o saber tradicional. Indígenas e não indígenas são verdadeiras enciclopédias, com o conhecimento agregado de várias gerações. Muita coisa tem fundamento e pode ser explorado. É para isso que hoje existe o CGEN (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético) no MMA. O Kambô, por exemplo, é um conhecimento dos povos Pano. Jamais se poderia isolar um medicamento e colocá-lo no mercado sem que eles receberem parte deste lucro, isso seria um roubo. No Brasil tem que ter esta responsabilidade de repassar para estes povos que já conhecem de maneira tradicional o que este recurso tem a oferecer. Porque já é uma pista, uma indicação para o pesquisador. Jamais um pesquisador iria estudar a vacina do sapo sem antes ter ouvido falar sobre a vacina do kambô. Se eles (os indígenas que fazem o uso tradicional) descobriram, então eles merecem parte destes lucros se um dia a indústria farmacêutica produzir um medicamento.”
No próximo dia 28 de junho, o professor Paulo Bernarde lançará o seu segundo livro: “Serpentes Peçonhentas e acidentes ofídicos no Acre”.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ostentação deveria ser crime previsto no Código Penal

Para quem acha que a violência em Cruzeiro do Sul é grande
  
Do Blog do Sakamoto

Os arrastões em restaurantes chiques na capital paulista já tiveram uma consequência, além de aumentar o número de seguranças privados: estão aflorando o que há de pior na elite bandeirante. Já estava ouvindo aqui e ali mais bobagens e preconceitos que o de costume, mas Mônica Bergamo e equipe, em sua coluna na Folha de S. Paulo desde domingo (17), reuniram vários deles em um pacotão – pelo qual sou imensamente grato.
Se o planeta não for gratinado por nossa ignorância no meio do caminho, tenho certeza que uma sociedade mais avançada vai utilizar esse texto para entender o que deu errado em uma cidade como São Paulo. E não estou falando dos arrastões, mas do discurso bisonho de nossa elite.
Não tenho medo de ser assaltado em meu carro porque não tenho carro. Não receio que levem minhas jóias ou meu relógio caro porque não tenho relógio. Não fico com pavor de entrarem na minha casa e levarem tudo porque meu bem mais precioso é um ornitorrinco de pelúcia. Não me apavoro em andar na rua à noite a não ser por conta do risco de chuva. E por mais que vá a bons restaurantes de vez em quando, devo ressaltar que nunca fui assaltado em nenhuma barraca de cachorro-quente… Acho que já deu para entender o recado. Não tenho medo da minha cidade porque, tenho certeza, ela não precisa ter medo de mim.
Ostentação em um país desigual como o nosso deveria ser considerado crime pela comissão de juristas que está reformando o Código Penal. Eles não estão propondo que bulling seja crime? Ostentação é mais do que um bulling entre classes sociais. É agressão, um tapa na cara.
Mais do que uma escolha pelo crime, a opção de muitos jovens pelo roubo é uma escolha pelo reconhecimento social. Um trabalho ilegal e de extremo risco, mas em que o dinheiro entra de forma rápida. Não defendo essa opcão, mas sabemo que, dessa forma, o jovem pode ajudar a família, melhorar de vida, dar vazão às suas aspirações de consumo – pois não são apenas os jovens de classe média alta que são influenciados pelo comercial de TV que diz que quem não tem aquele tênis novo é um zero à esquerda. Ganhar respeito de um grupo, se impor contra a violência da polícia. Uma batalha que respinga em nós, que temos responsabilidade pelo o que está acontecendo, seja por nossa apatia, conivência, desinteresse, medo ou incompetência. A polícia e os chefes de quadrilhas puxam os gatilhos, mas nós é que colocamos as balas na agulha que matam os corpos e o futuro dessa molecada.
Os carros blindados levam para as ruas da cidade a sensação de encastelamento dos condomínios fechados, das mansões muradas, dos shopping centers ou restaurantes caros. Sentimento falso, pois não são muros e chapas de aço que irão garantir segurança aos moradores de uma metrópole como São Paulo. É bom como efeito placebo, para se enganar, mas, mais dia ou menos dia, as “hordas bárbaras” vão engolir a “civilização”. “Hordas” que estão chegando cada vez mais perto, como reclamam os mais ricos.
