Samaúma

Futuro incerto permeia a Mãe da natureza 

Dayana Maia

Futuro incerto permeia a Mãe da natureza

O que pensaria se esta árvore uma das mais lindas da Amazônia, fossem simplesmente derrubadas em benefícios de alguns poucos?

A SAMAÚMA é uma árvore gigante, podendo ter de 60 a 65 metros de altura. Tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas e suas substâncias subsidiam pesquisas contra o câncer.
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Para dezenas de tribos indígenas a SAMAÚMA é sagrada, é cultuada como a Mãe da Humanidade, simboliza a imortalidade.

Ela é o traço de união, de correspondência, de contato de ligação, de aproximação e de harmonia entre muitos entes das selvas que se sentem bem sob sua fronde.
Ela tem um destaque de nobreza e uma grandeza própria dos seres raros e majestosos da natureza.

O mais importante e preocupante é que esta grandiosa espécie está esperando das autoridades um programa de proteção, único meio de controlar o seu corte e derrubada irresponsável e criminosa.
Enquanto isso, indiferentes à crença indígena e à encantadora e poética história da árvore, as motosserras podem entrar em ação e transformar a Mãe da Natureza em recheio de compensados.

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Qual o sentido de sustentabilidade e sabedoria em se derrubar árvores centenárias, de alto valor ambiental, para se produzir madeira de baixa qualidade e curta duração?

Árvore sagrada para indígenas e ribeirinhos, para o Santo Daime e para a UDV, as Samaúmas contudo têm uma importância que trancende o valor simbólico e espiritual na floresta. 

Ela é o sustentáculo da vida, uma samaúma madura "gerencia" a água na floresta ao redor, drenando ou irrigando com sua própria água as árvores menores ao seu redor. Uma Samaúma adulta pode conter até 5 mil litros de água.
Nela residem ainda um sem-número de espécies vegetais e animais: orquídeas, pássaros, insetos polinizadores. É a árvore que atinge o maior diâmetro e a maior altura na floresta amazônica, com sua copa sobressaindo além das demais ávores, criando um belo efeito paisagístico.

Tudo isso se contrapõe à sua madeira de baixa qualidade e curta duração. Uma polpa barata usada para fazer compensados utilizados na construção civil e para móveis populares que não resistem ao primeiro sinal de umidade.