terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Cultura "Pano"


Yawá Yuchin Ho


E por falar em gostar de índio... Fazer o quê ? Já falei para minha alma deixar de lado estas causas perdidas, mas ela não obedece...

Na verdade para alguém que sempre foi apaixonado pela história e pelas culturas antigas, como não se apaixonar pela riqueza e diversidade cultural da humanidade? Egípcios, Mesopotâmia, Persas, Gregos, Hindus, Chineses, Romanos, Árabes e por aí vai. Cada povo conseguiu, ao seu tempo, traduzir uma visão própria do universo e hoje nossa matemática, astronomia, física, enfim, a ciência humana é hoje um mosaico do que cada um destes povos interpretou do universo no passado.

Cada cultura é um jeito de ver o mundo, e se relacionar com ele por isso, mesmo uma tribo onde vivam apenas 10 ou 12 pessoas, deve ser preservada, e estudada. O desaparecimento de uma cultura significa o empobrecimento da humanidade como um todo.

Neste sentido, os povos desta região, devem ter um merecido destaque. Em quase sua totalidade são falantes da família lingüistica "Pano". A excessão são os Ashaninkas e Manchineri, familia Arawake. Esta família existe apenas no Leste peruano, Noroeste do Brasil e da Bolívia. Uma grande extensão, mas uma estreita faixa de terra se compararmos com a grandiosidade da Amazônia.

A mesma faixa de terra onde são faladas as línguas "pano" coincide com a ocorrência de pelo menos três vegetais de grande importância. O primeiro deles é a própria mandioca cantada em verso e prosa como o mais brasileiro dos alimentos. Alguns estudos botânicos sugerem que a mandioca, cultivada em todo Brasil muito antes da chegada do homem branco, tenha surgido primeiramente nesta região da amazônia pré-andina. Ou seja, "se a mandioca falasse, ela falaria Pano".

As outras duas plantas tem impôrtancia fundamental no estudo da conciência humana. As dua splantas, juntas, reproduzem uma química presente no cérebro humano em estado de grande concentração mental e apesar de seu efeito potente, não deixam vestígios de toxinas após 24 horas.

Tratam-se da folha Rainha, Chacrona, Tzacuruna (Psicotria Viridis) e o Cipó Jagube, Mariri, ou simplesmente Ayahuasca.

Ainda que a ayuahuasca tenha ao longo de sua jornada, aprendido a falar várias línguas, assim como o aramaico está para a Bíblia, o "Pano" está para a ayahuasca.

Um comentário:

  1. A cultura dos índios da América do Sul é incrível e abusrdamente RICA. Um legado que deve ser cuidadosamente preservado, além de divulgado, estudado e aproveitado desde que não a desrespeite ou a ameace.

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