São Paulo tem mais de 11 milhões de habitantes, mas apenas uns poucos são efetivamente cidadãos, com acesso a todos os seus direitos previsto em lei. Lembra a antiga Atenas, com uma democracia para uns poucos iluminados e o trabalho pesado para o grosso da sociedade, composta de escravos. Enquanto uns aproveitam uma vidinha “segura” dentro de clubes, restaurantes, boates, lojas, residenciais e carros, outros penam para sobreviver e ser reconhecidos como gente. Para cada assassinato em Moema, mais de 100 são mortos no Grajaú. Só que a morte de uma jovem em Moema causa mais impacto na mídia do que a de 100 no Grajaú. Ou no Campo Limpo, bairro em que cresci. A gente fica sabendo por lá que tem vida que vale mais que outras, por causa do dinheiro.
Qual a causa da violência? A resposta não é tão simples para ser dada em um post de blog, mas com certeza a desigualdade social e a sensação de desigualdade social está entre elas. Muito do preconceito presente nos comentários trazidos pela coluna da Folha abaixo vai no sentido contrário a uma solução, isolando os ricos ainda mais, deixando-os alheios ao resto da cidade (por ignorância ou má fé). Corta-se com isso a dimensão de reconhecer no outro um semelhante, com necessidades, e procurar um diálogo que construa algo e não destrua pontes. Há riscos de assaltos? Sempre há e eles vão acontecer, ainda mais em um território que muitos têm e outros minguam. Mas deve se ter em mente que há atitudes que pioram o quadro.
Temos que garantir liberdades individuais e a segurança de usufruí-las. Combater a violência, garantir o direito de sair sem ser molestado. Mas isso só será possível com uma sociedade menos desigual e idiota. Ou a cidade será boa para todos ou a aristocracia que sobrar após o caos não conseguirá aproveitar sua pax paulistana.
Seguem os melhores momentos da coluna de Mônica Bergamo:
São Paulo “tá um porre total, um tremendo baixo-astral”. Desde que começou a onda de arrastões em restaurantes da cidade, a socialite e tradutora Alexandra Silvarolli, a Alê, mudou a sua rotina. “Tô jantando mais cedo. Vou às 20h30 e me ‘pico’ do lugar às 22h30.” Ela também adotou uma política de redução de danos quando sai: “Tiro minhas joias, total”.
As estratégias para enfrentar esse momento chato têm sido mais ou menos as mesmas: jantar mais cedo, usar roupas básicas, tipo jeans, para não chamar a atenção, esconder o celular, providenciar a “bolsa do ladrão”: aquela que não tem nada dentro e que não fará muita falta se for surrupiada.
“Tô morrendo de medo. Se levarem uma bolsa Hermès minha, vou chorar mais do que tudo”, diz a decoradora Alessandra Campiglia, grudada em sua Chanel. “Saio de casa sem nada. Meu marido leva a carteira dele.”
“Às vezes [você] senta em cima do celular no restaurante [para escondê-lo do ladrão]. Mas, com uma arma na cabeça, eu faço o que for. Quando me roubaram o carro, levaram até a nécessaire com absorvente”, diz a apresentadora Barbara Thomaz.
Outra novidade é o “celular do ladrão”. “Já saí sem meu Blackberry. Levo um telefone bem antigo, daqueles vagabundos”, diz Ana Tosto, mulher do advogado Ricardo Tosto. “Outro dia, fui na Vila Madalena e pensei: ‘Vou com uma roupa discreta, uma calça jeans’. Só uso aliança e um brinco de bijuteria. Mas deixar de sair eu não vou.”
O medo está no ar e é assunto das rodas no circuito Jardins/Higienópolis/Morumbi/Itaim Bibi. São bairros repletos de seguranças privados. Ainda assim, viraram alvo de quadrilhas.
O arrastão ao restaurante La Tambouille, no Itaim, há duas semanas, foi um marco. “Uma surpresa! Tá cada vez mais perto da gente. Os ladrões estão audaciosos!”, diz Carola Porto, sócia da Agenda Black, grupo no Facebook que reúne mulheres de alto poder aquisitivo.
“É um absurdo você ir a um restaurante e pensar que pode ser metralhada. Teve arrastão em vários que a gente frequenta. O La Tambouille… Acho absurdo, surreal”, diz Talita de Gruttola, voluntária no Hospital do Câncer.
“São lugares aonde a gente vai sempre. O La Tambouille, o Carlota, gente! E a Lanchonete da Cidade [nos Jardins]? É do lado de casa, vivo lá com minhas filhas! Há dois meses comecei a ir só a restaurantes de shoppings: no Rodeio do Iguatemi, no Ritz do Iguatemi, no Empório Central e na Lanchonete da Cidade do Cidade Jardim”, diz a advogada Luciana Natale.
