Apesar dos avanços, os programas de governo ainda não serão
suficientes para atender aos mais de 23 mil trabalhadores da zona rural de
Cruzeiro do Sul. A dificuldade foi admitida pelo gerente da SEAPROF, Franco
Severiano.
A situação cria um impasse entre Governo do Estado,
trabalhadores rurais e os Ministérios Públicos Estadual e Federal com relação
às queimadas. Por ordem judicial as queimadas estão proibidas em todo estado. A
proibição deve vigorar também no Juruá, onde até o ano passado, era tolerada a
queima de até um hectare. Mas para os produtores que não tiverem acesso a novas
tecnologias, não restará alternativa senão queimar para a preparação do solo.
O calcário, por exemplo deverá beneficiar aproximadamente
duas mil, das cerca de cinco mil e seiscentas famílias de Cruzeiro do Sul. A prioridade do calcário
será para as cadeias produtivas do coco e da farinha.
“O Governo do Estado
adquiriu neste ano quatro mil toneladas de calcário que devem beneficiar duas
mil famílias: um hectare por produtor. No próximo ano, o governo deverá
adquirir outras seis mil toneladas.”, explica Franco.
O programa de mecanização também deverá ser ampliado este
ano.
“O governador entregou recentemente 350 equipamentos para
que os trabalhadores rurais possam fazer uma agricultura menos agressiva. Para
o Vale do Juruá virão seis tratores de esteira para fazer a ‘limpa’ e a destoca (retirada de tocos) sem a prática
do fogo. Também solicitamos do IMAC uma lista daqueles produtores que desmataram
além da área limite de produção este ano para que eles possam ser beneficiados
pelos programa de destoca e enleiramento de áreas”. (restos vegetais são
arrumados para serem incorporados ao solo como adubo)
Mas nem todas as áreas são mecanizáveis e muitos produtores
deverão ficar de fora deste programa.
Para Franco, a aposta mais segura para substituição do uso
do fogo a médio e longo prazo, é a adubação verde.
“O calcário não resolve 100% do problema, mas reduzindo a
acidez do solo, facilita a substituição do fogo pela adubação verde. A
mecanização tem que ser feita com cuidado, pois o solo tende a se empobrecer
quando se mexe demais. Temos uma parceria com a Embrapa para difundir
tecnologias de adubação verde. Os primeiros resultados do uso desta tecnologia
na região são muito positivos.”
Outra aposta que tem dado bons resultados é a piscicultura. “No
ano passado construímos mais de 300 tanques para piscicultura. Sabemos que não
vamos poder resolver o problema de todos agricultores com um toque de mágica,
mas precisamos que eles estejam organizados em associações e cooperativas, para
que os programas de governo possam chegar até eles.”, conclui
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