Em entrevista ao jornalista Nelson Liano Jr., a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) falou sobre a polêmica do jogo da solidariedade, problemas no aeroporto de Rio Branco e sucessão municipal. Atualmente presidindo a comissão de relações exteriores e defesa nacional, a deputada pretende levantar novamente o debate sobre a ferrovia transnacional Brasil-Peru.
Aeroporto de Rio Branco
“Podemos ficar sem avião na capital do estado, porque o aeroporto não dá condições de um pouso seguro e decente na capital. E aí as pessoas me param nas ruas e dizem: ‘- mas deputada, a FPA está na prefeitura da capital, no governo do estado e no governo federal e deixou isso acontecer com o aeroporto’. E é verdade, e para mim isso é uma vergonha. Fomos pegos de surpresa. Há um total desrespeito da Infraero com a sociedade, mas acho que temos que atuar de modo mais conjunto. Ninguém faz nada sozinho.”
Maniqueísmo na Política
“Quando acaba a campanha, temos que descer do palanque. As pessoas foram eleitas para defender o estado, não para defender uma ‘banda’. Eu não sei quem votou em mim. Como é que eu vou defender só quem votou em mim? Como é que eu vou achar que quem não votou em mim não presta?”
Falta de Democracia Interna na FPA
“A FPA para continuar forte precisa ser mais democrática internamente. Não pode um único partido decidir tudo sozinho, querer sempre tudo, e foi isso que aconteceu na decisão da candidatura da capital. Fiquei triste quando me rifaram, mas depois surgiu a oportunidade de dirigira a comissão mais importante da câmara federal...
Sempre defendi a democracia interna nas nossas decisões da FPA. Não tenho visto muito isso. Tenho lutado para que o PCdoB, mesmo na FPA trilhe o seu caminho.
Se a FPA não mudar os seus métodos internos de decisões, continuar a achar que um ou dois podem decidir pela maioria, pode começar a perder, porque é isso o que acontece na política. Não gostaria de ver isso acontecer porque a FPA tem um dos melhores trabalhos que já se teve no Acre.
Quando se faz o isolamento desta ou da força política, isso se reflete na frente de modo negativo. Nos já perdemos muitos nomes importantes para a oposição (Petecão, Fernando Melo e Gladosn Cameli). Daqui a pouco podemos ficar pequenos.”
Jogo da Solidariedade
“Na política tem que se ter um lado. O meu lado é a FPA. Mas nem mesmo em casa podemos admitir que não se escute o contraditório. Quem só escuta aquilo que quer ouvir, tem alguma coisa de errado.
Se tem alguém que disputou uma eleição com o Petecão foi Edvaldo e eu, mas eu compreendo que depois da eleição temos que desmontar o palanque.
Eu conheço o time do congresso, viaja o Brasil inteiro para atividade de solidariedade. Qunado soube que viriam ao Acre, fiquei animada. Comemorei ao imaginar que Romário e Popó viriam ao Acre.
Precisamos separar a disputa política da solidariedade. Precisamos agradecer ao apoio. E o dinheiro arrecadado acabou ficando para o Tribunal de Justiça. Isso deixou uma imagem negativa para o estado.
Tenho dificuldade em acreditar que o governador Tião Viana tenha dado ordem para não receber, mas acho que sua assessoria criou um problema quando não delegou as pessoas para receber. Precisamos ser gratos quando alguém nos da a mão.”
Câmara de Cruzeiro do Sul
“Acho triste e vergonhoso o que aconteceu com a Câmara de Vereadores, mas agora a população vai ter a oportunidade de fazer novas apostas. Na política quem acha que é dono da verdade, mais cedo ou mais tarde é pego em situações como esta.”
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