Numa roda de amigas que na semana passada se encontraram em evento beneficente na joalheria de Jack Vartanian, nos Jardins, ela fala da nova rotina. Champanhe na mão, conta que o grupo se reúne uma vez por semana para almoçar. “Agora estamos indo ao clube Paulistano [na rua Estados Unidos]. Como somos todas sócias de lá, fica mais fácil e seguro. Dá para entrar, estacionar o carro.” Daniela Cilento, uma das amigas, diz que não tem “medo de nada, nada. Se bem que já passei por uns sustos”.
Recentemente, almoçava no Girarrosto, na avenida Cidade Jardim. “Entra um cara mal vestido gritando para os seguranças: ‘Não me bate, não me bate’. A Mika [sua amiga] já foi tirando o relógio, escondendo a bolsa. Era um mendigo.” “É o que menos me assusta, sabia?”, diz Luciana. “Mas você hoje não sabe se é mendigo ou se vai tirar uma arma”, diz Dani. “Um cliente deu R$ 10 para o homem, que disse aos seguranças: ‘Tá bom, eu saio. Mas vocês não vão me bater lá fora, né?’.”
Chef de cozinha, Paula Passos conta que “no Kosushi [Itaim] é que é legal. Tem um segurança de uns 3 m de altura!”. Mostra a foto que fez do funcionário no celular. “Duvido que assaltem lá.”
“No dia em que tiver carro blindado, prefiro mudar de país”, diz Dani Cilento. “É melhor morar na Suíça, né?”, responde Paula. “Ah, não. Deixar o Brasil? Prefiro ter um carro blindado”, afirma Luciana. “Tem que fazer como nos países árabes: roubou, corta a mão”, sentencia Dani.
A modelo Cassia Avila afirma que tem “orado para Jesus”. E evita andar a pé.
Na semana passada, percorreu de carro os dois quarteirões que separam a joalheria do marido, Jack Vartanian, na rua Bela Cintra, e o restaurante Gero, na rua Haddock Lobo. Nas lojas vizinhas ao restaurante da rede Fasano, 15 seguranças cuidam das vitrines de Dior, Louis Vuitton e NK Store. Nem assim ela se sente segura.
Quando Cássia tentou entregar o carro ao manobrista, um marronzinho disse que a multaria. “Olha isso, ou você é multado ou assaltado.” Ela está no limite. “Não dá mais pra morar no Brasil. Nossa filha [de nove meses] vai estudar em escola americana. E depois vamos nos mudar.”
Para não abrir mão do prazer de jantar fora, Carola Porto diz que começou a frequentar os restaurantes que já foram assaltados. “Eu acho que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. No sábado eu fui ao La Tambouille. Tava tranquilo.”
“Com essa história de arrastão, prefiro convidar as pessoas para jantar na minha casa”, diz a administradora Flavia Sahyoun. “Roubam tanto no Brasil que pensam que todo mundo que tem dinheiro é porque roubou e não porque trabalhou. Virou um país tão avacalhado…”
Depois do assalto à pizzaria Bráz, em Higienópolis, que ela frequentava, a atriz Laura Neiva pede comida em casa. “Tenho um pit bull e agora só ando por Higienópolis com ele.” Outro morador do bairro, o humorista Tom Cavalcante não corre mais nas ruas. “Amo SP e estou muito triste.” Ele também evita ir a restaurantes.
A consultora Fabiola Kassin só vai a lugares “dentro de shopping, de tudo. A gente vai no bar do [hotel] Fasano, no [hotel] Emiliano. Infelizmente, virou isso, uma bolha, não tem como estourar”.
“Alguém tem que tomar atitude. Sei lá, governo. Daqui a pouco, o Exército entra na rua. Está mais seguro morar no Rio do que aqui. Está ridículo. No Rio você para no quiosque e toma uma cerveja. Aqui não posso nem ir ao bar da esquina. Não tem mais rico, pobre, assaltam qualquer coisa, boteco, restaurante. Virou uma zona. Quando saio, tiro tudo, tu-do!”.
O hábito já gerou aborrecimentos paralelos. Outro dia, Fabiola desparafusava uma pulseira para tirá-la do braço, escondendo a joia enquanto comia pastel nos Jardins. “Perdi o parafuso.”
“”É um absurdo você ir a um restaurante e pensar que pode ser metralhada” – TALITA DE GRUTTOLA
“Celular eu levo dois, se roubarem um o prejuízo não é tão grande.” – CAMILA DINIZ
“São lugares aonde a gente vai sempre. O Tambouille, o Carlota, gente!” – LUCIANA NATALE
“Tem que fazer como nos países árabes: roubou, corta a mão” – DANI CILENTO

