O atual momento político não poderia ser melhor para que
olhos atentos possam perceber um contexto mais geral, e menos parcial da
realidade no estado.
Isto porque os dois lados da contenda políticas estão tendo
problemas com a justiça e ambos, a acusam de estarem fazendo o jogo de seus
adversários.
Bem, ou a justiça é de fato, esquizofrênica é ora ataca, ora
defende lados diferentes e com resultados surpreendemente diferentes, ou
situação e oposição estão necessitando de tratamento psiquiátrico.
“A Polícia
Federal, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça estão a serviço de uma
oposição que quer, a qualquer custo, tomar o poder a custo da mentira”. Aníbal Diniz (senador PT-AC).
Senador, a negação da realidade,
é sinal de severa perda da sanidade mental. Aliás, a FPA tem sido pródiga em
criar fantasias e obrigar todos a viverem dentro dela. Nada mais natural que
agora que se avizinha a meia-noite de sua era, as fantasias ganhem um tom
sombrio e transformem-se em pesadelos capazes de enxergar sob qualquer voz
dissonante, o uivo de uma “maldição” lançada pelos feiticeiros malvados da
oposição.
Se a FPA tem uma tendência
exagerada à fantasia, a oposição sofre de hidrofobia e mania de perseguição.
Em Rio Branco, 9 entre cada 10 vozes
afirmam que o “governo do PT” cala as pessoas com uma “mordaça”.
Ora, se as pessoas “falam” isso,
então não há mordaça. É uma questão lógica.
O que existe de verdade é uma
dependência extrema do governo, seja diretamente através dos empregos do setor
público, seja através da “grande e pujante iniciativa privada” de Rio Branco
(#só que não) que depende do governo para vender cada caroço de arroz de sua
pífia economia.
Ou seja, o problema de verdade
não é a “mordaça”, mas a dependência da qual parece ninguém querer se curar. E
filhinho, na casa de papai, tem que obedecer.
Enquanto isso, na fronteira
noroeste...
Os vagnerianos ensaiam a peça
teatral de que Vagner Sales esteja sendo “vítima da oposição” (me tragam um
violino, para que eu possa melhor derramar as minhas lágrimas). Ora, dizer que
Vagner é “vítima” significa dizer que o “grande leviatã petista” pôs também os
seus tentáculos no STF. O mesmo STF que condenou 11 mil servidores do estado
“petista” ao desemprego. O mesmo STF que condenou os réus do mensalão. A mesma
justiça que irá julgar os suspeitos do G7, assim que a PF concluir o
inquérito.
Se Vagner Sales é vítima, só pode ser de usa própria arrogância. Tivesse entrado em acordo com a justiça sobre a questão das passagens, como fizeram os demais deputados, não estaria passando por este sufoco. Sufoco aliás, pela qual passa toda a cidade de Cruzeiro do Sul, por não saber qual será seu futuro.
Se Vagner Sales é vítima, só pode ser de usa própria arrogância. Tivesse entrado em acordo com a justiça sobre a questão das passagens, como fizeram os demais deputados, não estaria passando por este sufoco. Sufoco aliás, pela qual passa toda a cidade de Cruzeiro do Sul, por não saber qual será seu futuro.
A ideia de que Cruzeiro do Sul
seja uma “trincheira política” é bastante romântica, mas é falaciosa e só serve
a quem não tem mais projeto político nenhum a não ser a própria sobrevivência. A única trincheira que vi até agora é a defesa de cargos e salários.
Rótulo que aliás se aplica muito
bem à oposição de modo geral: uma matilha de cães hidrofóbicos que na maior
parte do tempo mordem-se uns aos outros. Ou para usar outra figura de
linguagem: um bando de ratos ansiosos pelo queijo que agora está em outras
mãos.
Francamente, não acredito que uma
simples mudança da sigla que irá comandar o estado possa produzir lá, uma
grande alteração neste estado de coisas. Na verdade, o mais provável é que um
dia de fato mudará, mas tão somente para que tudo permaneça como
está. Ou seja, para que o funcionalismo público continue a ser a grande roda
motriz da economia do estado e para que o empresariado “chupa-dedo” de Rio
Branco possa continuar mamando nas tetas do ubre estatal.
E a imprensa? Ora, a imprensa,
mais perdida do que tudo, joga-se de um lado ao outro, esperando ser acolhida.
Não é papel de a imprensa fazer
oposição política, tampouco assessoria do governo. Tudo o que a imprensa
acreana faz é fornecer visões igualmente contaminadas e distorcidas pelos venenos da oposição
ou da situação.
Para aqueles que não querem
participar do “sanatório geral” da política acreana, resta olhar que claramente
se desenha o símbolo taoísta do Yin-Yang: um lado negro, com um ponto branco e
um lado branco com um ponto negro. Quem conseguir visualizar esta complementaridade,
poderá se distanciar das visões parciais e comprometidas e traçar um caminho
mais seguro para uma visão verdadeiramente livre.
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