"- Vocês não tem mais o que fazer? Isso é falta de assunto? Vocês estão tomando meu precioso (sic) tempo"
Essa foi a recepção calorosa com que o coronel de barranco Vagner Sales recebeu a imprensa de Cruzeiro do Sul, não na prefeitura, mas na sua "Casa do Povo".
Enquanto as equipes aguardavam a sua chegada, um dos repórteres recebeu uma ligação, proibindo-o de cobrir a pauta. Constrangido, foi obrigado a deixar o recinto, impedido de cumprir a sua função.
Vomitando a sua proverbial arrogância a cada sílaba, Vagner teve o descaramento de dizer que a cobrança além de normal, ainda era "pouco".
Em uma comparação esdrúxula, fez menção aos senadores, deputados e vereadores eleitos que recolhem parte dos vencimentos para os partidos pela qual se elegeram.
Só mesmo muito descaramento para fazer esta comparação.
O denunciante N.S.O. não é mais do que um operador de máquinas. Nem sequer é filiado ao PMDB
Durante a coletiva, Vagner afirmou que as pessoas "concordaram" com o desconto, mediante a assinatura de um termo. E ainda disse: "O PMDB cobra é pouco".
O "Leão" correu
Contudo, apesar da explícita prepotência de quem se acha "dono" da cidade, as equipes de jornalismo fizeram o "leão" correr da sala quando perguntaram porque a prefeitura não estava recolhendo os direitos trabalhistas do funcionário.
O coronel simplesmente levantou-se e foi embora.
Imoral e Ilegal
O promotor Wendy Takao, do MP Acre afirmou que uma investigação sobre o desconto ilegal em folha corre desde de junho deste ano e que já houveram outros denunciantes. O promotor afirma que já foi solicitado um documento da prefeitura com os nomes dos funcionários que tem descontos em folha, e que os documentos enviados pela prefeitura estão incompletos.
Para o promotor, o MP vislumbra no desconto em folha uma ação que fere o princípio constitucional da moralidade administrativa, incorrendo em crime contra a lei de improbidade administrativa
Sobre o não pagamento dos direitos trabalhistas, Wendy Takao disse que deveria ser objeto de investigação pela PF.
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