terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sobre a sucessão municipal


Uma das coisas que mais me entristece na política é quando o debate se torna muito acirrado entre os aliados do mesmo campo político. Quando este debate ainda se dá por conta de diferenças ideológicas e programáticas, ainda vá lá. Mas quando resvala para um acotovelamento puro e simples para ver quem chega na frente da disputa, o projeto como um todo sai perdendo.

A sucessão municipal deveria ser, antes de tudo, a discussão de um novo projeto de Cruzeiro do Sul. Ouço todos os dias o clamor das ruas que espera por mudanças, não apenas dos nomes que governam a cidade, mas da forma de governar. Cruzeiro do Sul tem à sua frente uma oportunidade de crescer com planejamento, "surfando" na onda de desenvolvimento que está chegando aqui de maneira relativamente suave. Em outros lugares o desenvolvimento chegou como uma "tsunami" destruindo muito do que havia de bom e positivo nas relações de solidariedade e aliança que existiam entre as familias e vizinhanças de um mesmo bairro, por exemplo. Rio Branco é um pouco reflexo deste tipo de "avalanche" que relegou a antiga cultura da cidade ao subterrâneo.

Nunca fiz segredo de minha contrariedade da atual adminstração. Mas sei separar as coisas. Não é uma questão pessoal e nem mesmo partidária que me faz contrário a adminstração do prefeito Vagner Sales. É uma questão de visão. Respeito a sua figura pública e até lhe admiro em certas qualidades. ("Quem não for capaz de reconhecer as qualidades do adversário já perdeu a batalha antes de começar" - Sun Tzu). Mas não acredito que Vagner seja capaz de enxergar Cruzeiro do Sul com olhos novos. Nada pessoal.

Por isso desejo muito uma mudança no cenário de Cruzeiro do Sul. Não apenas uma mudança nos nomes que governam a cidade. Mas uma mudança profunda, que coloque Cruzeiro do Sul em um caminho de desenvolvimento que se traduza em qualidade de vida para sua população. Para esta e geração e as vindouras. Não gostaria de ver Cruzeiro do Sul transformado em um paraíso para poucos ricos ennquanto o conjunto da população permanece sem acesso à saneamento básico. Não gostaria de ver em Cruzeiro do Sul, um lugar onde o poder do dinheiro determina a ocupação do espaço público acabando com as poucas áreas verdes e de lazer de que ainda dispomos. Não gostaria de ver nosso muitos igarapés transformados em esgoto a céu aberto, como o Ig. São Francisco em Rio Branco. Não gostaria de ver uma cidade onde o automóvel toma conta do espaço público e as pessoas, pedestres, não tem aonde se movimentar.

Ao invfés de imitar modelos falidos de outras cidades, podemos fazer de Cruzeiro do Sul uma cidade modelo em vários aspectos, mas nenhum político é capaz de fazer isso sozinho. Por isso, na verdade qual o nome vai disputar as eleições contra Vagner, é o menos importante. Mais importante tem que de ser o projeto, construído junto com a população.

Dos três nomes apresentados pela FPA, todos são, ao meu ponto de vista, altamente qualificados. Zequinha Lima, por estar já há algum tempo fazendo oposição à forma de governar a municipalidade. Conhece bem CZS e seus problemas. Tem histórico de luta pelas classes trabalhadoras e bom trânsito entre parte do empresariado.

Marcelo Siqueira, apesar de jovem, tem constrído uma candidatura através do diálogo com os setores da sociedade que mais almejam a mudança. Só a sua coragem em botar seu nome 'a disposição já seria digno de apreciação.

Henrique Afonso foi entre os parlamentares acreanos um dos que mais trabalhou para Cruzeiro do Sul. A Universidade da Floresta, CEFLORA e CAPS são algumas das ações do parlamentar que ajudaram a mudar a cara e o status da região.

Teríamos ainda um quarto nome, César Messias, mas como o próprio, diferente dos demais, ainda não colocou o nome como pré-candidato, não podemos contar que ele venha a sê-lo.

Somado, o capital político de todos os pré-candidatos não é nada desprezível para enfrentar o desafio das próximas eleições, dividido, talvez faça Vagner morrer, de rir. Ou talvez, não façam nem cócegas.

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