ele melhor interpreta a realidade. E assim, como nos megarelatos seja a Bíblia, ou os Vedas, ou as historias indígenas que aprendi a chamar de Shani Pahu (história dos sábios) os arquétipos estão presentes, bem como nas cartas de Tarô, Runas, Astrologia, ou qualquer outro "método" de previsão da vida.
Ninguém é de fato capaz de saber o que se pasará amanhã, mas o modo que a cigana lê as cartas em uma mesa, mostra a disposição de como estão alinhados determinados arquétipo na vida de cada pessoa. Mas conhecendo os arquétipos, é possível se ter uma maior liberdade de construir o seu próprio futuro.
Bem isto tudo foi só um preãmbulo, pois na verdade o assunto memso em pauta são os arquétipos do feminino. As religiões abrâmicas (leia-se judaismo, cristianismo e islamismo) desde cedo separaram a mulher em dois arquétipos: de um lado a mãe-esposa submissa ao marido e do outro as perigosas "odaliscas", feiticeiras, capazes de arrebatar o coração de um homem de fé, e pobrezinho, levá-lo ao pecado e consequentemente ao inferno, ainda que continuem desejando ardentemente isso.
Dizem que as versões judaicas da bíblia trazem a figura de Lilith, um mulher que se equiparava ao homem e que por isso foi suprimida da versão autorizada. Lilith era a um só tempo o sonho e o pesadelo de qualquer homem, por vezes identificada com o próprio demônio.
Eva era só meio "abestada" como dizem aqui no norte, e se deixou levar (tadinha), pela conversa da serpente.A história de Lilith tem relação ao período (mítico ou histórico) em que as mulheres de certa forma dominavam o mundo. Alguns historiadores relacionam com as primeiras civilizações megalíticas (antes da idade dos metais), e existem diversos mitos dando conta do fim do matriarcado e início do patriarcado (Hércules, Jurupari, etc). Mas, ao contrario do que algumas mulheres possam pensar, nem tudo foi flores nesta "Era" e pode se ter uma medida do poder destrutivo do feminino, pela maneira recalcada e brutal com que os homens trataram as mulheres na "Era" que se seguiu.
Na própria bíblia o mesmo mito se repete na história de Sansão e Dalila. Mas o fato relevante em sí, é que as religiões abrâmicas fizeram uma dicotomia entre a mulher-esposa e a mulher-sedutora, e tanto homens quanto mulheres cairam nessa ladainha. E essa é para mim a principal razão pela qual a maioria dos homens, insatisfeito com mesmisse de seus lares, acabam buscando novas aventuras. Mas o tempo passa, as mulheres vão se acordando e mandando às favas as recomendações da igreja e pasam a frequentar as sex shop para apimentar a relação. Quem ainda está "catando coquinho" são a maioria dos homens que parecem não ter esta mesma liberdade de romper esteriótipos e continuam na maioria das vezes, com a mesma receita de bolo. Isto por que não dá para ser feliz com tanta coisa mal resolvida na psiqué. Claro que isso aqui é só uma simplicação barata para caber dentro de um blog, o assunto é vasto e vai muito mais além.
Mas enfim, se as cartas estão na mesa, sempre dá para arrumar de novo baralho.
Interessante Leandro. Será que os homens têm maior dificuldade para superar os esteriótipos, justamente por que foram criados por eles mesmos ,ao passo que as mulheres lutam mais para se libertarem do julgo imposto pelo sexo oposto ? Ou seja, elas lutam pela liberdade, enquanto eles se conformam com o status quo.
ResponderExcluirLeandro, a abordagem do tema ficou ótima, principalmente pelo seu conhecimento com relação aos arquétipos femininos em diversas culturas. Essa dicotomia está mesmo presente nos dias atuais, perpetua-se, mas como você mencionou, também vislumbro alteração desse cenário, tendo em vista que as mulheres já entenderam, que além do lado dona de casa é preciso que a o lado sexy esteja presente, que deve existir harmonia.
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