quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Banco do Brasil quer transformar praça em estacionamento



A direção da agência do Banco do Brasil está pressionando a prefeitura de Cruzeiro do Sul para demolir a praça e parte da ciclovia em frente à agência na Avenida Mâncio Lima e transformá-la em estacionamento para os veículos dos clientes.
As informações partiram de um funcionário do departamento de trânsito. 
Instalada em uma das principais vias da cidade, os clientes da nova agência tem se deparado com o problema de falta de estacionamento, o que resulta muitas vezes em multas por parar em local proibido.
Ao contrário do que acontece na maioria dos municípios brasileiros, Cruzeiro do Sul não dispõe de uma legislação municipal que obrigue os novos empreendimentos a dimensionar em suas obras a questão do estacionamento.

Como resultado, quem paga a conta é a sociedade: falta de vagas para estacionar, trânsito caótico, perda de espaços para pedestres e de áreas de lazer para os automóveis.
Nem mesmo o fundador da cidade escapou.

O primeiro ato de Vagner Sales como prefeito de Cruzeiro do Sul foi a retirada da estátua de Marechal Thaumaturgo. O espaço foi transformado em estacionamento.
Em seguida, a “gamela” do centro cultural foi também convertida em estacionamento, resultando, entre outras coisas na destruição do piso e das calçadas que passaram a servir de acesso aos veículos.

Outro exemplo do resultado da falta de uma legislação municipal para disciplinar os empreendimentos foi o que aconteceu avenida Rodrigues Alves onde o prédio do Super Econômico, acabou transformando vias públicas e calçadas em estacionamento.

A calçada cedeu espaço para um estacionamento improvisado, prejudicando a circulação dos pedestres. Como não é suficiente, o “coqueiro central” (espaço entre os postes, entre as vias) também transformou-se em estacionamento. Os problemas de circulação são agravados durante os horários de maior movimento.

A “avenida do governo”

O mais irônico de tudo é que a prefeitura se recusa a recuperar ou menos manter um serviço regular de limpeza no local. As razões são políticas. A rua é “do governo” e portanto quanto em pior estado estiver, melhor para a imagem dos opositores.

O descaso tem obrigado o governo a manter ele próprio um serviço terceirizado de limpeza e a utilizar o Deracre para fazer a constante recuperação da avenida, tanto no que diz respeito ao asfalto quanto na manutenção da ciclovia, praças, aparelhos de ginástica e de lazer.
Apesar disso, a prefeitura têm a prerrogativa legal de determinara  demolição da praça para transformá-la em estacionamento.

Com uma provável aprovação na Câmara de Vereadores, restaria apenas uma mobilização popular para evitar que um dos poucos espaços de lazer de Cruzeiro do Sul venha a dar lugar a um estacionamento.

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