sábado, 23 de maio de 2009

Yes, Nós temos Tomates!


Pode parar a BR, o Juruá já produz tomate! (brincadeirinha)

Leandro Altheman

O alto preço do tomate e das verduras em geral sempre foi um dos principais argumentos na defesa da construção da BR 364. Claro que esta defesa não podia passar por uma analise mais crítica, uma vez que não há justificativa para que não possamos produzir estes itens no Juruá. Deste modo, a BR que continua sendo uma necessidade e o sonho dos juruaenses, precisa também ser pensada com mais conseqüência pelos próprios.

Tecnologia, boa vontade e trabalho foram capazes de produzir um dos melhores tomates que eu já comi. Juro. Grandes, suculentos, saborosos e sem agrotóxico eles já estão na sua segunda safra em Assis Brasil e Mâncio Lima. Contribuíram para isto, técnicos do SEBRAE e da SEAPROF e é claro, o trabalho árduo dos agricultores.
Muita gente aqui ainda não conhece o valor que tem um alimento produzido sem agrotóxico. Em São Paulo, por exemplo, acontece semanalmente uma feira de produtos orgânicos (sem agrotóxico) que chegam a valer de 50% a 100% a mais do que os “normais”.

A primeira safra foi colhida em agosto do ano passado e esta segunda safra já foi de 16 toneladas. O produto esgotou-se rapidamente nas prateleiras dos mercados e supermercados de Cruzeiro do Sul. Muita gente nem soube que os tomates eram daqui mesmo.

Além do tomate, os agricultores já estão produzindo cenoura, beterraba e repolho. Ainda em uma escala pequena, nada impede que o Juruá se torne auto-suficiente nestes itens. Um dia destes, na Vila São Pedro, um agricultor mostrou as fotos da sua primeira safra de uvas. Ou seja, não há obstáculos que não possam ser superados no setor de produção. Pensar a BR como única alternativa para suprir as mesas juruaenses destes itens é puro absurdo.
Talvez tenhamos que começar a pensar a BR no sentido inverso, ou seja, para que daqui a alguns anos possamos exportar, entre outras coisas, os nossos tomates suculentos, saborosos e sem agrotóxico. Se é para sonhar, para que sonhar pouco?

Um comentário:

  1. Concordo plenamente contudo escrito por ti meu amigo. O "desenvolvimento" definitivamente ñ e a destruição da floresta de forma desplanejada, sem falar no fato de que o povo a habita as margens desse tão sonhado "desenvovimento" esta ficando sem voz, sem vez, sem alimento e até mesmo sem cultura.
    E mais, digo a vc que em Thaumaturgo, município longinquo eu sei, mas aqui onde muita gente acha que o vento faz a curva tem um povo já sonhando e colocando em prática para que todos possam vê que viver em harmonia com a natureza, respeitando sua biodiversidade, desenvolvendo tecnicas de produção autosustentavél isso sim e desenvolvimento.

    Estrela no céu....

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