Fantasia Insustentável

Se o Governo do Acre realmente ama a floresta e os seus povos, tá na hora de rasgar a fantasia insustentável e cair de boca para transformar a realidade e não apenas maquiá-la.

Enquanto se faz marketing na Rio +20 a região de maior biodiversidade do estado está com os órgãos ambientais esvaziados e sem poder de fiscalização.

A carne de caça voltou a ser vendida e pode ser adquirida facilmente nos bairros de Cruzeiro do Sul. A caça e pesca predatória voltaram a ser rotina nos rio Moa, Azul e no Boa Fé.

Leia aqui documento produzido pelo CIMI que desconstrói o mito do governo sustentável.

Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul homenageou professor suspeito de fraude na UFAC


Na foto, vereador Romário Tavares (PSDB) entrega menção ao professor André Melhorança, suspeito de desvio de verbas do CNPQ.

Do Blog do Professor Paulo Wadt

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Movimento Autonomista do Juruá e a tentativa de reescrever a história

É bem mais do que evidente a tentativa de se apagar a verdadeira história do movimento autonomista do Juruá e integra-lo à lógica do Estado (e do Governo).
Na versão mais aceita e difundida pelos historiadores oficiais do governo, o "movimento autonomista (incluindo o Juruá) foi uma luta para que o Território do Acre fosse elevado à categoria de estado". Bem, isto é verdade, mas é apenas parte dela.

Houve na verdade, mais de um "Movimento Autonomista."

O primeiro deles ocorreu em 1910, quando um grupo de cruzeirenses ilustres depôs o então prefeito nomeado pelo Governo Federal. As versões oficiais tratam-se este primeiro movimento autonomista como também a primeira revolta pela elevação do Acre de Territorio à Estado.


Contudo, Glimedes Rego Barros em seu livro  "A presença do Capitão Rêgo Barros no Alto Juruá" enfatiza que a motivação da revolta tenha sido na verdade, a perda de autonomia do então Departamento do Alto Juruá, com capital em Cruzeiro do Sul. Rêgo Barros foi o segundo prefeito de Cruzeiro do Sul, o primeiro foi Marcehal Thaumaturgo.

Desde a criação do Território do Acre, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Rio Branco gozavam do mesmo status de capital departamental.Gradualmente este este "status" foi sendo concentrado somente em Rio Branco. Um marco deste processo foi o fechamento do tribunal de justiça que funcionava em Cruzeiro do Sul no início do século XX. O golpe final na autonomia juruaense veio quando o então Presidente da República, Epitácio Pessoa decretou o fim da divisão por departamento, acabando de direito, com uma autonomia que de fato já não existia mais.

E aí começou a história, que até hoje, lutamos para mudar, tão bem expressa nas palavras de Craveiro Costa (ele próprio, um autonomista juruanse): "...com isso (o fim da autonomia departamental) os recursos destinados aos departamentos, concentravam-se na capital, onde lá mesmo se extinguiam.”

A este movimento seguiu-se outro, em 1913, no Purus, aí sim, tendo como foco a criação do Estado do Acre.

 
***

Nada é mais simólico desta tentativa de frustar o legítimo desejo de autonomia do que a estátua de Marcehal Thaumaturgo.

O "presente" do governo para Cruzeiro do Sul é um Cavalo de Tróia ideológico. Colocam na mão do Marechal uma bandeira que ele nunca segurou: a bandeira da revolução acreana, liderada por Plácido de Castro. Uma história belíssima, sem dúvida. Mas Marechal Thaumaturgo fundou Cruzeiro do Sul cumprindo ordens do governo federal, ou seja, a "bandeira" que ele portava era a do Brasil, não a do Acre.

A estátua, da forma como está colocada, é um marco na tentativa de reescrever a História do Juruá apagando dela, o verdadeiro desejo de autonomia dos juruaenses.

(O que para mim não justifica o desrepeito com a qual foi tratada a escultura pela atual administração, cujas motivação não foram "históricas", mas sim, apenas atender a interesses de campanha)

***

Que fique claro, não estou fazendo campanha pela criação do Estado do Juruá, apenas lembrando de um sentimento que não podemos deixar se apagar.   

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Acre: uma História de Revoluções

