segunda-feira, 7 de março de 2016

♫‘Mas o que mais me dói, você escolheu errado seu super-herói’♪

Não, definitivamente, Moro não é herói. Ou talvez seja. Cada um escolhe o herói que quer. Bin Laden pode ser herói. Lampião. Al Capone. Eduardo Cunha. Eu por exemplo, gosto de Gêngis Khan, um cruel assassino. Gosto é gosto.

Moro é o pai de todos os coxinhas, aqueles anti-petistas doentes incuráveis, que por razões que Freud explica muito bem, bradam contra a corrupção de A, mas não se incomodam com a de B. Para estes, basta ‘tirar o PT’ do poder, e o arco-iris irá brilhar no horizonte, livrando-nos de todo o mal, amém.
Moro criou em torno de si a imagem do garoto incorruptível que quer transformar o Brasil em ‘país sério’.

Em um ‘país sério’, Moro não seria levado a sério. O Moro real não sobreviveria à severidade do Moro da mídia.

Moro pode convencer ‘suas nêga’, mas não a mim. É extensa sua ficha de ‘serviços prestados’ à agremiação política imediatamente beneficiada em 'tirar o PT do poder’. Sua esposa, Rosângela Moro, é nada menos que assessora jurídica do PSDB do Paraná, partido que vem sendo sistematicamente tolerado nos vazamentos seletivos à imprensa na ‘Lava Jato’.

Em um país sério, isso já seria o bastante para, no mínimo, por em cheque sua capacidade de julgamento sobre o caso.

Moro é um canalha, mas isso não faz de Lula e o PT ‘vítimas inocentes’. Moro é exatamente o tipo de canalha que Lula merece no seu calcanhar.

Porque Lula, meus caros, também não é ‘herói’. Bem, talvez seja para alguns. Como Stalin é herói. Hitler para outros ainda é. Tem quem curta Bolsonaro. Sadam Hussein já teve estátua no Iraque. O ladrão contumaz Fujimori ainda é querido no Peru e eu não duvido que até o Idi Amim Dadá deva ter seus fãs lá pras suas bandas em Uganda. Eu por exemplo, quando assisto os “Dez Mandamentos’, sempre torço para Ramsés. Gosto é gosto.
 
Sei que o 'pai do pobres' gostaria de ser comparado ao herói-bandido Robin Hood, mas eu duvido que o arqueiro medieval tenha recebido presentinhos do xerife de Nothingan. Isso faria muito mal à sua imagem e Sherwood.

O que diriam vocês, meus nobres leitores, caso soubessem que eu, este ‘orelha seca’ que vos fala, tivesse recebido um ‘presentinho’ substancial de algum político? No mínimo seria questionada minha suposta ‘imparcialidade’ ao microfone, por que, no mínimo, eu teria que ‘pegar leve’ com quem me presenteou, mesmo que os fdps em questão fossem responsável por invasões áreas públicas ou aterros ilegais.

Lula recebeu bem mais que um presentinho, e justamente das empreiteiras que dão as cartas nos grandes projetos de ‘desenvolvimento’ no país.
Lula jamais poderia ter aceitado tal coisa. No mínimo, ele sabe que isso lhe fere não apenas a sua ética e sua dignidade, como o deixa exposto como chefe da nação. Ao aceitar tais ‘presentes’, Lula não apenas mostrou que também ele, e sua história, tem preço como vendeu a nação às empreiteiras de modo vergonhoso.

Lula é no mínimo, um traidor.

Não dá para defendê-lo nessa altura do campeonato. Se está nas mãos de um canalha que usa a máscara do ‘bom-mocismo’ isso deve-se somente ao 'karma' engendrado por sua própria biografia. sua própria ‘biografia’, ao seu próprio 'karma'. Como dizem por aqui ‘deixou pegar na sua munheca’, deixou o rastro de suas sujeiras e agora quer ‘mobilizar’ a nação em sua defesa. Usar o povo como ‘escudo humano’. Covarde.

E que me desculpem aqueles da tese de ‘defesa da democracia’.

A qual democracia deveria sair em defesa? A mesma democracia das empreiteiras, que atropelam direitos fundamentais na construção de hidrelétricas, nas obras da copa e das olimpíadas, que atrasam e superfaturam obras inconclusas? Que financiam políticos de praticamente TODOS os campos políticos?

É em defesa a este mesmo modelo de democracia, que Dilma, em conluio com nosso congresso aprovou a famigerada ‘lei anti-terrorismo’, que vai entre outras coisas, criminalizar os movimentos sociais. Portarias são publicadas, facilitando cada vez mais a essas mesmas empreiteiras, atropelar os processos de licenciamentos ambientais e de consulta às populações afetadas. Todo poder às empreiteiras!

Como cidadão brasileiro, tenho todo direito do mundo de supor que estes e outros ‘presentinhos’, aceitos com tanta docilidade por Lula ajudaram moldar o caráter dessa ‘empreiteirocracia’ de favores tão prestimosos por parte do executivo.

Não contem comigo para a defesa da ‘empreiteirocracia’ a qual Lula se vendeu. Não contem comigo para ir às ruas defender a republiqueta hondurenha de Moro e sua turma.

Você pode até escolher um deles para ser o ‘seu herói’. Mas certamente não são os meus.

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