terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As Bandeiras e seu Portadores


Um movimento social, político e filosófico depende de pessoas que encarnem estes princípios e tornem-se seus defensores. São os legítimos "porta-estandartes" que carregam com brio, os ideais de um povo, de um momento histórico.

Ocorre que muitas vezes, estes legítimos "porta-estandartes" muitas vezes não resistem à tentação de tomarem para si a importância que tem na verdade a bandeira que carregam.

Surge aí o personalismo, uma característica decadente de qualquer regime. Seria exagero dizer que o propalado "fracasso" de algumas experiências socialistas deveu-se a isso?

Stalin passou a ser a personificação do comunismo e por tal, não poderia ser questinado como pessoa, sob nenhuma hipótese. Pois dentro desta lógica, contestar a Stalin é o mesmo que contestar ao socialismo. Mao Tsé Tung cometeu o mesmo erro, entre outros tantos. Che Guevara, livrou-se do pesadelo tornado-se um guerrilheiro errante, pagando com sua própria vida. Mesmo não tendo sido personificado em vida, foi mitificado após sua morte. Bem, os mitos tem o seu poder e a psiqué humana precisa deles, como faróis, mas isto já é Jung, não é Marx.
Meu nobre Mariátegui a quem tenho citado à exaustão admitiu a necessidade do mito e caiu no ostracismo como um cominista "herético"(nada ortodoxa a sua interpretação da Ayllu andina como modelo de economia revolucionária)

Fidel entrou para o mesmo clube de Stalin e Mao e a identificação de sua "persona" com o regime é tão grande que este ameaça sucumbir ante a iminência de sua morte física.

Outra "possibilidade" é a do regime norte-coreano, que com a morte de seu lider máximo, aderiu ao "hereditarismo" como forma de perpetuação... Ora, se é para ser assim, por que não a monarquia? Pelo menos teriamos mais pompa e assunto para revistas de fofocas!

Nosso querido Acre, palco de tão memoráveis batalhas: Luis Galvez, Plácido de Castro, Chico Mendes. Somos uma terra farta de exemplo de heróis. Mitos, é verdade. Dizer que Chico Mendes era um homem comum, que bebia e pulava a cerca de vez em quando, não lhe tira a importância histórica.
Felizmente sempre tivemos homens e mulheres de coragem para defender princípios e valores caros ao nosso povo. Pessoas que merecem nosso respeitro, nossa admiração, nossa consideração e reconhecimento. Mas por favor, não queiram ser maiores que a bandeira que carregam.
Não queiram deixar à sombra homens e mulheres de coragem que também têm o mesmo valor.

A bandeira é de todos nós.

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