Marcelo Siqueira

Em 1532 quando os espanhóis comandados por Francisco Pizarro desembarcaram na região de Tumbes com o objetivo conquistar o Peru, provocaram sem querer, ao longo dos anos uma série de eventos migratórios neste país, que em alguns aspectos remonta o processo de ocupação humana na região onde hoje está instalado o Estado do Acre.
Por volta de 1640 a perseguição dos espanhóis culminou na fuga de índios dos troncos linguísticos Panos, Aruaques e Katukinas através do Rio Ucayali, que ocuparam posições as margens dos Rios Juruá e Purus, sendo que por volta de 1892 estes já ocupavam os Vales do Ituxi, Acre, Iaco, Taraucá e Envira.
O final Século XIV e o início do Século XX marcam de maneira crucial a história do Acre, pois neste período, a região foi em Parte Bolívia e Peru, mas em portunhol também foi Império de Galvez (1899), passou pelos ciclos da borracha e fez milionários mundo a fora. Entretanto, os pobres seringueiros da região decidiram por vontade soberana que seriam brasileiros e assim, “com tinto do sangue de heróis” lutaram para assim ser, ou melhor, como canta o poeta Alberan Morais: “NáuasAkiri, brasileiramente dobrados” referindo-se a Revolução Acrena.
Todavia, o texto permite chamar a Revolução Acreana de “Revoluções Acreanas”. O plural se refere ao fato de que enquanto Plácido de Castro, conhecido já em telas globais, lutava contra os bolivianos na região do Acre (Rio). Guerreiros seringueiros e indígenas brasileiros, liderados pelo quase anônimo Carlos Eugênio Chavin derramavam sangue contra os caucheiros e militares peruanos na região do Juruá. Conflito também deflagrado na Região do Purus, onde José Ferreira de Araújo juntamente com seringueiros e índios também expulsaram a pólvora e facão os caucheiros peruanos da região. Logo, as três maiores vitórias obtidas, de maneira justa consagram a Revolução Acreana, cuja continuidade a história conta em tratados que os doutos na área melhor podem explicar.
Feito o Acre, fez-se o desde o início o desafio da integração. E na segunda metade do século XX o 7º. Batalhão de Engenharia e Construção (7ºBEC) deu o primeiro tom de esperança para o sonho da nova revolução, a revolução da integração, abrindo um caminho a ser chamado de BR 364.
Os municípios do Vale Juruá, isolados por via terrestre do restante do estado, estabeleceram relações comerciais e consequentemente culturais com o Estado do Amazonas. Enquanto a região do Vale do Acre já estabelecia relações diretas com o restante do país via Capital Rio Branco. Fato que impulsionou um distinto desenvolvimento, em múltiplos aspectos sociais, polarizados entre os extremos do Acre (Rio Branco e Cruzeiro do Sul).
Com o passar do tempo, movimentos separatistas começaram a surgir, clamando pela criação do Estado do Juruá. Vozes que na verdade gritavam contra o isolamento e também contra tantas promessas de integração do Acre via BR 364.
Mas, em 2011, as vésperas do Jubileu da condição oficial de Estado, o povo acreano assistiu (o autor estava lá) em solenidade simbólica no Vale do Jurupari a declaração do governador Tião Viana de abertura definitiva, de inverno a verão, da BR 364. Consolidava-se com este ato a Revolução da Integração, iniciada com Orleir Cameli, porém capitaneada a pulso firme por Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana.
Assim, o Acre chega ao presente com mais uma vitória, com mais uma revolução. E nesse processo evolutivo, outras tantas virão, mas agora o Acre unido e mais forte se consolida para quando necessário gritar a uma só voz: “lutaremos com a mesma energia, sem recuar, sem cair, sem temer”.

(Apesar de se valer de momentos históricos devidamente registrados, este texto não representa um estudo histórico, tratando-se de uma dissertação livre que expressa a opinião do autor)

Literatura de referência:

SOUZA, Carlos Alberto Alves. História do Acre. Rio Branco: Paim, 1995.

* Marcelo Siqueira é professor do curso de enfermagem do Campus Floresta da UFAC



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Embiaras de Santo Antônio

"Quando chega o mês de junho bate um frio aqui no norte, eu acendo uma fogueira pro povo ficar mais forte"


Fogueiras de Junho - Leandro Altheman e Haru Xinã




Ontem, no bairro Santa Terezinha já se podiam ver as primeiras fogueiras do ano. É Santo Antônio minha gente! E com a aproximação dos debates eleitorais, vamos às tradicionais "embiaras".

Inferno Astral

- Vagner Sales parece estar vivendo seu Inferno Astral. Teve que afastar se filho do cargo que ocupava na administração pública. A ação que em qualquer outro momento poderia ser interpretado como gesto de boa vontade, em véspera de campanha soa eleitoreiro, oportunista, e por que não dizer, desesperado.

Balança

- A bem da verdade, a prática do nepotismo não é exclusividade de Vagner Sales e também há exemplos fartos da mesma prática no campo do 'garantido'. A diferença é que Tião Viana não é candidato.

Empate Técnico 


- Os boatos de pesquisas eleitorais (pelo menos três já foram feitas) que correm a cidade apontam a tese de um empate técnico entre Henrique Afonso e Vagner Sales. A campanha nem começou e a balança pode ainda pender para qualquer um dos dois lados, mas as circunstâncias favorecem Henrique Afonso. A avaliação popular de Vagner Sales, fica muito atrás da avaliação do governo Tião Viana no Juruá. Isto é fato comprovável por pesquisa. Só que Tião Viana, não é o candidato.

