quinta-feira, 16 de junho de 2011

Trânsito de Cruzeiro do Sul: Quanto mais mexe, mais fede



E põe semáforo, e pinta faixa, e faz rotatória e tira rotatória, e o trânsito de Cruzeiro do sul só piora a cada dia.

Não adianta querer fazer mágica. Muito se resolveria se os condutores tivessem um pouquinho mais de educação e prudência. Mas isso parece ser pedir demais.

A frota de veículos só tende a aumentar e o centro da cidade, obviamente, não comporta a quantidade de veículos. Pode escrever: vai piorar e muito, até porque a cidade parece um sapo hipnotizado por uma cobra com a abertura da BR, mas não está enxergando que virão caminhões pesados e não terão aonde estacionar. Não há regulamentação de carga e descarga, nossas ladeiras são ingremes demais e falta visibilidade nos cruzamentos. Junte tudo isso ao pior motorista da galáxia e teremos um cenário de pesadelo no trânsito de Cruzeiro do Sul.

Chega a ser engraçado ver os caminhões "de fora" neste período de verão, se perdendo nas ruas que não chegam a lugar algum. Isto porque o normal seriam que houvessem quadras, quarteirões que poderiam ser circundados pelos veículos. Mas aqui, muitas ruas não terminam. É apenas um asfalto jogado para conseguir votos em tempo de eleição. Não tem sequer escoamento de águas pluviais, o que significa que é obra para durar no máximo, 4 anos. Tempo exato para a próxima eleição.

Um dia desses, no João Alves, um caminhão de entrega de móveis entrou numa rua e não conseguiu sair. Precisou ser guinchado por uma pá mecânica para voltar.

A empresa que presta serviço à Eletroacre atendeu em um só dia, cerca de 20 ocorrências de fios elétricos arrebetados pro caminhões. Para os moradores afetados, a imperícia é dos caminhoneiros. "Eu venho do Paraná, faço entrega em tudo que é cidade de Goiás, Mato Grosso, Rondônia... Meu caminhão é padronizado pelo INMETRO para não derrubar fios". Então quem é que está errrado?

Não adinata querer respolver os probelams "no varejo". O que falta à Cruzeiro do Sul é um planejamento para redimensionar a cidade de acordo com os novos desafios.

Caso não haja este planejamento, o que o cruzeirense pode esperar é uma cidade cada vez mais desumanada, caótica e brutal, onde crianças e idosos terão de ficar em casa para não correr o risco de atropelamento, onde as ladeiras e cruzeamentos serão testemunhas de muitos acidentes, alguns fatais.

Se a cidade não for pensada, redimensionada, descentralizada e organizada, vai ter muita gente com saudade do tempo em que a estrada abria só três meses por ano.

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