quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Não é de hoje que o curso de licenciatura indígena passa por um processo de esvaziamento. Como se já não bastasse isolarem os universitários indígenas do convívio acadêmico, colocando-os para estudarem em um porão de um hotel no Centro da cidade, os mesmos estão agora há quase duas semanas sem aulas. Vale lembrar que este curso é emblemático para o projeto da Universidade da Floresta de promover o "Diálogo entre os Saberes", perder este curso para Rio Branco, além de assinar um atestado de incompetência, significa perder a própria essência do projeto. Sua permanência não deve ser uma luta apenas do Movimento Indígena, mas do movimento universitário como um todo e de por que não dizer de toda sociedade do Juruá, uma vez que foi a partir daqui que surgiu a proposta da Universidade da Floresta.

Hospedados em um hotel no Centro de Cruzeiro do Sul onde deveriam ser ministradas as aulas em módulos, os alunos do Curso de Educação Indígena do Campus da Universidade Federal do Acre estão se sentindo constrangidos por estarem gastando recursos públicos sem retorno.
Há duas semanas, eles estão sem aula e sequer recebem explicações da Universidade sobre a ausência dos professores, segundo informou o estudante Nane Yawanawa .
A maioria dos alunos já leciona nas aldeias de diferentes etnias da região. Os índios relatam ainda, as dificuldades que enfrentam deixando as famílias para apostar no sonho da formação.
A coordenadora da Organização dos Professores Indígenas do Acre, Francisca Shawãndawa disse que está formulando um documento para a publicação pedindo o apoio da Funai e Ministério Público para uma negociação junto à Ufac. Para ela, o resto do estado não sabe que o curso existe e definiu como abandono a situação vivenciada pelos estudantes.
Da redação do Site Juruá Online

Um comentário:

  1. Caro Leandro,

    De fato a situação é muito grave. Ocorre que por capricho e de maneira atabalhoarda, pra favorecer projetos pessoais e de ONGs ( os professores e alunos sabem muito bem do que falo), o curso foi iniciado. Tanto que no início até pessoas não índias que se declaravam "indigenistas" puderam se inscrever etc, etc...
    Ocorre, e disso todos nós sabemos, que para um curso universitário funcionar tem que cumprir algumas exigências. Neste caso específico essas exigências não foram cumpridas.
    Tenho acompanhado muito de perto essa questão e tenho conversado bastante com o professor Gilberto D'almolin mas deixaram a situação chegar num ponto tal que a solução está muito difíl.
    E preciso que os indígenas cobrem daquelas pessoas (ONG) que criaram efetivamente o problema. Eles sabem porque se chegou a esse ponto. Portanto, quem criou o problema, que o resolva.

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