Multa

- Vagner foi condenado a pagar multa de 10 mil reais por propaganda eleitoral antecipada. Junto com ele os sites AC 24 Horas e a Tribuna do Juruá que republicaram a matéria escrita provavelmente pela sua assessoria. Para o MP e para a Justiça Eleitoral a republicação de trecho de discurso de Vagner durante a entrega de equipamentos caracterizou que ele estivesse pedindo votos.

Imparcialidade

- A reportagem feita pelo site Juruá On Line (Genival Moura) sobre a mesma entrega de equipamentos foi arrolada ao processo como um exemplo de que se pode divulgar ações do poder público, sem necessariamente caracterizar a chamada "campanha extemporânea".

Propaganda do adversário?

- Verdade seja dita, que no mesmo discurso, Vagner Sales agradeceu as emendas parlamentares nomeando seus autores, inclusive Henrique Afonso, seu adversário na campanha. A menção, contudo, não foi publicada.

Boi babão

- Em termos de babação, a torcida do "garantido"  ainda ganha com alguns litros de vantagem do "caprichoso". A diferença, mais uma vez, é que Tião não é candidato.

Nariz de Cera

- Uma matéria de assessoria (re)publicada, por exemplo, no Página 20, tratando também de entrega de equipamentos, só que pelo governo, tinha um "nariz de cera" tão grande que se tornava praticamente imprestável para ser lida no rádio. Dois parágrafos de babação para somente no terceiro entrarem as informações. o "nariz de cera" que foi abandonado no jornalismo praticamente na década de 50, parece que voltou à moda. A Revista Veja gostou tanto que fez uma matéria inteira só com "nariz de cera". Parágrafos e mais parágrafos de opinião sem informações relevantes.  

terça-feira, 12 de junho de 2012

Para parcela importante dos trabalhadores rurais, fogo ainda é única alternativa


Apesar dos avanços, os programas de governo ainda não serão suficientes para atender aos mais de 23 mil trabalhadores da zona rural de Cruzeiro do Sul. A dificuldade foi admitida pelo gerente da SEAPROF, Franco Severiano.
A situação cria um impasse entre Governo do Estado, trabalhadores rurais e os Ministérios Públicos Estadual e Federal com relação às queimadas. Por ordem judicial as queimadas estão proibidas em todo estado. A proibição deve vigorar também no Juruá, onde até o ano passado, era tolerada a queima de até um hectare. Mas para os produtores que não tiverem acesso a novas tecnologias, não restará alternativa senão queimar para a preparação do solo.
O calcário, por exemplo deverá beneficiar aproximadamente duas mil, das cerca de cinco mil e seiscentas famílias  de Cruzeiro do Sul. A prioridade do calcário será para as cadeias produtivas do coco e da farinha. 
 “O Governo do Estado adquiriu neste ano quatro mil toneladas de calcário que devem beneficiar duas mil famílias: um hectare por produtor. No próximo ano, o governo deverá adquirir outras seis mil toneladas.”, explica Franco.
O programa de mecanização também deverá ser ampliado este ano.
“O governador entregou recentemente 350 equipamentos para que os trabalhadores rurais possam fazer uma agricultura menos agressiva. Para o Vale do Juruá virão seis tratores de esteira para fazer a ‘limpa’  e a destoca (retirada de tocos) sem a prática do fogo. Também solicitamos do IMAC uma lista daqueles produtores que desmataram além da área limite de produção este ano para que eles possam ser beneficiados pelos programa de destoca e enleiramento de áreas”. (restos vegetais são arrumados para serem incorporados ao solo como adubo)
Mas nem todas as áreas são mecanizáveis e muitos produtores deverão ficar de fora deste programa.
Para Franco, a aposta mais segura para substituição do uso do fogo a médio e longo prazo, é a adubação verde.
“O calcário não resolve 100% do problema, mas reduzindo a acidez do solo, facilita a substituição do fogo pela adubação verde. A mecanização tem que ser feita com cuidado, pois o solo tende a se empobrecer quando se mexe demais. Temos uma parceria com a Embrapa para difundir tecnologias de adubação verde. Os primeiros resultados do uso desta tecnologia na região são muito positivos.”
Outra aposta que tem dado bons resultados é a piscicultura. “No ano passado construímos mais de 300 tanques para piscicultura. Sabemos que não vamos poder resolver o problema de todos agricultores com um toque de mágica, mas precisamos que eles estejam organizados em associações e cooperativas, para que os programas de governo possam chegar até eles.”, conclui

Criminoso troca balas com a polícia em Cruzeiro do Sul

Este texto é baseado em um ´escorregão` de um colega jornalista, que durante uma entrevista coletiva, ao invés de perguntar ao delegado se houve 'troca de tiros' , perguntou se houve 'troca de balas'. Errar é humano e mais comum do que se imagina, principalmente em momentos como este. Mas eu não poderia deixar passar batido, um tema tão divertido e fértil, para uma pequena novela cômica. E para fazer jus a máxima 'perco o amigo, mas não a piada'. Aí vai.

