sexta-feira, 3 de julho de 2009

Crônica da Cidade Azul


Nem o “Sanhaço” gostou

Marcelo Siqueira

Qualquer cidadão que sair do conforto de seu lar e ousar trafegar nas precárias ruas da Cidade de Cruzeiro do Sul perceberá que além de buracos, e, dos “buracos mal tapados”, este ainda terá que se deparar com uma paisagem “azul”, que poderia até ser bela, se não fosse o mau gosto de quem comete os excessos que têm transformado a famosa “princesinha do Juruá” em uma cidade feia. Ou como dizem os populares: “com certa semelhança com um angelical cemitério”.
A polêmica está no ar e não são poucos os comentários, pois para onde você olhar haverá sempre uma mureta azul, um poste azul, uma escada azul, uma caixa de lixo azul, e a coisa é de um fanatismo tamanho que até o belo pássaro “sanhaço” que exibe com exuberância esta nobre cor, deve andar cabisbaixo com a idéia.
Dizem que a motivação de tal atitude, que para nosso desespero parte da gestão municipal, está numa suposta guerra psicológica de origem político partidária, onde o azul é o grande adversário do vermelho. Tal fato, se não fosse estranho ainda assim seria de uma pobreza intelectual medonha, visto que a própria história nos ensina que cores como o azul, o branco e o vermelho, representam, por exemplo, a tríade francesa da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Todavia, qual o sentido de por um capricho pessoal alguém poluir visualmente toda uma cidade, mesmo com o descontentamento evidente da população? Essa pergunta talvez seja muito difícil para quem já está cego no universo da política, ou talvez a resposta possa está na tentativa de transformar Cruzeiro do Sul numa espécie de “Patinho Feio”, com uma falta de bom gosto de incomodar Hans Christian Andersen no paraíso.
Assim, só resta ao povo desta bela cidade clamar pelo bom senso, virtude rara por aqui, pois num passado recente a mesma metodologia deixou a cidade cor de rosa, onde ao invés de um mar de belas pétalas a coisa ficou, como diria Chico Buarque, literalmente “preta”. Mas, ainda há esperança, ou não? Quase me esqueci que quem está no comando azul é o habilidoso homem de camiseta pólo azul que se intitulou de “a esperança do povo”. Povo este que aguarda ansioso pelas promessas de uma escola de informática azul (prevista para janeiro de 2009, quando?), de uma saúde de qualidade “azul”, de excelentes escolas “azuis”, com servidores felizes com seus salários “azuis”, com um homem do campo contente por produzir e vender de tudo, sendo que este é o mais feliz de todos, pois não existe por aqui nenhuma fruta azul.
Por fim, não há com o que se preocupar, pois como de costume já temos um culpado, ou melhor, uma culpada, trata-se de nossa inocente bandeira que apesar de bela e serena, esta tem que assistir em silêncio a “prostituição” que o homem faz de suas cores.

2 comentários:

  1. Caro Leandro,
    parabéns pelo blog.
    Um forte abraço!

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  2. camarada vc pegou em uma veia que pela indgnação acaba pela maioria um esquecimento ou acomodação parabens pela sua matéria.

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