sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Brasil - País do Carnaval e dos agrotóxicos


Renato Martelleto* 

É lamentável saber o quanto a sociedade brasileira ainda é incapaz de entender e reagir as freqüentes manipulações e seduções implantadas pelas grandes empresas multinacionais que não medem esforços para ludibriar e impor sua força maligna em nossas terras.

A “passarela do samba“ é mais uma vez palco deste macabro e perverso mundo capitalista.

Para quem ainda desconhecia, no carnaval deste ano de 2013, a nossa saudosa e tradicional agremiação carioca Vila Isabel, que já teve belíssimos enredos como “Kizomba”, “Sonho de um sonho” e outros mais, homenageia (?) a Agricultura.

Um lindo tema que inspirou Pierre Belbret, da Academia de Medicina Francesa a declarar:

“ Nenhuma atividade humana, nem mesmo a medicina, tem tanta importância para a saúde quanto a agricultura.”

Na prática, nossa agricultura está sendo castigada e explorada de forma impiedosa.

Famílias camponesas adoecem gradativamente em função do excesso de “remedinhos” ou “defensivos agrícolas”, como preferem chamar os venenos utilizados no agronegócio e que contaminam nosso país.

Sabemos que além de sermos o país do carnaval e futebol, temos também o título mundial de maiores consumidores de agrotóxicos desde 2008.

Pesquisas revelam que os brasileiros consomem anualmente 5 litros de venenos.

Em 45 países do planeta venenos como Endosulfan, Cihexatina e Metamidofós são proibidos, aqui não.

O veneno desfilará na “Apoteose” sem a menor interferência, tendo como “comissão de frente” deste genocídio diário a Empresa Química Alemã BASF, produtora de herbicidas, inseticidas e fungicidas, que investiu alguns milhões para promover o “ Brasil – Celeiro do Mundo dos Agrotóxicos”.

Qual a verdadeira intenção deste investimento ?

Até quando teremos que ficar de “camarote” assistindo nossa população contrair doenças como o Câncer, o Mal de Parkinson, o Mal de Alzheimer e outras doenças degenerativas que já foram relacionadas ao uso de agrotóxicos ?

Está na hora de mudarmos o “enredo” desta história para não "sambarmos" e sermos eternos “telespectadores”.


* Renato Martelleto é Coordenador voluntário das Feiras Orgânicas e Culturais do Rio de Janeiro há 15 anos e articulador de passeios e eventos ligados à agricultura orgânica.

Um comentário:

  1. Recebi para postagem em meu blog a carta da tal "Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida".
    Cá entre nós, é uma cartinha muito em cima do muro. Não dá para engolir este patrocínio. A justificativa da Escola é o retrato do Brasil, a coopitação consciente e generalizada. É um verdadeiro "Restaure-se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!" [Barão de Itararé].
    Na minha opinião é nota ZERO para a Vila isabel, até mesmo porque levando assinatura de Matinho da Vila, desa vez não disse nada, apenas aquela imagem, da "muié" a beira do fogão e as proza de Jeca Tatu, que nada tem a ver com a realidade do campo de hoje; tá todo mundo sob a lona, e bolo de fubá só de milho transgênico. E nota ZERO para essa "agremiação" de gente que brinca de contestar e que provavelmente divulga "O veneno está na mesa". Cartinhas não vão levar a lugar nenhum. O negócio é denunciar, criticar e BOICOTAR.
    Ai que falta faz o Raymundo! Nesse pequeno nicho ele destruiria o engodo.
    Mas eis que depois de 2 horas escarafunchando a Internet achei seu comentário, acho que único, dissonante do coro do bloco do "faz de conta que sou contra".
    Abraço. TiTa Ferreira

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