Cena da animação 'Aware Nanê Putani', mito que conta a história do uso da ayahuasca entre os povos pano |
A conferência recebe o nome Yubaka Hayra, que em Hatxa Kuin
(língua do povo Huni Kuin, grupo indígena mais numeroso do Acre) significa aproximadamente
‘Conversando sobre o que é certo’.
A proposta da realização de uma conferência indígena da
ayahuasca ganhou força após a realização da Segunda Aya Conference, em Rio
Branco-AC, em outubro de 2016. Na ocasião, os povos indígenas manifestaram por
meio de uma carta, suas preocupações com o processo de expansão do uso da
bebida e a patrimonialização da mesma.
A intenção é de que representantes dos 14 povos indígenas do
Acre, participem do evento, além de representantes do Chile e Equador e
pesquisadores da ayahuasca.
Regulamentação
Uma das possíveis discussões será sobre a busca por caminhos
que garantam a livre circulação dos pajés com a ayahuasca. No Brasil, a
regulamentação de uso e transporte da bebida está vinculado ao seu uso
religioso, difundido pelas chamadas religiões ayahuasqueiras.
No caso das comunidades indígenas o aspecto
religioso/espiritual está integrado ao uso cultural tradicional e autônomo da
ayahuasca. Contudo, com o crescente interesse do meio urbano pela ritualística indígena
tradicional, cresce também a importância e a necessidade de regulamentar e
normatizar a circulação da bebida e seus facilitadores.
"A ayahuasca está na base da organização social e comunitária de muitos povos indígenas. Sem essa relação com a espiritualidade através da ayahuasca, percebemos que há uma fragilização da organização social", explica Luis Nukini, coordenador regional da FUNAI - Alto Juruá.
Luis Nukini, coord. regional da FUNAI no Juruá. 'Ayahuasca está presente na base organização social e política dos povos indígenas da região' |
Hoje, o transporte de pequenas quantidade de ayahuasca por indígenas
é apenas tolerado a partir de um entendimento informal da Polícia Federal.
Além da ayahuasca, o kambô, ou vacina do sapo, também será
tema dos debates.
Organizadores
O encontro é organizado pela OPIRJ, OPIRE e OPITAR
(Organizações que presentam respectivamente os Povos Indígenas do Juruá, Envira
e Tarauacá) e recebe o apoio institucional da FUNAI, IFAC (Instituto Técnico
Federal do Acre) e SESAI (Secretaria de Saúde Indígena).
Eu quero ir. Como faz para participar?
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