quarta-feira, 7 de março de 2012

Depois da BR pronta Cruzeiro do Sul se descobre ... fluvial

O anúncio da criação de uma agência da capitania dos portos em Cruzeiro do Sul demonstra, entre outras coisas, o fato de que apesar da BR 364 já estar praticamente concluída, o interesse a a importância da navegação não diminuiram. Pelo contrário, há na verdade uma aposta de setores da classe empresarial cruzeirense de que com o crescimento da cidade a navegação também deve ser incrementada.

Marcos Venícios, presidente da Associação Comercial acredita que a navegação irá se reduzir em 20% do volume atual de carga, por conta da BR 364.Não fará mais sentido, transportar por via fluvial, por exemplo genêros alimentícios. São pelo menos 20 dias de dinheiro parado, o que gera custos finaceiros e operacionais que podem ser reduzidos com o transporte terrestres. Depois de pronta a BR, o tempo de viagem entrre Rio Branco e Cruzeiro do Sul poderá ser de 5 a 8 horas apenas.

No entanto, ítens como gás, combustíveis e material de construção continuarão a ser transportados, preferencialmente pelo rio Juruá. Com o crescimento da cidade é possível que também aumente a necessidade de balsas para o transporte fluvial.Além do transporte de mercadorias entre Manaus e Cruzeiro do Sul, a calha do rio Juruá e afluentes continua sendo a via de transporte para parte significativa da população e não há indícios de que esta importância venha a diminuir.

Significativo lembrar que esta é a primeira unidade da Marinha do Brasil no estado do Acre e a escolha de Cruzeiro do Sul, expõe as diferenças geograficas, históricas e humanas entre nossa região e Rio Branco.

Enquanto a capital rondonizada do Acre, se afoga nas águas Cruzeiro do Sul, navega.


Onde estava o Governo do Acre?

Apesar de o terreno para implantação da agência ter sido doado pelo Governo do Estado não deixa de ser tristemente significativa também a ausência de qualquer representante do governo do estado. Tivemos nesta terça-feira a presença do vice-almirante Antônio Carlos Frade, comandante do 9º Distrito Naval que responde pela navegação de todos os rios da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima). Um militar com status de secretário do Governo Federal, e não havia sequer um representante do governo para lhe dar as boas vindas.

Coisa feia!

Mas, não tem problema, Cruzeiro do Sul continuará escrevendo sua própria história. Ainda que os historiadores oficiais depois a tentem mudá-la de acordo com a vontade da capital (como estão tentando fazer em relação ao Movimento Autonomista), estará nos registros para quem se dignar a pesquisar.

A implantação da Capitania dos Portos em Cruzeiro do Sul, chega tarde, muito tarde, mas é uma aposta de que a navegação fluvial é e deverá continuará sendo, uma das principais vocações de nossa cidade.

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