Estimados leitores estarei fora da "blogosfera" por cerca de 10 dias, para mais um período de isolamento e formação.
No dia 2 de fevereiro completo meu 1 ano de Samakãe. Não é fácil, viver numa espécie de isolamento interior, pois ainda que no meu dia-a-dia seja uma pessoa pública, a minha vida particular converteu-se em sólida solidão. O bom disso tudo é que durante o samakãe começei a perceber que muitas barreiras e abismos são pura ilusão, pura construção da mente e que quem tem propósito de verdade chega aonde quer. Dificil às vezes é saber de verdade colocar o brilho do nosso olhar neste propósito maior e acabamos nos apegando ao brilho fácil e passageiro de ilusões sedutoras, que muitas vezes, mesmo quando são socialmente aceitas como família e emprego, por exemplo, nem sempre nos trazem felicidade de verdade, realização e plenitude.
O lado "ruim" se é que podemos dizer assim é que tudo fica muito à flor da pele. Há muita intensidade em tudo pois as barreiras já foram quebradas e estamos agora de certa forma, nus diante do mundo, do tempo e do espaço. As poucas pessoas que de alguma maneira foi permitido penetrar neste círculo mais sagrado, talvez não compreendam o turbilhão de sentimentos intensos que se vive quando se está dentro do olho do furacão. E para estes talvez eu possa até ter parecido um pouco exagerado. Mas acostumei-me ma ser assim e prefiro isso àquela coisa morna e sem sal que às vezes toma de conta da vida. Além disso, tudo o que acontece ecoa no pensamento por dias e dias, sem nada para anestesiar. Durma com um barulho desses!
Vivendo com os Yawanawá, aprendendo suas tradições e as traduzindo para o contexto de meu universo particular, aprendi a denominar de Shavorã a esta presença feminina que anima a existência. Na psicologia de Jung há um conceito parecido, o de ânima. Os gregos falam das musas. Shavorã é uma maneira poética de se referir à mulher. Mas não a qualquer mulher. Só existe uma Shavorã para cada um. Shavorã é aquela que anima os sonhos, que é a inspiração para a música, a arte e a poesia, enfim, para a vida e sorte daquele que consegue ter o olhar em sua Shavorã.
Shavorã também é mais do que uma mulher. É uma presença espiritual que por vezes pode se manifestar apenas em sonhos (Namá Shahu) ou através de uma mulher real.
Aprendi muito neste período e tenho certeza que sou um homem melhor do que era quando começei. Depois de viver com muito pouco ou quase nada, é muito dificil se ver refém novamente do que quer que seja ou ter medo de qualquer coisa. E me dei conta de como às vezes deixei de ser feliz por temer barreiras e abismos que na realidade nem sequer existiam a não ser na mente.
Só o que não pude nunca mais foi esquecer aonde está o brilho do meu olhar.
No dia 2 de fevereiro completo meu 1 ano de Samakãe. Não é fácil, viver numa espécie de isolamento interior, pois ainda que no meu dia-a-dia seja uma pessoa pública, a minha vida particular converteu-se em sólida solidão. O bom disso tudo é que durante o samakãe começei a perceber que muitas barreiras e abismos são pura ilusão, pura construção da mente e que quem tem propósito de verdade chega aonde quer. Dificil às vezes é saber de verdade colocar o brilho do nosso olhar neste propósito maior e acabamos nos apegando ao brilho fácil e passageiro de ilusões sedutoras, que muitas vezes, mesmo quando são socialmente aceitas como família e emprego, por exemplo, nem sempre nos trazem felicidade de verdade, realização e plenitude.
O lado "ruim" se é que podemos dizer assim é que tudo fica muito à flor da pele. Há muita intensidade em tudo pois as barreiras já foram quebradas e estamos agora de certa forma, nus diante do mundo, do tempo e do espaço. As poucas pessoas que de alguma maneira foi permitido penetrar neste círculo mais sagrado, talvez não compreendam o turbilhão de sentimentos intensos que se vive quando se está dentro do olho do furacão. E para estes talvez eu possa até ter parecido um pouco exagerado. Mas acostumei-me ma ser assim e prefiro isso àquela coisa morna e sem sal que às vezes toma de conta da vida. Além disso, tudo o que acontece ecoa no pensamento por dias e dias, sem nada para anestesiar. Durma com um barulho desses!
Vivendo com os Yawanawá, aprendendo suas tradições e as traduzindo para o contexto de meu universo particular, aprendi a denominar de Shavorã a esta presença feminina que anima a existência. Na psicologia de Jung há um conceito parecido, o de ânima. Os gregos falam das musas. Shavorã é uma maneira poética de se referir à mulher. Mas não a qualquer mulher. Só existe uma Shavorã para cada um. Shavorã é aquela que anima os sonhos, que é a inspiração para a música, a arte e a poesia, enfim, para a vida e sorte daquele que consegue ter o olhar em sua Shavorã.
Shavorã também é mais do que uma mulher. É uma presença espiritual que por vezes pode se manifestar apenas em sonhos (Namá Shahu) ou através de uma mulher real.
Aprendi muito neste período e tenho certeza que sou um homem melhor do que era quando começei. Depois de viver com muito pouco ou quase nada, é muito dificil se ver refém novamente do que quer que seja ou ter medo de qualquer coisa. E me dei conta de como às vezes deixei de ser feliz por temer barreiras e abismos que na realidade nem sequer existiam a não ser na mente.
Só o que não pude nunca mais foi esquecer aonde está o brilho do meu olhar.
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