Leandro Altheman
Aproveito o momento oportunizado pelos recentes debates em nossa Cruzeiro do Sul acerca do tema da saúde, para trazer minha contribuição, nada ortodoxa, às discussões.
Esta é uma primera postagem, da qual pretendo inciciar uma série abordando este tema.
Minha exposição baseia-se não tanto em crenças e sim sobretudo, no que se insere dentro da perspectiva temática do novo paradigma da ciência, já elucidada pela OMS durante Convenção de Veneza.
Em minha mais recente viagem ao Peru, desta vez na região conhecida como Selva Baixa no médio Ucayally, conheci povos com elevado grau de conhecimento das medicinas naturais.
Grande parte das plantas, ervas, cascas, sementes e raízes utilizadas por eles são também de conhecimento deste lado da fronteira, especialmente neste Extremo Ocidente.
No entanto alguns fatores contribuiem para que no Peru, tais conhecimentos estejam em um nível mais elevado d econhecimento. O primeiro é que muito antes da formação do Império Inca, já havia entre estes povos o costume de realizar trocas de toda ordem entre os diferentes povos e regiões. Com isso, houve uma difusão de conhecimentos e práticas que ampliou enormemente a farmacopéia de cada povo. Ao passo que no Brasil, o estado de maior isolamente entre povos e culturas, limitou o conhecimento de cada grupo.
O segundo fator é o estado de precariedade do sistema de saúde pública do Peru. Recorrer a tais medicinas tem sido, portanto, há séculos, uma questão de sobrevivência.
O estado de organziação do Império Inca e dos diferentes "Ayllus" permitiu a criação de uma classe de médicos (inclusive cirurgiões), curandeiros, ervateiros, raizeiros e especialistas de diversas ordens.
O grau de conhecimento deste médicos era tão elevado que durante séculos, os espanhóis e seus descenedentes preferiam tratar-se com os nativos de que com seus pares. Portanto, mesmo após a queda do império, tais médicos continuaram tendo uma função social.
Da região conhecida como Selva Baixa ou Omágua advinham as mais poderosas medicinas que eram utilizadas em todo o império, dentre elas a própria ayahuasca. Tais trocas interregionais continuam acontecendo até hoje e são a base de sustento para uma classe.
Alguns destes medicamentos naturais foram apropriados pela ciência que por sua característica reducionista e analítica , a reduziu a princípios ativos hoje largamente empregados pela medicina e muitos outros em fase de estudo.
Dentre estes pode-se citar a cocaína princípio ativo da Folha de Coca usado com base na produção de analgésicos e infelizmente, vício endêmico nas sociedades urbanas do ocidente. Merece um estudo de caso o fato de que como uma folha considerada um remédio milagroso, auxiliar do sistema nervoso, se transformou em uma das maiores chagas da humanidade.
Este será o ponto de partida da próxima postagem, onde colocarei em cheque o reducionismo da ciência e a necessidade de superá-la a bem do progresso da humanidade.
Aproveito o momento oportunizado pelos recentes debates em nossa Cruzeiro do Sul acerca do tema da saúde, para trazer minha contribuição, nada ortodoxa, às discussões.
Esta é uma primera postagem, da qual pretendo inciciar uma série abordando este tema.
Minha exposição baseia-se não tanto em crenças e sim sobretudo, no que se insere dentro da perspectiva temática do novo paradigma da ciência, já elucidada pela OMS durante Convenção de Veneza.
Em minha mais recente viagem ao Peru, desta vez na região conhecida como Selva Baixa no médio Ucayally, conheci povos com elevado grau de conhecimento das medicinas naturais.
Grande parte das plantas, ervas, cascas, sementes e raízes utilizadas por eles são também de conhecimento deste lado da fronteira, especialmente neste Extremo Ocidente.
No entanto alguns fatores contribuiem para que no Peru, tais conhecimentos estejam em um nível mais elevado d econhecimento. O primeiro é que muito antes da formação do Império Inca, já havia entre estes povos o costume de realizar trocas de toda ordem entre os diferentes povos e regiões. Com isso, houve uma difusão de conhecimentos e práticas que ampliou enormemente a farmacopéia de cada povo. Ao passo que no Brasil, o estado de maior isolamente entre povos e culturas, limitou o conhecimento de cada grupo.
O segundo fator é o estado de precariedade do sistema de saúde pública do Peru. Recorrer a tais medicinas tem sido, portanto, há séculos, uma questão de sobrevivência.
O estado de organziação do Império Inca e dos diferentes "Ayllus" permitiu a criação de uma classe de médicos (inclusive cirurgiões), curandeiros, ervateiros, raizeiros e especialistas de diversas ordens.
O grau de conhecimento deste médicos era tão elevado que durante séculos, os espanhóis e seus descenedentes preferiam tratar-se com os nativos de que com seus pares. Portanto, mesmo após a queda do império, tais médicos continuaram tendo uma função social.
Da região conhecida como Selva Baixa ou Omágua advinham as mais poderosas medicinas que eram utilizadas em todo o império, dentre elas a própria ayahuasca. Tais trocas interregionais continuam acontecendo até hoje e são a base de sustento para uma classe.
Alguns destes medicamentos naturais foram apropriados pela ciência que por sua característica reducionista e analítica , a reduziu a princípios ativos hoje largamente empregados pela medicina e muitos outros em fase de estudo.
Dentre estes pode-se citar a cocaína princípio ativo da Folha de Coca usado com base na produção de analgésicos e infelizmente, vício endêmico nas sociedades urbanas do ocidente. Merece um estudo de caso o fato de que como uma folha considerada um remédio milagroso, auxiliar do sistema nervoso, se transformou em uma das maiores chagas da humanidade.
Este será o ponto de partida da próxima postagem, onde colocarei em cheque o reducionismo da ciência e a necessidade de superá-la a bem do progresso da humanidade.
Para quem deseja saber um pouco como pensam outros profissionais da área de saúde sonbre o tema, aí vai o link do blog Plantas Medicinais criado por estudantes da Universidade Católica de Brasília.
Muito interessante o tema, Leandro. Estou muito curiosa pra saber mais. Entendo que com uma fauna rica, estamos subaproveitando os benefícios que esta pode trazer "medicinalmente" e consequentemente, espiritualmente.
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