quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Henrique e Marcelo agregam valores de "terceira via" na campanha

De todos os fatos desta campanha o que me foi mais surpreendente foi o tom da campanha nesta reta final por Henrique e Marcelo.

Esperava por uma campanha as estilo "riobranquense" e com um alto teor de "gospelândia": sisuda e moralista. Mas, ao contrário disso estamos tendo uma campanha plural, com poucos recursos e, o mais incrível: com alguns valores que são típicos de "terceira via". Este caráter ficou evidente durante a "cicleata" do último sábado. Luis Carlos Moreira Jorge chegou a afirmar que Henrique tinha deixado de ser "crente" para se tornar "hippie". Não se trata de "hippismo" sr. Crica, mas de terceira via: valores ambientais, éticos e humanos colocados acima do imediatismo eleitoreiro.

Henrique se livrou com tranqüilidade da pecha de "fanático" e "homofóbico" que lhe poderia ter sido imputada, colocando o travesti Valdete como estrela principal de seu palanque.

No palanque e em sua equipe estão contemplados os católicos, maçons, espíritas e daimistas, caindo por terra  a tese do proselitismo religioso unidirecional. A questão religiosa vem sendo trabalhada de forma leve e aberta, tal como recomenda o estatuto do PV, único partido que defende estatutariamente  a "espiritualidade" como bandeira de luta.

O resultado tem sido uma campanha leve e de fácil adesão popular. Ao invés da velha prática de se levar os mesmos cabos eleitorais de sempre, para "dar volume", Henrique e Marcelo conseguiram cativar um público fiel interessado em ouvir suas propostas e não apenas em servir de "claque" para quem lhes paga para portar bandeiras.

Embora as pesquisas domésticas não nos deem um resultado seguro de quem erá o vitorioso no dia 7 de outubro, o 43 claramente entrou em uma curva ascendente há pelo menos 15 dias, o que certamente já é uma vitória.

Mas independente de qual seja o resultado no próximo domingo, a maior vitória será a de que se provou que parte significativa do eleitorado já está madura o suficiente para uma mudança no paradigma na maneira de se fazer política.


3 comentários:

  1. Mas vale a pena ficar atento, Leandro. Esse senhor já pousou de tudo até de comunista. Além disso é autor da lei extremamente preconceituosa que criminalisa os povos indígenas.

    Bom trabalho

    Lindomar Padilha

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    1. Com certeza , Padilha. "Orai e Vigiai" Não me iludo nem um pouco. Apenas notei esta mudança de tom na campanha deste ano em relação às anteriores. os avanços na política sempre se dão em processo e as mudanças quem fazemos somos nós. Minha defesa do que acreDito permanece a mesma,sempre. ABÇS

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  2. Leandro, interessante sua análise. Eu fui pessoalmente conferir os comícios e vi claramente que as pessoas vão por livre e espontânea vontade. Conversei com várias pessoas que demonstraram motivação em estar lá. Inclusive me lembrou a década de 90 em São Paulo, parecia muito com a militância política daquela época, muito mesmo. Acho que o povo tá cansado dessa mentirada cara de pau que limpa a cidade faltando 1 mês pra o dia da eleição.

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