terça-feira, 12 de junho de 2012

Para parcela importante dos trabalhadores rurais, fogo ainda é única alternativa


Apesar dos avanços, os programas de governo ainda não serão suficientes para atender aos mais de 23 mil trabalhadores da zona rural de Cruzeiro do Sul. A dificuldade foi admitida pelo gerente da SEAPROF, Franco Severiano.
A situação cria um impasse entre Governo do Estado, trabalhadores rurais e os Ministérios Públicos Estadual e Federal com relação às queimadas. Por ordem judicial as queimadas estão proibidas em todo estado. A proibição deve vigorar também no Juruá, onde até o ano passado, era tolerada a queima de até um hectare. Mas para os produtores que não tiverem acesso a novas tecnologias, não restará alternativa senão queimar para a preparação do solo.
O calcário, por exemplo deverá beneficiar aproximadamente duas mil, das cerca de cinco mil e seiscentas famílias  de Cruzeiro do Sul. A prioridade do calcário será para as cadeias produtivas do coco e da farinha. 
 “O Governo do Estado adquiriu neste ano quatro mil toneladas de calcário que devem beneficiar duas mil famílias: um hectare por produtor. No próximo ano, o governo deverá adquirir outras seis mil toneladas.”, explica Franco.
O programa de mecanização também deverá ser ampliado este ano.
“O governador entregou recentemente 350 equipamentos para que os trabalhadores rurais possam fazer uma agricultura menos agressiva. Para o Vale do Juruá virão seis tratores de esteira para fazer a ‘limpa’  e a destoca (retirada de tocos) sem a prática do fogo. Também solicitamos do IMAC uma lista daqueles produtores que desmataram além da área limite de produção este ano para que eles possam ser beneficiados pelos programa de destoca e enleiramento de áreas”. (restos vegetais são arrumados para serem incorporados ao solo como adubo)
Mas nem todas as áreas são mecanizáveis e muitos produtores deverão ficar de fora deste programa.
Para Franco, a aposta mais segura para substituição do uso do fogo a médio e longo prazo, é a adubação verde.
“O calcário não resolve 100% do problema, mas reduzindo a acidez do solo, facilita a substituição do fogo pela adubação verde. A mecanização tem que ser feita com cuidado, pois o solo tende a se empobrecer quando se mexe demais. Temos uma parceria com a Embrapa para difundir tecnologias de adubação verde. Os primeiros resultados do uso desta tecnologia na região são muito positivos.”
Outra aposta que tem dado bons resultados é a piscicultura. “No ano passado construímos mais de 300 tanques para piscicultura. Sabemos que não vamos poder resolver o problema de todos agricultores com um toque de mágica, mas precisamos que eles estejam organizados em associações e cooperativas, para que os programas de governo possam chegar até eles.”, conclui

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