Não, definitivamente, Moro não é herói. Ou talvez seja. Cada
um escolhe o herói que quer. Bin Laden pode ser herói. Lampião. Al Capone. Eduardo
Cunha. Eu por exemplo, gosto de Gêngis Khan, um cruel assassino. Gosto é gosto.
Moro é o pai de todos os coxinhas, aqueles anti-petistas doentes incuráveis, que por razões que Freud explica muito bem, bradam contra a corrupção de A, mas não se incomodam com a de B. Para estes, basta ‘tirar o PT’ do poder, e o arco-iris irá brilhar no horizonte, livrando-nos de todo o mal, amém.
Moro criou em torno de si a imagem do garoto incorruptível que quer
transformar o Brasil em ‘país sério’.
Em um ‘país sério’, Moro não seria levado a sério. O Moro
real não sobreviveria à severidade do Moro da mídia.
Moro pode convencer ‘suas nêga’, mas não a mim. É extensa
sua ficha de ‘serviços prestados’ à agremiação política imediatamente
beneficiada em 'tirar o PT do poder’. Sua esposa, Rosângela Moro, é nada menos
que assessora jurídica do PSDB do Paraná, partido que vem sendo
sistematicamente tolerado nos vazamentos seletivos à imprensa na ‘Lava Jato’.
Em um país sério, isso já seria o bastante para, no mínimo,
por em cheque sua capacidade de julgamento sobre o caso.
Moro é um canalha, mas isso não faz de Lula e o PT ‘vítimas
inocentes’. Moro é exatamente o tipo de canalha que Lula merece no seu calcanhar.
Porque Lula, meus caros, também não é ‘herói’. Bem,
talvez seja para alguns. Como Stalin é herói. Hitler para outros ainda é. Tem
quem curta Bolsonaro. Sadam Hussein já teve estátua no Iraque. O ladrão
contumaz Fujimori ainda é querido no Peru e eu não duvido que até o Idi Amim
Dadá deva ter seus fãs lá pras suas bandas em Uganda. Eu por exemplo, quando assisto os “Dez Mandamentos’, sempre torço para Ramsés. Gosto é gosto.
Sei que o 'pai do pobres' gostaria de ser comparado ao
herói-bandido Robin Hood, mas eu duvido que o arqueiro medieval tenha recebido
presentinhos do xerife de Nothingan. Isso faria muito mal à sua imagem e Sherwood.
O que diriam vocês, meus nobres leitores, caso soubessem que
eu, este ‘orelha seca’ que vos fala, tivesse recebido um ‘presentinho’ substancial
de algum político? No mínimo seria questionada minha suposta ‘imparcialidade’
ao microfone, por que, no mínimo, eu teria que ‘pegar leve’ com quem me
presenteou, mesmo que os fdps em questão fossem responsável por invasões áreas públicas ou aterros ilegais.
Lula recebeu bem mais que um presentinho, e justamente das empreiteiras que dão as cartas nos grandes projetos de ‘desenvolvimento’ no país.
Lula recebeu bem mais que um presentinho, e justamente das empreiteiras que dão as cartas nos grandes projetos de ‘desenvolvimento’ no país.
Lula jamais poderia ter
aceitado tal coisa. No mínimo, ele sabe que isso lhe fere não apenas a sua
ética e sua dignidade, como o deixa exposto como chefe da nação. Ao aceitar
tais ‘presentes’, Lula
não apenas mostrou que também ele, e sua história, tem preço como vendeu a nação às empreiteiras de modo vergonhoso.
Lula é no mínimo, um traidor.
Lula é no mínimo, um traidor.
Não dá para defendê-lo nessa altura do campeonato. Se está nas
mãos de um canalha que usa a máscara do ‘bom-mocismo’ isso deve-se somente ao 'karma' engendrado por sua própria biografia.
sua própria ‘biografia’, ao seu próprio 'karma'. Como dizem por aqui ‘deixou pegar na sua munheca’, deixou
o rastro de suas sujeiras e agora quer ‘mobilizar’ a nação em sua defesa. Usar o
povo como ‘escudo humano’. Covarde.
E que me desculpem aqueles da tese de ‘defesa da democracia’.
A qual democracia deveria sair em defesa? A mesma democracia
das empreiteiras, que atropelam direitos fundamentais na construção de
hidrelétricas, nas obras da copa e das olimpíadas, que atrasam e superfaturam obras inconclusas? Que financiam políticos de praticamente TODOS os campos políticos?
É em defesa a este mesmo modelo de democracia, que Dilma, em conluio com nosso congresso aprovou a famigerada ‘lei anti-terrorismo’, que vai entre outras coisas, criminalizar os movimentos sociais. Portarias são publicadas, facilitando cada vez mais a essas mesmas empreiteiras, atropelar os processos de licenciamentos ambientais e de consulta às populações afetadas. Todo poder às empreiteiras!
Como cidadão brasileiro, tenho todo direito do mundo de
supor que estes e outros ‘presentinhos’, aceitos com tanta docilidade por Lula ajudaram moldar o caráter dessa ‘empreiteirocracia’ de favores tão prestimosos por parte do executivo.
Não contem comigo para a defesa da ‘empreiteirocracia’ a
qual Lula se vendeu. Não contem comigo para ir às ruas defender a republiqueta
hondurenha de Moro e sua turma.
Você pode até escolher um deles para ser o ‘seu herói’. Mas certamente
não são os meus.
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