por Augusto Junior *
Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca.
Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma.
Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso
confessar.
Sim, eu confesso…
...
Está insuportável. Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.
É insuportável ligar a tele visão
e ver o culto que se faz ao Monte Sinai, que gera para escravidão.
Os
Gálatas são o nosso jardim da infância. Nós nos tornamos PHDs do
retrocesso à Lei e aos sacrifícios. Pisa-se sobre a Cruz de Cristo em
nome de Jesus. Insuportável! Seja anátema!
É insuportável ver o
culto à fé na fé, e também assistir descarados convites feitos em nome
de Deus para que se façam novos sacrifícios, visto que o de Jesus não
foi suficiente, e Deus só atende se alguém fizer voto de freqüência ao
templo, e de dinheiro aos sacerdotes do engano e da ganância.
Insuportável!
É insuportável assistir ao silêncio de todos os
dantes protestantes—e que até hoje ofendem os cultos afro-ameríndios por
seus sacrifícios, sendo que estes ainda têm razão para sacrificar,
visto que não confessam e não oram em nome de Jesus—ante o estelionato
feito em e do nome de Jesus, quando se convida o povo para sacrificar a
Deus, tornando o sacrifício de Jesus algo menor e dispensável.
Insuportável!
É insuportável ver o povo sendo levado para
debaixo do jugo da Lei quando se ressuscitam as maldições todas do Velho
Testamento, e que morreram na Cruz, quando Jesus se fez maldição em
nosso lugar. Insuportável!
É insuportável ver que para a
maioria dos cristãos a Lei não morreu em Cristo, conforme a Palavra,
visto que mantêm-na vigente como “mandamento de vida”, mas que apenas
existe para gerar culpa e morte, também conforme a Escritura.
Insuportável!
É insuportável ver e ouvir pastores tratando a
Graça de Deus como se fosse uma parte da Revelação, como mais uma
doutrina, sem discernir que não há nada, muito menos qualquer Revelação,
se não houver sempre, antes, durante, depois, transcendentemente e
imanentemente, Graça e apenas Graça. Misericórdia!
É
insuportável ver a Bíblia sendo ensinada por cegos e que guiam outros
cegos, visto que nem mesmo passaram da Bíblia como livro santo,
desconhecendo a Revelação da Palavra da Graça do Evangelho de Deus.
Insuportável tristeza!
É insuportável ver que os cristãos
“acreditam em Deus”, sem saber que nada fazem mais que os demônios
quando assim professam, posto que não estamos nesta vida para reconhecer
que Deus existe, mas para amá-Lo e conhecê-Lo. Insuportável
desperdício!
É insuportável enxergar que a mensagem do
Evangelho foi transformada em guia religioso, no manual da verdade dos
cristãos, mais uma doutrina da Terra. Insuportável humilhação!
É
insuportável ver os que pensam que possuem a doutrina certa jamais
terem a coragem de tentar vivê-la como mergulho existencial de plena
confiança, mas tão somente como guia de bons costumes e de elevados
padrões morais. Insuportável religiosidade!
É insuportável ver
gente tentando “estudar Deus”, e a ensinar aos outros a “anatomia do
divino”, ou a buscar analisar Deus como parte de um processo, no qual
Deus está aprendendo junto conosco, não sabendo tais mestres que são
apenas fabricantes de ídolos psicológicos. Insuportável sutileza!
É insuportável ver que há muitos que sabem, mas que nada dizem; vêem,
mas nada demonstram; discernem, mas em nada confrontam; conhecem, mas
tratam como se nada tivesse conseqüências… Insuportável…
É
insuportável ver que se prega o método de crescimento de igreja, não a
Palavra; que se convida para a igreja, não mais para Jesus; e que a cada
cinco anos toda a moda da igreja muda, conforme o que chamam de “novo
mover”. Insuportável vazio!
É insuportável ouvir pastores
dizendo que o que você diz é verdade, mas que eles não têm coragem de
botar a cara para apanhar, mesmo que seja pela verdade e pela justiça do
evangelho do reino de Deus. Insuportável dissimulação!
É
insuportável ver um monte de homens e mulheres velhos e adultos
brincando com o nome de Deus, posando de pastores, pastoras, bispos,
bispas, apóstolos e apostolas, sendo que eles mesmos não se enxergam, e
não percebem o espetáculo patético no qual se tornaram, e o ridículo de
suas aspirações messiânicas estereotipadas e vazias do Espírito.
Insuportável jactância e loucura!
É insuportável ver Jesus sendo tratado como “poder maior” e não como único poder verdadeiro. Insuportável idolatria!
É insuportável ver o diabo ser glorificado pela freqüência com a qual
se menciona o seu nome nos cultos, sendo que Paulo dele falou menos de
uma dúzia de vezes em todas as suas cartas, e as alusões que Jesus fez a
ele foram mínimas. No entanto, entre nós o diabo está entronizado como o
inimigo de Cristo e o Senhor das Culpas e Medos. E, assim, pela
freqüência com a qual ele é mencionado, ele é crido; e seu poder cresce
na alma dos humanos, a maioria dos quais sabe apenas do Medo da Lei, e
nada acerca da Total Libertação que temos da Lei e do diabo na Graça de
Jesus, que o despojou na Cruz. Insuportável culto!
É
insuportável ver seres humanos sendo jogados fora do lugar de culto por
causa de comida, bebida, cigarro, roupa, sexualidade, ou catástrofes de
existência. Isto enquanto se alimenta o povo com maldade, inveja,
mentira, politicagem, facções, e maldições. Insuportável é coar o
mosquito e engolir o camelo!
É chegada a hora do juízo sobre a Casa de Deus!
De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também
ceifará. A eternidade está às portas. Então todos saberão que não minto,
mas falo a verdade, conforme a Palavra do Evangelho de Jesus.
Com tremor e temor, porém certo da verdade de Jesus!
* Augusto Júnior é evangélico de orientação calvinista
terça-feira, 5 de junho de 2012
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Boa escolha do texto, Leandro. Admiro sua forma de ver Deus, gosto da forma que você aborda o tema. Vou compartilhar no minhascolinas.
ResponderExcluirUm abraço.
Achei justo publicar a nota, uma vez que tenho criticado tanto certos comportamentos e atitudes no meio evangélico. O jovem cruzeirense Augusto Jr. em seu texto, demonstrou sinceridade e uma visão que não me passaram despercebido. Abçs
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