quinta-feira, 1 de março de 2012

Tributo ao pai da ficção científica no cinema - George Meliés


Pertenço a uma geração que cresceu sob o entusiasmo das promessas da ficção científica. Batalhas interestelares, espaçonaves e povos alienígenas foram parte imprtante de meu universo simbólico.

As batalhas de sabres-de-luz da trilogia Guerra nas Estrelas deixaram impressões tão indeléveis que até hoje me pego tendo pesadelos com Darth Vader. Apesar dos estrambólicos efeitos especiais, a mensagem é simples e universal: o medo gera o ódio, e o ódio, gera o mal. E também a idéia trancedente de que o universo é todo permeado por uma força invisível, acessível à vontade humana.

Ainda que não fizesse parte da minha geração, assisti com curiosidade a 2001, uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick (1969). O filme investigava a origem e os limites da inteligência e da compreensão humana.

A ficção científica da década de foi marcada pelo 90 o romance noir Blade Runner que através do conceito de clone, indagava acerca de nossa humanidade.

Matrix, explorou o universo virtual para questionar o próprio conceito de realidade.

Avatar usa a ficção cientifica para nos colocar diante das relações com nosso próprio planeta.

Tron, em sua segunda versão, explora através da abstração o conceito de Criador e da relação deste com o universo criado.

Os estupendos efeitos especiais que mantém a platéia mesmerizada permitem uma viagem da mente em que são apresentadas as mais variadas concepções do universo. Algo que talvez aos filósofos da antiguidade demandasse horas de exposição para que somente após muito esforço, uma pequena platéia de eruditos as pudesse compreender.

No mundo moderno, a ficção científica representa o papel que muito provavelmente cumpriam os mitos antigos. A Odisséia de Homero, longe de ser apenas uma fábula é também um guia do comportamento humano que coloca á disposição do ouvinte ou leitor todas as características de um homem vitorioso.

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Júlio Verne foi quem começou, na literatura a usar a ciência, e não mais a magia, para fazer nossos pensamentos alçarem o vôo mais alto da imaginação.
Entre seus livros destacam-se Viagem ao Centro da Terra, 20 mil léguas submarinas e Viagem ao Mundo em 80 dias. Todos já adaptados ao cinema.

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George Meliés foi o pioneiro em adaptar as obras de Júlio Verne ao cinema, é conhecido especialmente pelo clássico Viagem à Lua de 1902. Para assistir ao pequeno vídeo de 8 minutos, clique aqui
Meliés era um mágico ilusionista, discípulo do grande Houdini. Ao deparar-se com a invenção dos irmãos Lumiére logo lhe surgiram na mente explorar as possibilidades do cinema além do universo real, ou em suas palavras "dar vida aos sonhos". Surgiam, na alvorada do século XX, os primeiros "efeitos especiais".

Sua história, ou pelo menos parte dela pode ser apreciada no filme "A Invenção de Hugo Cabret", atualmente em cartaz em Rio Branco.
O filme é na verdade um grande tributo à obra e a vida deste gênio que pode ser considerado o pai da ficção científica no cinema, ou para ser mais preciso pioneiro do "cinema de fantasia".

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