Foi um dos assuntos mais debatidos nas redes sociais na semana passada, e o blog Terranáuas, sempre em defesa da liberdade religiosa e do estado laico, não poderia deixar de dar o seu pitaco.
Considero a medida um avanço, uma vez que a interrupção da gravidez em casos de anencefalia passa a ser um direito.
Permanece portanto com os pais o DIREITO de levarem a gestação até o final e sobre isso, pouco tem se falado. Se os pais, dentro de seus princípios ético-religiosos, entenderem que deve ser dada esta chance à vida, lhes é facultado este direito. Deste modo, uma decisão tão importante, dada a margem de liberdade passa a ser um escolha e não um fardo. Nada mais "cristão" e ético do que dar às pessoas o direito ao livre-arbítrio.
Ao estado, cabe reconhecer e garantir este direito, às igrejas cabe convencer os seus fiéis a agirem de acordo com seus princípios. Simples assim.
O mesmo deve ser aplicado no caso gravidez como conseqüência de violência sexual. Se a igrejas se acham no direito de obrigar as pessoas a terem filhos sob tais condições, deveriam também se responsabilizar por estas crianças.
Nos casos de gravidez indesejável, é mais complexo, ainda assim, lidar com este problema como uma questão de saúde pública, facilitaria a médio prazo ações de estado que diminuissem a necessidade desta prática. Não adianta fechar os olhos para as milhares de clínicas clandestinase para as práticas caseiras de aborto que colocam em risco a vida de um incontável número de mulheres, todos os anos.
Pessoalmente sou contrário à pratica do aborto. Contudo sou favorável ao direito de recorrer a ela, em casos de necessidade. É muita hipocrisia que uma pessoa totalmente alheia a esta situação, decida sobre o que deve fazer uma mãe durante uma gravidez indesejável.
Sobre os princípios religiosos, a visão cristã não é a única. Para muitas religiões (inclusive os judeus), só há espírito depois que a criança inala a primeira lufada de ar. Mesmo alguns espíritas também afirmam que o espírito somente encarna após a primeira respiração. Antes disso, há a vida, mas uma vida, que ainda é totalmente vinculada à mãe, ou seja, é ela, na verdade, a dona da vida e é a sua opinião, a única que realmente importa.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
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