segunda-feira, 19 de maio de 2014

Juiz Federal Eugênio Rosa além de burro, é fariseu

Ao não reconhecer os cultos afro-brasileiros como religiões, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, além de provar sua total ignorância sobre o tema da religião, seu autoritarismo e  fundamentalismo, mas também deixa revelar traços de um flagrante farisaísmo.

Dizer que uma religião para ser reconhecida como tal, deve obrigatoriamente ter um “texto-base”, significa dizer que o judaísmo e o cristianismo também não eram religiões antes de terem sido escritas.

Aparentemente o juiz desconhece o próprio cristianismo.

Explico. É consensual que os textos considerados sagrados para cristãos, judeus e muçulmanos que compõe o chamado Velho Testamento, derivam de histórias que antes de serem escritas, eram repassadas através da oralidade.

Ou será que o juiz pensa que foi Adão quem escreveu o Gênesis?

Boa parte das narrativas do Gênesis eram histórias para serem contadas ao pé da fogueira, após um dia de pastoreio entre as ovelhas e cabras. Ou seja, em essência, não diferem das histórias que compõe a tradição oral de cultos africanos e indígenas.

Os Salmos foram antes poesias para serem declamadas, aprendidas através da oralidade. Somente depois do cativeiro da babilônia é que foram escritas.

E o que dizer de Jesus?

Se Eugênio Rosa fosse juiz em 30 d.C. Os ensinos de Jesus não teriam valor algum. Afinal de contas, o que ele dizia ainda não estava escrito. Paulo escreveu suas famosas cartas, somente 50 anos depois e o Novo Testamento, tal como conhecemos, só ficou “pronto” no século II depois de Cristo.

Ou seja, além de burro, é também um fariseu.

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