Por Valterlúcio Campelo
do Blog Valterlúcio Comenta
A "serva evangélica" causou surpresa ao se lançar candidata à prefeitura
de Rio Branco sabendo que não terá a mínima chance de ser eleita. Qual
seria seu interesse? Vejamos as possibilidades.
Alguns diriam que se trata de estratégia para se tornar mais conhecida e
tal. Não bate. Este rito ela já cumpriu desde que foi candidata pela
primeira vez e ficou conehcida como a candidata minhoca (a filha da
terra). Pilotando partidecos, atraindo crentes ingênuos e manuseando
verbas encaixotadas, a Antonia Lucia é hoje mais conhecida no Acre do
que alguns políticos que nos anos oitenta já pegavam carona no fusca do
Nilson Mourão.
Quer aproveitar para disseminar a doutrina e princípios
evangélicos? Também não bate. Igreja não é partido político, o evangelho
não é ideologia política, e, sinceramente, não seria a Antonia Lucia
que faria o melhor discurso cristão, não é mesmo? Se o interesse fosse
esse as igrejas escalariam gente mais preparada.
Está a serviço do governo que quer fracionar os votos da oposição,
como conjecturam alguns analistas? Sabe-se lá, mas se for, sinto dizer,
está vendendo o que não tem. Talvez até seja contraproducente. Não
consta que os votos dados à Antonia Lucia sejam votos de oposição a quem
quer que seja. Na grande maioria, são votos daquela massa alienada e
disforme que poderia ir mais facilmente com o candidato do governo do
que com a oposição. Sei. Alguém pode dizer que para desfalcar a
verdadeira oposição, ela vai adotar um discurso oposicionista
devidamente medido e pesado. Duvido que isso "cole" em Rio Branco, uma
cidade pequena e de muros baixos. Ninguém que seja crítico ao governo
confiaria em um projeto liderado pela candidata. Além disso, os dois
candidatos oposicionistas já ocuparam todos os espaços possíveis e estão
com o discurso afiado, inclusive contra a candidata.
Concluo que o único objetivo possível da Antonia Lucia como
candidata será tentar fazer uma clivagem que coesione setores
evangélicos em torno de si. Explico. Aproveitando que nenhuma das outras
chapas apresenta um evangélico, ela fará disso um preconceito
(evidentemente falso) contra os crentes e, alimentando um sentimento de
reação, tentará reunir eventuais apoios tranformando-se deste modo na
"defensora" dos evangélicos, o que significa aumento de "musculatura"
para próximas eleições. Mesmo assim, ela corre o rsico de obter uma
votação pífia e se estrepar de vez. Isto serve ao candidato do governo?
Duvido. A não ser que esteja em causa a possibilidade de não haver
segundo turno, o que não parece razoável.
Enfim, a "serva" não serve à cidade, ao governo ou à oposição. Talvez se sirva. Veremos.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
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