sexta-feira, 9 de julho de 2010

Resposta ao Promotor

Não posso me calar diante do fato de que por pelo menos duas vezes o promotor de justiça se refere à imprensa de Cruzeiro do Sul de forma desrespeitosa, caluniosa e injuriosa ao insinuar que os profissionais do vale do Juruá atuam em favor dos poderosos.

Em primeiro lugar, é preciso o referido promotor tomar conhecimento de que muito antes de ele pisar este chão, estes mesmos profissionais vêm fazendo a defesa diária da população contra todas as grandes e pequenas injustiças que são cometidas não apenas por empresários, mas também por instituições financeiras e órgãos públicos.
Diariamente nos procuram donas-de-casa, mães,agricultores, aposentados, enfim, pessoas desvalidas de recursos financeiros para que façamos uma reportagem sobre seus problemas individuais e coletivos. O fazem, depois de procurarem defensoria ou MP repetidas vezes, sem obter a sonhada, justiça.

Em segundo, gostaria de colocar o referido promotor a par da história recente do órgão a qual faz parte e que provavelmente desconhece. Sabidamente, promotores que o antecederam já saíram de Cruzeiro do Sul com com o seu patrimônio pessoal multiplicado, por coincidência ou não isto no mesmo período em que foram arquivados processos contra políticos corruptos. Nem por isso, posso afirmar na imprensa que o “Ministério Público defende corruptos”. Se existem maus profissionais na imprensa, também o existem no MP. Com a generalização, o Sr. que é pago pelo Estado para promover a justiça, comete uma injustiça contra toda uma categoria. Uma categoria que não tem as mesmas prerrogativas e direitos que a sua, mas que tem tanta dignidade quanto.
Um outro ponto é que, ao contrário do que muitos pensam, o Vale do Juruá não é um faroeste caboclo, uma terra sem lei, esperando por um herói salvador que venha trazer os benefícios da civilização. Pelo contrário, nossa história é construída diariamente por grandes e pequenos heróis que lutam nestas terras muita antes de eu, ou você, aparecerem por aqui. São heróis agricultores, donas-de-casa, professores, pescadores e até empresários que o senhor insiste em tratar como bandidos. Mais uma vez não cabe aqui a generalização de classe, bons e maus profissionais existem em todas as categorias.
Não tenho a menor sombra de dúvida de que o promotor toma as ações, por vezes impopulares, movido por um desejo sincero de promover a justiça. Mas a experiência mostra que não basta estar imbuído de boas intenções e aplicar a lei de maneira “salomônica” para se obter de fato, a justiça a que todos almejamos.
É preciso, não apenas conhecer a realidade, mas se impregnar dela. Algo que cômodos gabinetes com ar condicionado não podem proporcionar.

Leandro Altheman Lopes
Jornalista
DRT 29/AC

2 comentários:

  1. Acho que conheço esse promotor, o que não importa. Fato é que acusar tudo e todos indiscriminadamente não é nada "salomônico".

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  2. Acho que o jornalista precisa aprender a conviver com as críticas, mesmo que não lhe sejam favoráveis, afinal das contas estamos no BRASIL, um país livre e democrático. Por último, gostaria que o jornalista desmentisse o referido promotor com fatos e não com ira desatinada!

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