quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Pautas ambientais e indígenas: onde estão no debate?

Já seria de se esperar que as pautas ambientais e indígenas estariam no rodapé de qualquer discussão presidencial.

O que ocorre contudo, é muito mais grave.

De um lado há, a ameaça real de um candidato que declara-se frontalmente contra as pautas ambientais e indígenas.

Do outro, temos, ao lado de Ciro Gomes, Katia Abreu, que dispensa apresentações. Ao lado de Haddad, Manoela D’Ávila, que ainda que pese seu perfil progressista em tantas questões, no que se refere a estas pautas, permanece atrelada a uma visão de que tais assuntos seriam contrários aos interesses nacionais. Não é demais lembrar o papel que o PCdoB teve na aprovação do novo código florestal, para satisfazer interesses justamente do grupo representado por Kátia Abreu.
Nesse sentido, as duas chapas compartilham da mesma miopia do nacional desenvolvimentismo, que ainda não soube olhar com a devida atenção para o potencial destas pautas para a nação.

Marina Silva, por seu turno, parece ter essa visão. Ao menos é o que sugerem declarações a respeito do potencial ambiental e humano do país. Contudo Marina Silva, parece sempre estar sempre um passo atrás no debate político e ainda empenha-se em cativar eleitores de uma parcela de classe média que já aderiu a Bolsonaro. Sua insistência no tema da corrupção e no seu juridiquismo quando estes já foram dragados pela espiral dos debates só mostra sua falta de ‘feeling’.

No outro polo temos Sônia Guajajara, onde estas pautas assumem tons mais ligados às demandas das comunidades afetadas diretamente pelo nacional-desenvolvimentismo do que aos gabinetes do Ibama e ICMBio.
A chapa Boulos-Guajajara contudo, não decolou minimamente e amarga pífios 0,7%. Ainda assim, mesmo nessa chapa, tais pautas sequer ocuparam o rodapé das discussões.

O máximo que poderemos ter para estas eleições, seria uma pactuação no segundo turno através da condicionante de apoio mediante compromissos de agenda.

É o que temos para hoje.

Para amanhã, quem sabe rediscutir e aprofundar o papel destas pautas em um programa de desenvolvimento, e mais do que isso, repactuar mesmo o sentido de (pluri)nação.

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