Existe uma tênue linha que separa a valorização e a promoção da igualdade de gêneros e o discurso sexista. Acredito que a Secretária de Saúde Sueli Melo, ultrapassou esta linha ao afirmar em vídeo que:
" ...percebemos que as mulheres possuiam muito mais qualidades, elas conseguiam integrar mais, elas teriam uma visão muito mais sistêmica do que os homens. A gente colocava um homem para coordenar o serviço e ficava falhando a intersetorialidade, falhava alguns aspectos da ação e nós colocavamos uma mulher e a coisa começava a fluir..."
Em primeiro lugar, parabéns a todos os homens e mulheres que conseguiram reduzir drasticamente os índices de malária no Acre. Parabéns também à secretária Sueli Melo e a coordenadora Izanelda Magalhães de quem acompanhei pessoalmente o trabalho e posso dar testemunho da dedicação e do talento.
Considero também louvável aproveitar qualidades tipicamente femininas, como por exemplo, a proverbial sensibilidade, em um trabalho como este.
No entanto, como disse anteriormente, existe uma linha tênue entre valorizar as mulheres, e desqualificar os homens, e percebo que a secretária resvalou para um discurso sexista.
Ela disse que as mulheres tem mais qualidades, e que atribuiu a falha do serviço, a uma questão de gênero ( nós colocavamos uma mulher e a coisa começava a fluir) .
Asssita ao vídeo (muito bom por sinal). O trecho mencionado está a partir dos 9 min e 30 s.
Substitua a palavra mulher por homem e veja como você, mulher se sentiria.
O fato é que o Acre ficou com o segundo lugar, perdendo para Honduras... Imagine eu dizer que foi porque são apenas homens trabalhando ? Soaria mal, não?
Como disse, parabéns a todos e a todas pelo trabalho, mas cuidado para, na ânsia de restaurar direitos e de promover a igualdade, não cometer crime de gênero contra os homens.
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