domingo, 2 de junho de 2013

Dilma a ambidestra, quebra as pernas e dá muleta


"A facilidade com que ainda se massacram os direitos e as vidas dos índios é uma homenagem que o Brasil presta ao seu passado genocida. Nisso o Judiciário não tem as mãos menos sujas de sangue do que os portadores das armas assassinas. As liminares e outros volteios judiciais que facilitam a usurpação de terras reconhecidamente indígenas, como se dá agora com a área Buriti, em Mato Grosso do Sul, são uma via direta para a miséria e a morte das populações indígenas."

Jânio de Freitas 02/06/2013 - Folha de S.Paulo


Nesta semana entrevistei o coordenador regional do Programa "Viver Sem Limites" do Governo Federal, destinado às pessoas portadoras de deficiência. O mesmo me apresentou os diferentes pontos do programa, que incluem desde verba específica para os municípios adequarem a acessibilidade aos portadores de deficiências, até ao financiamento para adaptação de residências.

É impossível deixar de notar que o que existe ali, é muito mais do que um programa. É possível ver nas entrelinhas um sentido de cuidar, de elevar a condição humana destas pessoas. Há um toque quase maternal no programa. Impossível também, deixar de notar que o sentido de superação, com ou sem Dilma, é um dos instintos mais poderosos do ser humano e da própria natureza.

Mas é impossível também deixar de comparar a maternal Dilma dos deficientes, dos pobres, dos desamparados, com a bestial Dilma que usa o mesmo poder do Estado para massacrar os povos indígenas.

E fica a pergunta: Porque?

Como uma gestora pode ser tão humana com uma minoria, e tão desumana com outra?

Talvez a diferença seja que os índios andam com suas próprias pernas e nada mais querem do que o seu direito ancestral à terra, ao seu modo de vida e à sua cultura. Eles não precisam da ajuda caridosa de ninguém, muito menos de Dilma.

O que leva Dilma a quebrar as pernas de quem caminha, para depois oferecer muletas?

A mensagem institucional da Copa do Mundo não deixa dúvida: Dilma ambiciona tornar o Brasil uma espécie de "democracia sueca" para inglês ver. E nesta "democracia sueca", parece não haver lugar para quem caminha com as próprias pernas.

Não estou repetindo apenas o velho discurso direitista de que o Bolsa Família "sustente vagabundos". Há vagabundos muito mais nocivos em todos os escalões do governo, abrindo as portas (e as pernas) para favorecer outros tantos que apesar da arrogância, também não se sustentam sem o aparato estatal. São muletas bem mais caras que o bolsa família: o apoio às construtoras, hidrelétricas, mineradoras, petroquímicas, financeiras, e etc.

Depois que os povos indígenas não puderem mas caçar ou pescar, por que suas terras estão tomadas pelo agronegócio, por madeireiras. mineradoras e hidrelétricas, Dilma deverá oferecer também a eles uma muleta. Quem sabe algum "bolsa-sardinha" para que eles comprem o que precisam no supermercado mais próximo?

Dilma mesmo, não caminha com suas próprias pernas. O monstro político por ela comandado é uma espécie de Frankeinstein em que a cabeça é socialista, o coração é populista, e as pernas, são ruralistas.

Mas há também espaço para a diversidade: um braço do monstro é homoafetivo e o outro é evangélico. Isso mesmo, não se enganem, braços balançam em direções opostas, apenas para dar equilíbrio ao movimento.

E o rabo?

Bem, o rabo é de todos nós brasileiros, que ainda esperamos que um dia, educação e cultura de qualidade, possam fazer com que todos caminhem com as suas próprias pernas.

***

*A alcunha de "ambidestra"- foi dada a Dilma pela antropóloga Manuela Carneiro, durante uma entrevista ã Folha de S. Paulo. Leia aqui.

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