Leandro Altheman
O desejo de autonomia é algo onipresente na população do Juruá. É preciso se ter clareza de que não se trata apenas de um “bairrismo” qualquer. No entanto,
este desejo, como já afirmei no post anterior, não exclui a identidade acreana. Como resolver isto então?
O Brasil não possui uma figura jurídica intermediária entre estado e município. No Peru é diferente. Temos os Departamentos, equivalentes aos nossos Estados e dentro destes, Províncias, na qual estão as cidades. Notem que o Peru é muito menor que o Brasil, mas soube dividir melhor o seu território. Na pratica contudo, o centralismo em relação a Lima (capital federal) é muito maior do que na nossa República.
No caso do desejo de criação de um Estado do Juruá é preciso se levar em conta alguns fatores. O primeiro é de ordem econômica: nossa economia é pífia, insignificante, perante o restante do Brasil. Somos totalmente dependentes de verbas federais, o que não justificaria a criação de um estado.O segundo é a população pequena, cerca de 120 mil habitantes, é muito menos do que os menores bairros de São Paulo. Mesmo somados os municípios do Amazonas esta população ainda seria de pouco peso. E aí, há ainda mais um problema: os municípios do Amazonas praticamente “nadam em dinheiro”cem relação ao Acre, graças ao FPM proveniente de uma das cidades de maior crescimento econômico do país, Manaus.
Um terceiro fator que deve ser levado em conta é a questão política. Teríamos que ter uma maioria para defender uma proposta como esta. Não há clima político para isto. É preciso lembrar também que isto traria um retrocesso político. É só imaginar os nossos “coronéis de barranco” com poder estadual, um verdadeiro desastre. Imaginem os nossos atuais vereadores, como deputados estaduais e federais do nascente estado. Que pesadelo!Minha opinião (e aí deixo claro que se trata de opinião) é de que no momento seja mais vantajoso para o Juruá, estar aliado ao modelo político da capital. Isto poderá nos dar o aporte de infra-estrutura para que no futuro possamos reivindicar de fato e direito, o status de uma capital (aeroporto, hospital, estrada, ponte, etc). Enquanto isso é bom demarcar bem o nosso terriotório no jogo político. Sem atrazo, sem rancor, apenas cobrando o que é de direito do Juruá!
O Brasil não possui uma figura jurídica intermediária entre estado e município. No Peru é diferente. Temos os Departamentos, equivalentes aos nossos Estados e dentro destes, Províncias, na qual estão as cidades. Notem que o Peru é muito menor que o Brasil, mas soube dividir melhor o seu território. Na pratica contudo, o centralismo em relação a Lima (capital federal) é muito maior do que na nossa República.
No caso do desejo de criação de um Estado do Juruá é preciso se levar em conta alguns fatores. O primeiro é de ordem econômica: nossa economia é pífia, insignificante, perante o restante do Brasil. Somos totalmente dependentes de verbas federais, o que não justificaria a criação de um estado.O segundo é a população pequena, cerca de 120 mil habitantes, é muito menos do que os menores bairros de São Paulo. Mesmo somados os municípios do Amazonas esta população ainda seria de pouco peso. E aí, há ainda mais um problema: os municípios do Amazonas praticamente “nadam em dinheiro”cem relação ao Acre, graças ao FPM proveniente de uma das cidades de maior crescimento econômico do país, Manaus.
Um terceiro fator que deve ser levado em conta é a questão política. Teríamos que ter uma maioria para defender uma proposta como esta. Não há clima político para isto. É preciso lembrar também que isto traria um retrocesso político. É só imaginar os nossos “coronéis de barranco” com poder estadual, um verdadeiro desastre. Imaginem os nossos atuais vereadores, como deputados estaduais e federais do nascente estado. Que pesadelo!Minha opinião (e aí deixo claro que se trata de opinião) é de que no momento seja mais vantajoso para o Juruá, estar aliado ao modelo político da capital. Isto poderá nos dar o aporte de infra-estrutura para que no futuro possamos reivindicar de fato e direito, o status de uma capital (aeroporto, hospital, estrada, ponte, etc). Enquanto isso é bom demarcar bem o nosso terriotório no jogo político. Sem atrazo, sem rancor, apenas cobrando o que é de direito do Juruá!
Se for para escolher um déspota, melhor o os esclarecidos. Muito pior do que isso é a estupidez que acompanha as escolhas baseadas em rancor, o que tem embasado as decisões populares nas duas últimas eleições municipais.
A favor desta proposta, temos por enquanto a luta dos autonomistas, a nossa história, que espero, não seja deturpada por por aqueles, que insistem a reescrevê-la a em nome de seus interesses. (Vale a pena um olhar mais crítico em relação ao Museu de CZS e na Estátua do Marechal!)
Aliado à historia temos ao nosso favor ainda a Geografia, pois não haverá obra de engenharia capaz de mudar o curso do rio.
O Juruá nasce, cresce e livre segue seu curso, sem depender das águas do rio Acre para chegar ao seu destino no Amazonas. Que assim cumpramos a nossa história, ainda que demos voltas e mais voltas, cheguemos ao nosso destino enquanto povo.
O Juruá nasce, cresce e livre segue seu curso, sem depender das águas do rio Acre para chegar ao seu destino no Amazonas. Que assim cumpramos a nossa história, ainda que demos voltas e mais voltas, cheguemos ao nosso destino enquanto povo.
Parabéns por mais essa aula ...melhor um déspota esclarecido... que frase, meu amigo! Lembrei de uma frase: "Um burro tem muita força, mas sempre será um burro", é por aí, né? Escrevi (no Blog em 07/10/2009) um texto sob o título "Analogia do Êxodo" onde tento compreender essa infelicidade das nossas escolhas. Foi uma tentativa apenas, nada muito profundo.
ResponderExcluirUm abraço.
caro leadro a cada dia, fico mais convicto que vc não é paulista e sim juruaense e essa aula sobre o jurua demostra isso. mais gostaria de saber um pouco mais sobre essa tal autonomia pois pra muitos é apenas a autonomia politica como escreveu a população tem que está ciente disso e isso não resolve nada como aconteceu no passado com o coronel mancio lima e que não deu nada certo e no final não foi muito bem compreendido pela população aqui mesmo do juruá faça mais essa aula de história parabens
ResponderExcluirLeandro eu concordo com cada argumento citado e qualquer coisa que eu falasse a respeito seria redundante. Aproveitando o assunto, aqui em Porto Velho haverá um plebiscito no dia 28 de fevereiro próximo para decidir sobre emancipação dos distritos que formam a Ponta do Abunã. Já houve bloqueio da BR e vários protestos pela população manipulada por fazendeiros interessados no controle político da região, obviamente para fazer farra com o dinheiro público. A maioria daquele povo simples, sem entender muito bem como funciona o jogo político sujo, acredita que a independência, pelo menos teoricamente, trará melhores condições de vida. Ledo engano. Uma cilada. E para comprar a confiança de pessoas simples, vale tudo, até fazer churrascadas homéricas. Lamentável.
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