Criminoso "troca balas" com a polícia em Cruzeiro do Sul    

Momentos de tensão. O policial suado, vestindo uma camisa negra, protege-se atrás de uma coluna. Do outro lado está o criminoso, com cara de 'tudo ou nada'.

- O que você tem aí?
- Eu tenho uma dúzia de balas sete belo, e você?
- Eu tenho uma babalu recheada de morango!
- Joga o babalu, que eu jogo as sete belo!
- Você primeiro!
- Não, você primeiro

O policial, sem ter outra escolha, acaba cedendo e jogando a babalu recheada de morango. O criminoso joga as balas sete belo ao chão. O policial pára para contá-las e quando percebe que foi enganado, grita:

-Aqui não tem uma dúzia, são apenas nove balas, seu maldito!

Tem inicio uma perseguição implacável pelas ladeiras esburacadas do bairro João Alves. O criminoso é finalmente encurralado entre uma fossa destampada e um esgoto a céu aberto.

***

Na coletiva com o delegado, o repórter pergunta:

-Houve troca de balas com a polícia?

- Sim houve troca de balas, mas nosso policial, homem preparado, não se deixou enganar. Perseguimos o criminoso até o seu esconderijo. No local, havia muitos doces, balas e bombons roubados e ele mantinha Joãozinho e Maria em cárcere privado. Tratava-se na verdade de um plano maquiavélico para acabar com o Dia dos Namorados com um derrame de doces falsos. Prendemos junto com seus comparsas, dezenas de barras de chocolate e três pirulitos de uso exclusivo das Forças Armadas.

***

Ao fim da coletiva, os jornalistas sentem falta de um colega:

- onde está o outro repórter
- ele foi fazer uma matéria, sobre bala perdida


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sem licenciamento, incêndios florestais podem ser ainda maiores, alerta gerente do IMAC

Impedido judicialmente de emitir licença, IMAC teme que a necessidade leve os agricultores a praticarem as queimas sem os devidos cuidados, aumentando o risco de que as chamas invadam a floresta

Por determinação da Justiça Federal as queimadas estão proibidas em todo estado do Acre. Até o ano passado, a queima de até um hectare o vale do Juruá ainda era tolerada pelo Ministério Público. Neste ano, esta “tolerância” chegou fim.
O Governo do Estado entrou no STF contra a decisão pedindo que o prazo para acabar com as queimadas fosse estendido até 2018.
Enquanto a decisão não sai, o IMAC, réu no processo ajuizado pelo MPE/MPF, está impedido judicialmente de emitir qualquer licença para queima. Isaac Hibernon, gerente do IMAC no Juruá teme que possam ocorrer queimas ilegais, sem qualquer controle ou fiscalização, aumentando o risco de incêndios florestais, como os que ocorreram em anos anteriores.
“Quando emitimos uma licença, sabemos o tamanho e o local da área licenciada, exigimos que sejam abertos aceiros, evitando que o fogo se espalhe. Sem o licenciamento isso fica em aberto e o agricultor pode ser levado a praticar a queima de maneira criminosa, para fugir da responsabilidade.”


Com a retirada do escritório do IBAMA, as atribuições do IMAC aumentaram consideravelmente e o órgão poderá não ter pernas para impedir as queimadas ilegais.



“A saída do IBAMA nos trouxe vários problemas. Nossa estrutura melhorou, mas ainda assim, toda esta demanda dos cinco municípios do vale do Juruá recai sobre nós”

Tião Bocalom (PSDB) sob suspeita

Candidato favorito à prefeitura de Rio Branco, segundo o TCE, Bocalom teria recebido indevidamente diárias da Câmara de Acrelândia.

TCE questiona supostas diárias recebidas por Tião Bocalom da Câmara de Vereadores de Acrelândia, em

Do Jornal Página 20 

Escrito por Archibaldo Antunes

Fato foi divulgado durante debate do programa Tribuna Livre e irritou o pré-candidato tucano e assessores

O papel de paladino da ética desempenhado nas últimas eleições pelo pré-candidato à prefeitura de Rio Branco pelo PSDB, Tião Bocalom, recebeu o primeiro golpe ontem, durante a exibição do programa Tribuna Livre, da TV Rio Branco, canal 8. Bocalom foi confrontado durante o debate por um documento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em que ele aparece como beneficiário de nove diárias pagas em 2010 pela Câmara de Vereadores de Acrelândia, município do qual foi prefeito por três mandatos.

