O Brasil está atualmente passando por um colapso
generalizado de sua infra-estrutura. Há problemas com portos, aeroportos,
transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e as
alíquotas são extremamente elevados. Os brasileiros não vêem nenhuma razão para
ter essa infra-estrutura ruim quando há tanta riqueza altamente tributada. Nas
capitais as pessoas passam até quatro horas por dia no trânsito, ou em seus
carros ou transporte público lotado que é de muito má qualidade.
O governo brasileiro tem tomado medidas corretivas
para controlar a inflação, cortando impostos e ainda não se deu conta de que o
paradigma deve mudar para uma abordagem focada na infra-estrutura. Ao mesmo
tempo, o governo brasileiro está se reproduzindo em pequena escala o que a
Argentina fez há alguns anos atrás: evitar austeridade e impedir o aumento das
taxas de juros, que está levando a alta inflação e baixo crescimento.
Além do problema de infra-estrutura, existem vários
escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que estão
sendo julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo
de corrupção da história do Brasil, finalmente, terminou com a condenação dos
réus e, agora, o governo está tentando reverter o julgamento, usando manobras
por meio de emendas constitucionais inacreditáveis: uma, a PEC 37, que irá
aniquilar os poderes de investigação dos promotores do ministério público delegando
a responsabilidade de investigação inteiramente à Polícia Federal. Além disso,
outra proposta visa submeter as decisões do Supremo Tribunal Federal ao
Congresso - uma violação completa dos três poderes.
Esses são, de fato, as revoltas dos brasileiros.
Os protestos não são meramente isolados, feitos por
movimentos sindicalizados ou motins extrema esquerda, como parte da imprensa
brasileira diz. Não é uma rebelião adolescente. É a revolta da parte mais
intelectualizada da sociedade que quer colocar um fim a essas questões
brasileiras. O jovem nacional de categoria média, que tem sido sempre
insatisfeito com o esquecimento político, está agora a "despertar" -
nas palavras dos manifestantes.
Fonte: CNN - traduzido
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