Apresentado por um dos debatedores do Tribuna Livre, o fato enervou o tucano e sua assessoria. Bocalom negou ter recebido dinheiro público, primeiro afirmando se tratar de um mero erro de digitação do seu CPF no lugar do CPF do ex-presidente da Câmara de Acrelândia, Fernando José da Costa, o Pinté, assassinado em 2010. Em seguida, munido de documentos que supostamente comprovariam o erro, disse que não descartava a possibilidade de que tudo fosse “armação do governo” para prejudicar sua imagem.

DENÚNCIA contra Bocalom acirrou os
ânimos durante a gravação do Tribuna Livre

As cópias dos documentos não foram deixadas na emissora, apesar de analisadas pelos integrantes do Tribuna Livre. Neles constam o nome do ex-presidente da Câmara de Vereadores, os números de cheques emitidos e cópia de pedido de diárias nos mesmos valores questionados pelo TCE. Não há, porém, nenhum documento oficial do órgão constatando o suposto erro.

Tião Bocalom também disse não saber como seu nome e número de CPF teriam aparecido de forma equivocada em um documento de pagamento de diárias a Fernando José da Costa, o Pinté. Por não ser servidor da Câmara de Vereadores do município, ele não teria direito a receber diária. O caso está sendo analisado por técnicos do tribunal.
Irritação

Visivelmente abalados com a denúncia, os assessores de Tião Bocalom passaram, no intervalo do programa, a bater boca com os participantes do Tribuna Livre e com a sua produção. O jornalista Jairo Carioca, assessor de imprensa do deputado Major Rocha, também do PSDB, questionou o fato de a denúncia não ter sido “aprofundada” antes de ser veiculada no debate. Depois passou a dizer que a emissora estaria fazendo “celeuma” com o caso.

sábado, 9 de junho de 2012

Imagem do Dia

Sugestão para a Friagem

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Professor universitário explica como era feita a arrecadação de dinheiro das bolsas do CNPQ

Em seu blog pessoal, o professor Paulo Wadt esmiuçou as denúncias contra o professor André Melhorança.

Leia Aqui

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Transubstanciação

Seria a hóstia, um placebo?

James Arthur faz parte de um grupo de pesquisadores que acreditam que o encontro dos homens primitivos com determinadas plantas tenham impulsionado um novo degrau na evolução da consciência humana.

Em seu livro:  “Mushrooms and Mankind” (Cogumelos e a humanidade), Arthur defende a tese de que o uso de plantas para se acessar a divindade é tão antiga quanto a própria humanidade e que este seria o mistério maior por trás da doutrina da Transubstanciação. Para ele, a hóstia seria na verdade, um "placebo" ao uso de substâncias que levavam a um desdobramento da consciência.

"Na tradição católica, esta substância (corpo/soma) foi substituída pela doutrina da ‘transubstanciação’, em cujas cerimônias os padres clamam a habilidade de transformar uma bolachinha redonda (a hóstia) no Corpo de Cristo literal; ou seja, um susbtituto, ou placebo.” - James Arthur, “Mushrooms and Mankind”

Alimento dos Deuses?

Seriam os cogumelos a verdadeira comida dos deuses? Será que eles contém uma substância alucinógena que era conhecida e usada por antigas culturas e seus sacerdotes para ter acesso ao mundo dos Deuses?

Leia mais aqui

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Professor universitário acusado de desvio rebate acusações


Acusado de desviar recursos do CNPQ, o professor universitário André Melhorança se defendeu das acusações, dizendo que as bolsas são depositadas diretamente nas contas dos alunos e que não passam por suas mãos. O professor ainda levantou uma série de questionamentos a respeito da matéria veiculada no site AC 24 horas.
“Se houve desvio, para onde foi este dinheiro? Se existe este processo no MP, porque não fui notificado? Esta é na verdade uma notícia requentada, tudo isso já foi respondido em sindicância interna na UFAC”.   
Segundo o professor Olavo Viana, presidente da Comissão de Processo Disciplinar, após o arquivamento do processo uma nova comissão foi instaurada a partir do pedido da reitora Olinda Batista.
Olinda Batista também é alvo de investigação pelo MPF/AC por improbidade administrativa. Segundo a ação ajuizada pelo MPF a reitora cometeu ilegalidade ao incorporar benefícios aos seus próprios vencimentos, causando prejuízo de nove milhões de reais à instituição.
As acusações ao professor André Melhorança partiram de alunos do curso de agronomia e do professor universitário Paulo Wadt.
O professor acredita que possa estar sendo vítima de perseguição por ser um formador de opinião e um sindicalista dentro da UFAC.